Capítulo 14 - Pequena

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NARRADORA

Uma sensação horrível, quebradora e quase esmagadora caiu sobre ela. A profunda risada maligna que rapidamente vibrava pela linha entorpeceu todos os músculos de seu corpo. O grito pronto para se libertar dos lábios de Camélia morreu se não tivesse sido por sua mão apertar automaticamente sobre sua boca. Tentando fazer seu cérebro funcionar novamente, ela lutou para entender a gravidade da situação complexa que parecia bastante inesperada. Ela estava certa em sentir o aviso em seu intestino. Isso nunca a decepcionou.

— O que você quer? — Sua garganta secou enquanto ela tentava engolir com força.

— Você sabe o que eu quero. — A voz masculina assobeou.

— Você, pequenina, pagará pelos erros do passado.—
Tremores incontroláveis de terror atravessam seus ossos enquanto ela ouvia e finalmente notou os sons roucos vindos de um dispositivo de mudança de voz que ele usou, permitindo que ele alterasse e escondesse sua verdadeira voz. A mão segurando o telefone perto da orelha dela começou a tremer. Ela tentou se sentar ereta, mas seu corpo tremeu como uma folha. Depois de várias tentativas, ela mal conseguiu ficar de pé, afastando-se da cama e olhando em volta freneticamente. Arrancando o telefone da orelha, seu olhar descansa na tela e não percebe nenhum número conhecido presente. Ela precisa de várias tentativas para apertar o botão do alto-falante. Com as pernas trêmulas, ela corre para a porta do quarto para confirmar que está trancada.

— Eu sei que você está no seu quarto, pequenina, não há como escapar. — Ele provoca. A forte pressão de observar os olhos eletrificou sua pele e o tremor atingiu seus dentes enquanto eles tremiam de medo. Ela podia ouvir a diversão em seu tom e o quanto ele estava gostando de atormentá-la. Camélia deslizou para longe da porta, encostada na parede para apoio. Ela tinha quase certeza de que todo o sangue drenava de seu rosto mais cedo, mas desta vez, ela realmente se sentiu pálida como uma folha de papel branco. Ela olhou para a porta meio esperando que alguém tentasse quebrá-la no instante seguinte.

— Você não vai se safar disso! — Ela chorou.

— Pobre criança indefesa. É tudo o que eu já vivi nas últimas duas décadas. Tive muitos anos para planejar minha vingança. Não importa quem você tenha te protegendo, tenha certeza de que estarei cem passos à frente. — Sua risada maligna doente enche todos os cantos das paredes que a cercam.

— Vá para o inferno, seu bastardo! — Ela grita no telefone, jogando-o no chão com todas as suas forças, vendo-o cair inúmeras vezes até ficar plano e virado para baixo. Devido às suas pernas tremendo, Camelia desliza em um monte no chão, seus dedos se enrolando no tapete em desespero.

O mundo ao seu redor começou a desmoronar. Os únicos sons na sala eram sua respiração pesada e o riso profundo, vibratório e frio do monstro no alto-falante encontrando alegria em aterrorizá-la. Ele a estava torturando emocionalmente. Agarrando sua cabeça com firmeza, ela tentou desesperadamente controlar as lágrimas silenciosas que fluem por seu rosto e trabalhou para regular o ritmo de sua frequência cardíaca, inalando goles de ar. As imagens horríveis do que poderia acontecer com ela piscaram diante de seus olhos - sequestradas, torturadas, mortas.

Ela deveria ter se preparado mentalmente mais para o que estava por vir. Mas era tarde demais. Ele a mataria se conseguisse falar com ela, e não havia ninguém por perto para ajudá-la. O terrível prédio e se acumulando em sua cabeça estava rapidamente esmagando qualquer esperança de resgate. No momento seguinte, uma compreensão amanhecer caiu quando um frio caiu pela espinha. Sua mente finalmente se registra em um único detalhe muito importante que ela rapidamente negligenciou em seu pânico.

Ele sabe a sua localização....

Camelia levanta a cabeça e olha para o outro lado do quarto. Ela corre em direção às janelas e fecha as grossas cortinas rosa pálido e salta para o chão, lutando e correndo para a extremidade oposta novamente, perto da porta. Dobrando as pernas, ela envolve os dois braços em torno deles e balança para frente e para trás.... Não importa quem você tenha te protegendo... ele disse. O rosto de Kent pisca diante de seus olhos. Onde estava Kent quando ela mais precisava dele? O que ele faria?

𝐌𝐄𝐔 𝐒𝐄𝐆𝐔𝐑𝐀𝐍Ç𝐀 Onde histórias criam vida. Descubra agora