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ALANA GODOY

É, eu falei que ia pensar e estou aqui no CT. Eu mandei mensagem pro Veiga, expliquei tudo e pedi pra ele não contar nada pra ninguém, nem pro Ríos. Ele veio me buscar aqui na porta do CT e logo nós entramos. Antes de falar com qualquer pessoa, fomos até a sala do Abel, falar com ele.

– Professor, lembra dela? — Veiga pergunta fechando a porta.

– Claro que sim, ela já fez o colombiano fazer lindos passes — ela diz e sorri. – E quem é essa pequena?

– É minha filha — falo sorrindo.

– Não sabia que você tinha tido uma filha — ele me olha.

– A história é um pouco delicada

– Se quiser me contar, estou aqui

E eu contei, contei tudo pro Abel, todos os detalhes e ele me entendeu completamente, me dando conforto.

– Então é por isso que ele tá tão quieto hoje — Abel diz. – Mas porque não vai lá? Acho que essa surpresa animaria ele

– Posso?

– Claro! Vamos lá

Eu sai da sala com eles e nós fomos até o vestiário, Veiga abriu a porta e colocou só a cabeça pra dentro.

– Tem ninguém pelado aí não, né? — ele pergunta.

– Só o Ríos que tá de toalha

– Ah, isso aí não importa

Eu ri e neguei, ele abriu e porta e nós entramos no vestiário, Richard me olhou e seus olhos brilharam enquanto ele estava travado, completamente surpreso.

– Quem é essa pequena linda? Que criança perfeita — Endrick diz.

– Minha filha... — Richard diz.

– Oque? — todos dizem em coral e o olham.

– Ela... Hope, a Hope é a minha filha

Todos ficaram em silêncio e ele se aproximou da gente, ela se jogou pro mesmo que a pegou no colo e ele sorriu.

– Obrigado — ele me olha.

Eu sorri leve e assenti, desviei o olhar e ele foi indo até os meninos e apresentando ela. Eu fiquei em um canto enquanto ele fazia isso, os meninos foram gentis comigo e eu fiquei bem mais relaxada por isso. Não que eu me importe, mas não seria legal ser julgada por tantas pessoas em um ambiente assim, principalmente quando vocês tem grandes possibilidades de se encontrar.

– Quem diria o colombiano sendo pai antes do Veiga — Endrick diz.

– E a criança ainda não tem nada haver com ele, só a boca e o olhar que parece — uma fisioterapeuta diz.

– Ela é a cara da mãe dela, mas a personalidade é todinha do Ríos — Veiga diz.

– Coloca todinha nisso — falo e eles riram.

– Mamain — Hope diz e me chama.

– Que foi? — pergunto e me aproximo deles.

Ela me puxou e me abraçou, mas continuou grudada no Richard.

– Vamos pra casa? — a olhei.

– Papai — olhou pra ele.

– O papai não vai, vai com a mamãe — ele diz.

Eu peguei a Hope e ela fez bico e chamou "popoi" quase chorando.

– Não chora pequena, o papai vai lá te ver depois

Ela começou a chorar e encostou no meu rosto, eu suspirei e a olhei.

– Fica com ela, assiste o treino — Abel diz. – Leva elas até lá Ríos

Ele assentiu e tirou a toalha colocando a bermuda, óbvio que eu dei uma olhadinha, mas logo fui saindo de lá com a Hope. Richard nos levou até a sala onde ficaríamos para assistir o treino e a Hope parou de chorar.

– Depois o papai vem te ver, tá bom? — ele diz e beija a bochecha dela.

Ele me olhou e eu o olhei, não consegui desviar o olhar e senti meu coração acelerar... ele foi se aproximando e eu não conseguia me mexer, abri levemente a boca pra conseguir respirar e ele me deu um selinho, eu não recusei, mas também não retribui, apenas fiquei como estava, sem reação. Richard percebeu e saio de la meio sem jeito, me sentei com a Hope e fiquei pensando no que aconteceu e o porquê de eu não ter tido reação. Não era pra isso ter acontecido.

...

RICHARD RÍOS

Eu sai do treino, tomei um banho rápido e quando sai do vestiário, vi a Alana com a Hope em um canto, conversando com o Piquerez.

– Iai hermano, esta pequena es muy graciosa — Piquerez diz e sorri fazendo carinho na Hope.

– Ela é — Eu sorri olhando a neném.

– Bom, deixa eu ir! Tchau Alana, tchau gatinha — ele faz carinho na Hope. – Até amanhã Rich

– Até

Ele saiu de lá e eu me aproximei da Alana.

– Quer sair pra almoçar? — pergunto.

– Olha Rios... — Eu a cortei.

– Eu sei, não era pra ter acontecido, me desculpa. Não estou te chamando pra almoçar por achar que você me perdoou por ter travado, eu só... A gente já tá fora de casa mesmo, então pensei que poderíamos ir, só pra mim ficar um pouco mais com ela — falo.

– Tá, e a gente vai no seu carro porque eu pedi pra Lhaís me trazer — ela diz.

– Que ótimo, a Hope vai testar a cadeirinha nova — falo pegando a pequena.

– Oque? — Alana me olhou.

– O que oque? Eu comprei a cadeirinha pra quando eu pegar ela, né? Achou que eu ia fazer oque? Colocar a menina sentada no banco e passar o cinto?

– Olha como você fala — Alana me encara.

– Desculpa Nana, não era pra sair de forma ignorante

– Vai logo, tô com fome

– Por isso tá com essa cara de merda pra mim, quando dragão tá com fome, ninguém segura, né? — olhei pra Hope que riu.

E eu tomei um tapa da Alana.

– Aí caramba — a olhei esfregando a cabeça.

– Só pra você ficar esperto, idiota.

Have Hope • Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora