capítulo 31

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Katarina*

Dante acabou tendo que sair bem cedo para trabalhar, acho que sua consciência começou a bater, afinal o vi ligando para Uriel antes de dormir, mas sem sucesso, ela não o atendeu.

Isabela foi realmente uma mulher de muito significado para o Dante, sei que tudo que ele quer é que a justiça seja feita, mas não creio que justiça feita com as próprias mãos seja realmente justiça.

Fiquei de me encontrar com Kassandra em um café, ela me ligou pedindo pra gente se encontrar, pois queria me contar algo sério que descobriu, e como não confio na minha irmã nem um pingo, chamei a Lany para ir comigo.

Não demorou para que Lany chegasse para me buscar, dessa vez ela está de biz, eu nem vou questionar onde ela arranja esses veículos suspeitos.

- amiga tem certeza que vai mesmo ao encontro daquela cobra?

- ela parecia querer conversar um assunto sério, então melhor dar o benefício da dúvida

- pelo menos avisou ao Dante?

- eu liguei, mas ele não me atendeu, deve estar em alguma ocorrência, então deixei mensagem.

Peguei o capacete cor de rosa e o enfiei na minha cabeça, segurei firme na cintura da minha amiga, por que sei que independente de qual veículo que ela esteja dirigindo ou pilotando, é sempre melhor se segurar firme.

Seguimos para o local do encontro, o dia estava meio nublado, e o trânsito horrível, e de moto ninguém respeita.

Quando estamos quase chegando perto do local noto que uma Van preta nos fecha na lateral, nos fazendo perder o equilíbrio e cair.

Sinto meu joelho ardendo, me levanto meio atordoada, enquanto Lany senta com o pé torcido, a Van para e de dentro dela 4 homens saem vindo em nossa direção, um pega no meu braço com força, o mordo e tento correr, mas outro me agarra pelos cabelos.

- essa vadia me mordeu, mas vai me pagar caro mais tarde

- relaxa aí, e deixa que eu cuido dessa aqui.

Grito por socorro ao ver que uma senhora passava na hora perto de nós, mas fui jogada na Van juntamente com a Lany, nossas bolsas foram retiradas de nós.

- sabia que era armação daquela cobra.

Lany resmunga enquanto se ajeita no piso da Van, ela está realmente com dor, posso ver pela sua expressão.

- machucou em mais algum lugar além do seu pé?

- não, e você ?

- meu pulso, acho que cai em cima da minha mão na queda

- para onde nós vamos ser levadas?

- eu não sei, mas com certeza isso é obra de Kassandra, nem sei por que decidi encontra-lá.

Me sinto muito culpada e muito burra, não sei por que fui dar ouvidos a minha irmã, está sempre me fazendo de idiota e eu ainda esperando que ela não seja uma criatura tão mesquinha.

Meu celular começou a tocar frenéticamente, vejo que o brucutu que mordi esta com minha bolsa, começa a revirá-la em busca do meu celular.

- parece que seu delegadinho de merda está ligando, vamos ver o que ele quer.

O sorriso cheio de maldades no rosto daquele homem me dava calafrios, confesso que estou realmente com medo, vi que eles estão armados.

Ouço o maldito atender meu telefone e conversar com com o Dante, ele quer fazer uma troca, nós pela Nick, mas a Uriel não está atendendo as ligações do Dante, o que será de nós?

Olho para Lany e temo por nossas vidas, esses homens costumam não brincar em serviço, e eu realmente me sinto traída mais uma vez pela minha irmã, sou seu próprio sangue, mas ela simplesmente ignorou tudo isso.

***

Nos prenderam em um galpão velho, o cheiro é bem forte, parece estar abandonado a um certo tempo.

Amarraram nossas mãos em uma grade velha, amarram meus pés também, mas como Lany está com o pé torcido acabaram deixando o pé desamarrado.

Ouço barulho de saltos, parece que alguém está vindo até onde estamos presas, a porta se abre e uma figura feminina conhecida aparece.

Posso ver o rosto de Kassandra, a iluminação está péssima, mas posso ver seu rosto, parece estar enojada em me ver.

- oi irmãzinha, quanto tempo não te vejo

- por que está fazendo isso Kassandra?

- querem a tal da Nick de volta, e a única forma foi sequestrar você

- o Dante não sabe onde a Nick está

- o tio Dante vai dar um jeito de achá-la, afinal você pelo visto significa alguma para ele.

Vejo Kassandra se abaixar próximo a mim, tomar meu rosto em sua mão magra e longa, suas unhas estavam bem afiadas.

- você sempre teve sorte com os homens, mesmo sendo uma garota tão sem sal, não sei como conseguia conquistá-los, com certeza sou muito mais bonita do que você

- só se for nos seus sonhos querida.

Lany e sua língua afiada, conhecendo bem a minha amiga era meio óbvio que ela não iria ficar quieta.

- quer saber de uma coisa Lany, eu nunca fui muito com a sua cara, sempre te achei muito brega e maloqueira

- enfia no cu a sua opinião sobre mim rapariga.

Kassandra caminha em direção a Lany e pisa em cima do tornozelo machucado dela com seu salto alto, ouço o grito de dor da minha amiga, sinto uma imensa raiva e uma grande vontade de esganar a minha irmã.

- se tornar a abrir a sua maldita boca, eu corto seu pé fora.

Minha irmã sai do cômodo onde estamos batendo a porta, Lany continua gemendo de dor.

- o que nós vamos fazer? Será que alguém vai conseguir nos encontrar?

- fica calma, tenho certeza que o Atticus e o Dante vão nos encontrar, e quando nos encontrarem eu vou aceitar namorar com aquele garoto, juro que vou quetar meu facho

- vou me lembrar disso quando sairmos daqui.

Dei um pequeno sorriso para minha amiga, estava mais do que claro que ela estava tentando esconder o seu nervosismo e o medo através de falas descontraídas.

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