Have Hope • Richard Ríos

023.

META: 50 comentários.
...

ALANA GODOY

Ele disse que ia fazer gol e fez mesmo! O primeiro gol foi em menos de 10 minutos do primeiro tempo, e a comemoração dele foi pra Hope, ele segurou a bola que nem um bebê e balançou, logo soltou e fez um coração na direção em que estávamos, e todos olharam pra gente. A Hope nem tava entendendo nada, mas estava toda feliz e fazia todo mundo rir de cinco em cinco minutos.

O segundo gol dele foi no segundo tempo, e dessa vez ele fez um A com as mãos e um coração em seguida... não posso negar, fiquei amolecida. No fim da partida, ficamos pra ver a entrevista já que ele ganhou o craque do jogo.

"Conta pra gente Rios, pra quem foram esses gols?"

– o primeiro foi pra minha filha que veio me assistir hoje e o segundo pra mãe dela

"Um homem de família o nosso colombiano" — o entrevistador diz.

– Claro, as mulheres da minha vida po — Richard diz com um sorriso no rosto.

...

– Eu tô morto — Richard diz se jogando na cama depois de tomar banho.

– Quer deixar a conversa pra outro dia? Você tá mó cansado — falo.

– Não, pode falar, eu não gosto de dormir cedo. Ainda são oito horas

Eu assenti e me ajeitei na cama.

– Porque... porque você disse aquilo? — o olhei. – Porque disse que não me suportava mais?

– Depois que você sumiu, vieram muitas coisas na minha cabeça e eu decidi procurar ajuda... eu não sabia o porque tinha dito aquilo, não era oque eu planejava falar, mas foi oque saiu. — ele diz. – Eu fui na psicóloga e ela disse que por conta dos traumas do antigo relacionamento, meu cérebro meio que bugou o sistema e eu disse oque ele projetou na hora, me deu um tipo de crise de pânico e só saiu, sem pensar, sem controle, sem nada...  desculpa eu não sei explicar com as palavras certas — ele diz. – Mas quando eu vi os anéis a minha ficha caiu totalmente

– Como.. como você viu os anéis?

– Eu fui onde você morava pra te procurar, e a nova dona disse que você tinha vendido e pediu pra te entregar umas coisas... eu fui ver oque tinha lá e vi os anéis, eles caíram e eu vi...

Eu engoli seco e abaixei o olhar.

– Oque você ia fazer?

– Eu.. ia pedir pra gente ficar junto, não te pedir em namoro, mas pra você ser só meu e o mesmo pra mim — falo mexendo nos meus anéis. – A gente nunca rotulou isso e eu queria que fosse algo, então pensei nos anéis

– Eu amei eles... — ele diz e eu o olho. – E gostei de ver você usando o anel que te dei mesmo depois de tanto tempo

– Não teria porque não usar, eu gosto dele... mas onde estão os anéis? — pergunto.

Ele tirou de seu bolso e me entregou a caixinha.

– Estão aí — ele diz. – Desculpa por te magoar e te deixar tão mal... eu queria ter dito que te amava e que queria muito você na minha vida, e não oque eu realmente disse.

– Eu admito que passaram várias ideias na minha cabeça.... te usar pra  me satisfazer e ser escrota com você, tratar você mal... mas nenhuma dessas coisas faria eu me sentir melhor. — falo.

– Que medo de você agora Alana — ele diz e eu ri.

– Acho que já somos grandinhos demais para ficar fazendo jogos, e também que já nos magoamos demais pra continuar com isso — o olhei. – Eu só quero viver em paz, sabe? Quero me sentir leve como me sentia antes, e não assim, carregando um peso de não perdoar você por orgulho, essa não sou eu

– Então a gente... pode tentar? Podemos recomeçar?

– Eu quero muito, mas eu ainda tenho medo... — falo o olhando nos olhos.

– Eu prometer algo não vai te deixar com menos medo, mas eu vou fazer de tudo pra você conseguir não se sentir assim... tá?

Eu assenti e funguei secando o rosto.

– Deita, vamos dormir vai — falo ajeitando meu travesseiro.

– Vem cá

Ele me puxou e eu deitei no peito dele, o mesmo cobriu a gente e me fez carinho.

– Boa noite Nana, eu te amo — beijou minha testa.

– Boa noite mi colombiano — falo baixinho e me aconchego.