O rei cruel

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"Bom dia, mon amour!

Eu fui embora no meio da noite, minha mãe não estava muito bem. Espero que você tenha conseguido descansar. Fiz seu café da manhã.

Com amor, Draco."

Esse era o bilhete que Draco deixou para Harry antes de sair pela porta e ir em direção a mansão Malfoy.












– Mère (Mãe), como você está? – Draco disse entrando no quarto de Narcisa, preocupado.

– Acho que foi uma queda de pressão, Cher (Querido), não se preocupe.

– Oh mon Dieu (Meu Deus do céu).

– Draco, que bom que você chegou. – Lucius adentrou o quarto vestindo pijamas e segurando uma bandeja com chá e alguns biscoitos para esposa.

– Eu vim o mais rapido que pude quando você me ligou.

– Vamos conversar sobre isso lá fora em dez minutos, ham? Aqui está, mon ange. (meu anjo) – Disse a esposa delicadamente e deixou a bandeja sobre seu colo.

– Estaremos a alguns metros, se precisar de algo pode nos chamar. – Draco disse quando saiu pela porta e o pai veio logo em seguida.

– Draco, nós precisamos conversar sobre suas saídas e esse namoro. – Ele disse direto ao ponto. – Estou sabendo que você tem dormido fora e vi alguns gastos no seu cartão nesses últimos meses que ultrapassaram os limites do que é permitido ser gasto por mês, o que está acontecendo com você?

– Pai, nós já conversamos sobre isso. – Ele suspirou.

– Você sabe que sou contra você namorar o filho daquele pé rapado, agora gastar seu dinheiro com ele, você passou dos limites! Eu não quero mais saber de gastos desnecessários, a partir de agora seu cartão haverá um limite, que se for batido, será bloqueado até o dia seguinte.

– Tudo bem, pai. – Ele disse suspirando. – Harry não está passando por bons momentos, se quer saber.

– Sei bem disso, o pai dele não para de falar sobre ele ter saído de casa. – Lucius massageou as temporas. – Você quer me matar de desgosto?

– O que? – Draco perguntou confuso.

– Você quer me matar de desgosto, Draco? – Ele repetiu mais firme. – Desde que está saindo com esse moleque que não tem onde cair morto você tem andado rebelde. Se acha que pode sair da linha, está muito enganado.

– Ser feliz é ser rebelde para você, pai?

– Já basta ser gay, ainda tem que me matar de desgosto por saber o maldito sobrenome que você beija. Toma cuidado porque pode acabar pegando aids e não tem cura.

– O que?! Você não pode estar falando serio! Você vai resumir o meu namorado pelo sobrenome dele? E ainda vai sugerir que ele é doente? Qual o seu problema?

– Você é meu problema, Draco.

– Eu entendo você querer que eu fique mais em casa, apesar de nem mesmo você ficar, mas qual o problema de eu ser feliz? Eu estou vivendo um amor tranquilo, saudável e sinto que encontrei a pessoa certa a cada dia que passa, mas isso tudo tem que ser anulado por que ele é um homem? Isso é serio?

– Se pelo menos ele tivesse dinheiro, sua família fosse um pouco mais decente, não teria tanto problema. – Ele suspirou. – Mas logo um pobre metido a rico, que o pai é um ladrão, mentiroso e egocêntrico?

– Você não sabe nada sobre o Harry, o que você sabe é sobre o James. E quer saber? Eu não faço questão que você o conheça bem, não preciso da sua aprovação para ser feliz.














Mon amour 💗:
Amor
Bom dia
Eu acordei agora, adorei o café que você me fez.

Me:
Que bom que você gostou
E bom dia

Mon amour 💗:
O que houve? Aconteceu alguma coisa?

Me:
Meu pai, mas não se importa com isso não
Sabia que eu te amo?
Em breve vamos fazer um ano de namoro, estou ansioso

Mon amour 💗:
Caso eu possa fazer alguma para que você se sinta melhor, pode me falar!!
Eu também te amo meu francêsinho metido
Eu estava pensando nisso agora pouco! O que vamos fazer?

Me:
Não sei
Você quem vai decidir
Viu amor, se eu sumir esse final de semana, é porque minha mãe está doente e eu vou ficar cuidando dela, tudo bem?

Mon amour! 💗:
Nossa, meu bemm
Você nem me contou
Como que ela está?
Espero que ela melhore

Me:
Não sei muito como ela está, mas vai ficar bem
Não há nada pra se preocupar
Vou mandando mensagem conforme fico livre para conversar com você um pouco
Ve se se cuida
Beijos






















– Você está se sentindo melhor? – Draco perguntou a mãe, logo de tarde, sentado na cama dela.

– Eu estou sim, não se preocupe. É sábado e você está aqui comigo! Por que não aproveita o final de semana com seu namorado?

– Eu sempre estou lá e quase nunca te vejo por causa das suas viagens, eu quero um pouco de carinho.

– Claro, deita no meu colo que eu te faço carinho. – Ele sorriu e deitou no colo de sua mãe, recebendo carinho no cabelo. – Eai? Como você está?

– Eu não to tão legal, meu pai falou aquelas merdas de sempre sobre o Harry. – Ele suspirou.

– O que ele falou dessa vez, dragão? – Ela acariciou as orelhas do filho.

– As mesmas coisas de sempre, ele disse sobre James, sobre não aprovar nosso namoro é sobre eu gastar minha mesada com ele, por me preocupar com seu bem estar. – Ele suspirou. – Até insinuou que Harry era doente e que eu poderia ficar doente também.

– Desta vez ele foi longe demais. – ela disse desapontada. – Seu pai sempre foi assim, achei que fosse mudar por causa da sua orientação sexual, mas ele nunca mudou.

– Ah, mãe, eu nem espero uma mudança dele. Eu só quero que ele respeite meu namorado, nem estou querendo que ele aceite meu namoro, apenas que ele não trate a pessoa que eu amo como se fosse o pai dele.

– Eu entendo. – ela acariciou as costas do filho e fez carinho em suas pintinhas do braço. – Não há muita coisa que eu posso fazer sobre isso, mas posso te garantir que estou tão cansada quanto você desse comportamento dele.

– Mãe. – Draco olhou para ela. – Você não...

– Ele não me dá escolhas, Draco. Depois de tantos anos conversando sobre esse comportamento, pontuando que o seu bem estar é mais valido do que qualquer ideologia, seu pai ainda insiste em não querer te ver feliz. Isso me prejudica muito, porque não é como se nosso casamento não fosse igual. Você sabe que eu não gosto de acompanhar seu pai em viagens, que não gosto das pessoas com quem ele sai, a alta classe, eu só queria desfrutar dos prazeres da vida, não ser uma esposa troféu.

– Mãe... Ele não vai aceitar fazer terapia, você sabe disso. – Draco disse fechando os olhos cansado. – É uma perda de tempo.

– Meu filho, se ele não quiser fazer terapia, vai ter que querer assinar nosso divórcio. – Ela disse suavemente. – Paciência tem limite, eu não vou fingir que nada está acontecendo.

– E como vamos ficar com a separação? É um passo muito grande, mãe. Maior do que nós conseguimos suportar juntos.

– Não se preocupe, dragão, tudo ficará bem. Seu pai irá ceder a pressão, eu garanto.

– Mas vamos ficar pensando no "Plano B".

– Claro, meu amor. – Ela voltou a acariciar o filho suavemente.

Número um | Drarry (pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora