Número um | Drarry (pausada)

O começo

— Você está ouvindo, Sr. Potter? — A voz do homem ecoou pela sala, Harry o olhou portando um olho roxo e as juntas da mão de coloração vermelha.

— Sim. — Ele disse com a voz fraca, quase como um sussurro.

— Ótimo. — O homem começou a juntar alguns papéis e o garoto engoliu seco — Bem, seu pai deve chegar em alguns minutos, por que não toma um café?

— Eu não- — Foi interrompido.

— Janet, querida. Traga café ao Sr. Potter, por gentileza. Sem açúcar, com adoçante, como prefere, hum? — O homem perguntou para Harry que viu a mulher conhecida entrando na sala apressadamente.

Ele não sabia como dizer que não gostava de café, Janet sabia muito bem disso e parecia estar se divertindo. O homem esperava uma resposta, então ele apenas pensou a primeira coisa que veio à cabeça.

— Gostaria de um café com adoçante, por favor. — Disse a mulher que assentiu.

— Com licença. — Ela disse e se retirou, Harry abaixou os olhos para encarar suas mãos.

— E quanto ao... — Houve uma pausa de alguns segundos — Bryan, senhor?

— O que tem? — O homem juntava os papéis novamente, Harry reparou que seu cabelo era oleoso e cheio de caspa, o homem parecia mais preocupado em o dispensar do que conversar com ele.

— Bem... eu bati nele, ele me bateu, achei que aconteceria alguma coisa. — Harry respondeu na defensiva.

— Ah, quanto a isso. — O homem o olhou segurando os papéis em pé na mesa, parecia pronto para levantar ou só era impressão. — Não se preocupe, a família dos Sandler não prestará queixa pela agressão. Temo que como foi ele quem bateu primeiro está fora da razão, não?

— Creio que sim. — Harry disse baixinho.

— Não fique pensando muito nisso, oras! Bryan Sandler é um marginalzinho que a família nem liga para seu futuro! — Pegou seu charuto e começou a procurar o esqueiro. — Você sim tem um belo futuro pela frente jogando Voleibol, rapaz. Eu não sou muito fã de Vôlei, mas confesso que me simpatizo bastante com o esporte. Minha filha se interessou e agora está disputando campeonato, é um esporte bem competitivo, não?

— Um pouco. — Harry concordou. — As pessoas só ligam para futebol normalmente.

— Acho que você já deve ter visto ela disputando campeonato, minha filha é oposta, número sete, Clara. — Ele encontrou seu esqueiro e se levantou.

— Devo conhecer. — Decidiu mentir.

— Não fique preocupado, viu? — Ele acendeu o charuto depois de três tentativas. — Os Sandlers devem na justiça e a última coisa que vão querer é comparecer na delegacia. — Começou a balbuciar algumas coisas que Harry não entendeu. — Vou lá pra fora fumar, se precisar de alguma coisa é só chamar.

Ele caminhou soltando fumaça pela sala, Harry tossiu um pouco e olhou para porta sendo fechada. Era possível ouvir ele dizendo para Janet fazer um bom café porque os Potters eram podres de ricos, e mais algumas coisas que eram preferíveis de serem ignoradas.

Um bom tempo depois, esperando seu café e ouvindo música, Harry se encontrou entediado. Tinha um dedo quebrado, usava uma tala gigantesca, que para ele era um exagero, allstar todo rasgado e saindo a sola, calça cargo e uma camisa maior que ele. Tentava encontrar uma boa música em sua playlist, ignorando o advogado da família apressando Janet com o café, enquanto batucava o gesso na mesa fazendo um som.

— Harry, querido. — Ouviu Janet voltando com o café. Ele sorriu para ela, porque era uma mulher agradável e não merecia o emprego que tinha. — Aqui está seu café. — Ela disse em um tom divertido, porque sabia que Harry não gostava de café.