16º Capítulo

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SIDNEY

ー Obrigada pelo jantar, Bruno, estava tudo maravilhoso ー eu disse, enquanto Bruno me levava de volta para a casa de Andrea.

ー Fico feliz que tenha gostado, Pryor. A Gwen gostou muito de conhecer você.

ー E eu também gostei de conhecê-la, espero que diga isso a ela ー falei, franzindo o cenho ao ver a situação mais confusa de todas se desenrolar à nossa frente.

Os faróis do carro de Bruno iluminaram a rua, e consequentemente, mancharam a lataria de um carro estacionado em frente à casa de minha tia, junto ao carro de Bennet. Eu não era idiota; sabia exatamente de quem se tratava, só não queria acreditar que aquilo estava acontecendo.

ー Se eu soubesse que estava esperando visitas, não teria te segurado em minha casa até tão tarde ー Bruno disse, sorrindo. Ele estacionou seu carro do outro lado da rua e desligou o motor.

ー Eu não estava esperando ninguém, Bruno ー rebati, sentindo o meu coração bater à toda dentro do peito. O que Harvey fazia lá naquela hora da noite?

ー Esqueceu de avisar ele que você iria jantar conosco essa noite?

Olhei para Bruno. O divertimento escondido em seu rosto era bastante irritante, para dizer a verdade.

ー E por que eu o avisaria? Ele pediu que eu o esquecesse de uma vez por todas assim que descobriu que eu estava de volta a Norfolk.

ー E pelo visto não adiantou ー Bruno disse, encarando o conjunto de árvores que ficavam mais à frente, escondendo a beleza do rio Elizabeth como se fosse uma cortina misteriosa.

ー Já chega, Bruno, está bem? ー pedi, ansiosa para descer, ao mesmo tempo em que me perguntava se deveria mesmo fazer isso. ー Eu já vou. Obrigada pela carona.

ー Espera, Pryor, eu tive uma ideia ー ele falou, deixando o carro ao mesmo tempo que eu.

ー O quê? ー perguntei, me escorando contra a porta de onde havia acabado de sair. Bruno parou ao meu lado e repetiu o meu gesto. Ambos ficamos lado a lado do outro lado da rua, de frente para a porta enquanto pensávamos.

ー Ele sabe que estamos juntos ー declarou, cortando o frio da noite com aquela suposição.

ー Como?

Ele apontou com o queixo para o carro.

ー Aquele é o mesmo carro que estava estacionado perto da loja de conveniência quando saímos de lá mais cedo. Ele já nos viu juntos hoje, Pryor.

ー Então o que é e que ele está fazendo aqui? Eu não entendo.

ー Isso é algo que você mesma vai ter que descobrir ー ele disse, cruzando os braços.

Fiquei quieta, dando-me conta de que Bruno não parecia incomodado em provocar Harvey, e que na verdade isso o divertia muito.

ー Se sabe que ele nos viu juntos, por que não me disse antes?

ー Porque eu não tinha certeza se era ele mesmo. E além do mais, qual é o problema nisso? Somos amigos, Pryor; sem contar o fato de que você é solteira e pode andar com quem bem entender.

Concordei, encarando a casa à nossa frente como quem encara um bandido recém-apanhado. Bruno empurrou o meu ombro e invocou o meu bom humor novamente, me fazendo rir.

ー Quer ficar aqui e ver o que acontece? Eu adoraria terminar a noite enfurecendo o Clifford.

Gargalhei, achando graça de sua ideia mirabolante.

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