Apartamento 10b

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Harry suspirou vendo que teria bastante trabalho a seguir. Ele estava cuidando dos afazeres em seu novo apartamento, que estava cheio de tralhas do antigo morador. Pelo menos era mobiliado, era o que ele pensava.

Ele se sentou no sofá para recuperar o fôlego de subir e descer as escadas do prédio, porque o elevador não estava funcionando. Tinha alugado um apartamento pequeno, porém no décimo andar. Era confortável, a decoração era uma bosta mas isso ele poderia dar um jeito. Ele olhou para janela percebendo que finalmente tinha conquistado sua independência.

Ele finalmente estava feliz depois de muito tempo e sentia a felicidade invadindo seu peito.

A campainha dele tocou, o fazendo levantar e olhar pelo olho mágico quem era. Tinha um buquê de flores tapando sua visão, ele achou estranho e abriu a porta. Enquanto girava as chaves, elas batiam na porta e faziam um barulho agudo, ouviu a voz de Draco do outro lado da porta.

– Fecha os olhos.

– Por que?

– Fecha os olhos ué. – Harry riu e abriu a porta de olhos fechados. – Posso abrir?

– Pode. – Ele abriu os olhos e viu o buquê de flores que tinha visto pelo olho mágico e ninguém mais e ninguém menos que Draco Malfoy de delineado. – Trouxe flores, vinho e chocolates para comemorar a estreia desse lindo apartamento.

– Você não existe mesmo. – Harry brincou. – Vamos beber pouco porque amanhã temos que jogar.

– Nem me fala, meu corpo ainda está meio dolorido. – Harry pegou as flores.

– Muito obrigada, são lindas. – ele agradeceu pegando uma jarra com água para colocar as flores dentro. – Uma pena que não posso cozinhar para você, não fiz compras ainda.

– É só pedir comida.– riu.

– Com que dinheiro meu filho?

– Esqueceu que você não sai com pobre? Eu pago. – Ele empinou o nariz e Harry riu.

– Você não existe mesmo.













(Sentados à mesa, Harry flertava com Draco e nem se importava em ser discreto ou um pouco sutil.)











– Draco, acorda. – Harry o chamou e o loiro acordou. – Estamos atrasados, perdemos o horário totalmente.

Ele saltou da cama rapidamente. – Porra, eu nem percebi que acabei dormindo aqui.

– Tudo bem, vamos se arrumar e ir pegar o ônibus.

– Que horas são?

– Sete e vinte, era para estarmos lá umas sete e meia. Vamos atrasar um pouco o ônibus para o pessoal sair.













– Até que enfim casal! Pensávamos que vocês não viriam mais. Eu estava cogitando ficar de levantador. – Ron reclamou.

– Acordamos atrasados, me desculpe. – Harry disse sentando do lado do amigo no ônibus e se despedindo de Draco com um beijo no rosto.

– A noite foi boa hein? – Sorriu maliciosamente.

– Ei! Nós não fizemos isso aí que você está pensando.

– Ainda não é? Mas eu sei que você é doido para dar para ele. Ou comer, vai saber. – Ele deu de ombros e Harry bateu nele vermelho de vergonha.

– Cala boca caralho! Nós nunca nem conversamos sobre isso. E também só estamos ficando, se algum dia eu perceber que as coisas estão ficando serias eu vou conversar com ele sobre isso.

– Ah é? E essa blusa aí é de quem?

– Dele, e daí?

– Onde você estava ficando quando não tinha lugar para ficar mesmo?

– Na casa dele.

– Hum. Onde ele te levou para o segundo encontro mesmo?

– No restaurante onde eu estou trabalhando agora, onde você quer chegar Ron?

– Talvez. Só talvez. Você não esteja percebendo que ele faz isso porque realmente gosta de você.

– Você acha? – Harry tentou não parecer tão feliz e ansioso com aquilo, Ron riu.

– É óbvio. Se ele realmente te visse só como ficante não deixaria você ficar na casa dele! Se liga, Harry. Pessoas incríveis existem, mas ele não é o tipo de pessoa que faria isso para qualquer um.

Harry olhava para ele de longe. Na sua cabeça parecia que estava tocando Yellow do Coldplay, bem no comecinho.

– Se eu fosse você, investia nele.

– Mas...

– O que você tem a perder? Ele claramente está esperando você dar o primeiro passo!

– Mas eu disse para ele que éramos apenas ficantes e que ele podia ficar com outras pessoas se quisesse, eu fiquei com outras pessoas também.

– E você pensava em quem quando estava beijando?

Harry refletiu.

– Aposto que ele também estava pensando em você, desejando que fosse você. Mesmo você não respondendo minhas mensagens ou falando pouco comigo agora que está grudado nele, eu vejo nos seus olhos um brilho diferente.

– Eu não acho que eu esteja apaixonado, Ron.

– Você está começando a se apaixonar. E sinceramente, não tem nada de errado nisso. Estabelecer que vocês só estão ficando foi legal. Mas verdadeiramente você queria beijar ele, isso não te faz pensar que vocês deveriam conversar sobre isso?

– Talvez. – Ele suspirou. – Eu tenho um receio ainda. Meu pai disse uma coisa que ficou na minha cabeça. Eu não quero que as pessoas pensem que eu estou me aproveitando dele, porque ele tem dinheiro, ou que eu estou sendo sustentado por ele. Você entende?

– Não, mas sim ao mesmo tempo.

– É que eu não quero que as pessoas olhem para mim e me vejam como mais um.

– Posso ser sincero? – Harry assentiu. – Você não quer ser visto como mais um por ele. – Deu ênfase na ultima palavra. – Você só está se importando com isso porque tem insegurança em relação a isso.

– Ron. Como você me conhece tanto?

– Porque sim. – Ele riu. – E eu vejo isso nos seus olhos, e olhos não mentem. Você pensa que se entregar vai ser bom, mas se der errado a queda vai ser dolorosa, por isso você não quis a amizade dele, criar laços para você é significar deixar alguém entrar no seu coração. Eu entendo você totalmente, eu acho que todas as pessoas deveriam ser pé no chão assim. Mas como você vai saber se não tentar?

– Como eu posso fazer isso? – perguntou inseguro. – Quer dizer, eu não tenho ideia se ele vai entender se eu não quiser um relacionamento agora.

– Se ele não entender, bola para frente. – Ron bateu nele. – Eu meio que tomei iniciativa com a Hermione e acho que vamos sair em breve.

– Caramba!!! – Ele gritou de surpresa.

– Cala boca, idiota, tem gente querendo dormir porra. – Cedric disse no banco de trás, alertando Harry um pouco, porque sabia que provavelmente ele tinha escutado a conversa deles.

– Conversamos sobre isso quando você me visitar, aqui o ônibus tem ouvidos.

– Tudo bem. Vê se descansa.

– Eu vou.

Número um | Drarry (pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora