Número um | Drarry (pausada)

O fim: parte 2

Dragon 💗:
Amor, nós precisamos conversar

Harry encarava aquela mensagem, assim que tinha acordado. Viu que tinha sido enviada quando estava dormindo, de madrugada.

Ele decidiu que iria responder depois, porque iria esperar a alma voltar para seu corpo antes de qualquer coisa. Ele bocejou e caminhou com passos preguiçosos até o banheiro, ele escovou os dentes e fez xixi. Bocejando algumas vezes entre os processos, levou um susto com Draco em sua cozinha, fazendo café da manhã.

– Porra que susto. – Ele disse colocando a mão no peito. – Que horas você chegou?

– Faz um tempinho. – Harry reparou que ele usava seu avental de Hello Kitty. – Eu não consegui dormir e pensei que poderíamos tomar café juntos.

– Uma ótima ideia, amor. – Harry deu um sorrisinho de lado. – Mas precisava quase me matar do coração? Se eu fosse cardíaco você ficava viuvo.

– Me desculpa, meu amor. – Ele disse rindo e desligando o fogão.

– Você disse que queria falar comigo? – Harry colocou café em sua xícara. Era engraçado ele estar sentado na bancada da sua cozinha, de cueca, conversando com seu namorado, usando avental de personagem de desenho infantil, logo após ter acordado e sua alma ainda pensativa se entraria em seu corpo ou não.

– Então, sobre isso, acho que pode ser depois do café. Eu preciso de um pouco de carinho e do meu namorado agora, tive momentos difíceis e não quero falar sobre problemas.

– Tudo bem. – Ele tomou um gole de café.

– Aqui, a especialidade do chefe, ovos fritos na manteiga.

– Hum, que ovos fritos mais apetitosos. – Harry elogiou vendo duas fatias de bacon formando um sorriso. – Por que tem um olho só?

– Não sei, acho que decidi fazer um ciclope. – Riu.

– Ah, que legal. – Riu também.

– Deixa eu ver se eu entendi. Esse maldito maluco aparece do inferno para te dizer como ter um relacionamento, sobre meu status social, te chamando para sair e você não falou nada?

– Eu falei, mas ele ficava contornando a situação.

– Porra. – Harry levantou da mesa. – Eu não estou acreditando.

– Amor, calma.

– Você me pede calma, Draco? Começa com o seu pai falando aquelas coisas e ainda termina com isso. – Harry suspirou profundamente massageando as têmporas.

– Amor, por isso que eu quis te contar, é sobre você e eu achei importante. Eu prefiro que você saiba sobre o Vincenzo da minha boca do que pela boca dos outros.

– Eu entendo. – Ele disse impaciente. – Mas você reforçar duas vezes que eu sou pobre e meu pai é um bosta, encontrar o garoto que você gostava, e voltar para casa, ter uma crise de insônia e me contar assim que amanhecesse o dia?

– É. Quer dizer... Eu não sabia como reagir, ok?

– Eu imagino que você esteja mal pelo término do relacionamento dos seus pais e tudo isso, mas eu definitivamente acho que você deveria ter poupado detalhes sobre como seu pai é homofóbico, isso além de dar gatilho me faz sentir como se eu fosse um monstro.

– Você não é um monstro, amor! Eu lutei para te defender duas vezes, do meu pai e do Vincenzo! O que mais você quer?

– Sinceramente? – Os olhos de Harry se encheram de lágrimas. – Eu queria ter nascido com um pai decente, com condições financeiras o suficiente para que seu pai me aceitasse, e quem sabe me sentir menos como um pé rapado idiota que durante meses foi bancado porque não tinha um salário para se manter. Fora sobre o homem que eu chamei de pai durante toda minha vida e que nunca de fato foi um pai.