O fim: parte 1

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Entre gritos e uma conversa tempestuosa, Lucius bateu a porta do quarto quando saiu do cômodo. Draco escutou seus passos raivosos até um determinado ponto que não conseguia mais o ouvir. O silencio reinou dentro da mansão Malfoy, exceto pelo aspirador de pó que era passado no quarto de visitas.

Draco não estava com vontade de levantar da cama e consolar sua mãe de mais uma discussão que tinham sobre o relacionamento deles. Sentia que precisava deixá-la sentir tudo que deveria sentir, sem intervenções.

Depois de um banho reflexivo, chegou a conclusão de que nunca viu seus pais se beijarem ou demonstrarem amor um pelo outro. Quando criança, Lucius e Narcisa dormiam em quartos diferentes, Draco percebeu que havia algo estranho entre eles. Apesar de sempre terem fotos de família comercial de margarina, se recordava de que o clima entre eles esfriava logo após fingirem estarem rindo.

O casamento entrou mais em crise quando Lucius fingiu aceitar a sexualidade de Draco, porque segundo ele era uma fase. Ele ficou em negação durante meses, porque em sua cabeça sua teoria fazia sentido. Não era como se Draco esperasse que seu pai fosse o entender, porque normalmente nem ele mesmo se entendia, era compreensível que iriam discordar sobre orientação sexual quando não concordavam nem em questões sociais.

Com o tempo, Draco aprendeu a ser mais hetero para que seu pai gostasse dele. Fazia piadas nojentas sobre o corpo de outras mulheres para o pai, elogiava os seios de celebridades, se arriscava a trocar flertes garotas que eram do seu ciclo social, mas no fim sempre sentia que não se identificava com aquelas atitudes.




















(– Se eu fosse mulher, eu beijaria esse ator. – Draco comentou com o pai, quando foram no cinema assistir Crepúsculo.

– Nunca mais repita isso. – Foi tudo que Lucius disse dando risada e chacoalhando a cabeça em negação.

– Mas...)

















– Suzuki, quanto tempo, menina! – Harry disse ao telefone, olhando para a coreana do outro lado da tela, que estava muito bonita por sinal.

– Olá, como vai?

– Estou bem, eu estava terminando de lavar meu banheiro, dai você me ligou e eu resolvi atender.

– Bom mesmo. – Harry riu.

– Como você está?

– É difícil levar um pé na bunda de uma garota que meu sonho era ter dois gatos com ela, mas estou bem.

– Eu ainda não acredito que ela te falou aquilo, cara, ela te deu todos os indícios de que gostava de você e depois disse que é hetero! Essa menina é maluca.

– Bom, tanto faz, já foi. – Ela suspirou.– Eu to pra matizar meu cabelo, ele está ficando amarelado.

– Faz na call. – Harry apoiou o celular enquanto passava rodo mágico no banheiro. – Acho que semana que vem Draco vai vir aqui em casa. Nós estamos na semifinal do campeonato e ele ficou de me avisar se vinha ou não. Temos uma semana de treinos intensivos e sem aula, a mãe dele está doente e eu acho que não vamos se ver até o jogo.

– Entendi. – Ela falou enquanto procurava o matizador. – Eu acho tão fofo as fotos que você posta no instagram com ele, eu pensei em te dar uma dica de presente, eu vi no meu tiktok esses dias aquela trend de moletom de beijos, acho que ele iria adorar ter um seu.

– Hum, eu vi também! – Harry deixou o rodo magico de lado. – Eu ia te falar para você me ajudar a fazer quando vier para cá. Estou pensando em fazer um para dar no nosso primeiro ano de namoro.

Número um | Drarry (pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora