Capítulo 26

725 69 6
                                    

"Marianne, ele disse, não sou religioso,

mas às vezes acho que Deus fez você pra mim"

- Pessoas normais

Jules Uwimana

Me jogo na cama gigantesca da casa real ( eu nunca vou me cansar disso ) enquanto falo com Ethan pelo telefone e o atualizo de tudo. Achei que era impossível, mas eu sentia que meu sorriso crescia cada vez mais ao me lembrar do dia de hoje, especialmente do meu beijo na chuva com a loira.

É clichê disser que eu gostei ? Em si, beijar na chuva é clichê, eu vivo um eterno clichê e não quero que isso acabe.

Ethan solta um grito que poderia se ouvido do outro lado do mundo e tenho que afastar um pouco mais o celular da video chamada que faço com ele para preserva o resto da minha audição que se restou.

- Você beijou a porra da princesa da Holanda, Jus - ele tossiu sem acreditar e rio da situação mas sem tirar o sorriso e a felicidade que isso me causa, mesmo que eu quisesse não conseguiria.

- Eu sei - enfio meu rosto no travesseiro pra procurar minha dignidade, se e que eu tenho uma.

- Você podia me arrumar o irmão dela - caçoa e grito seu nome em repreenção.

Ethan rir com vontade antes de olhar para mim com um sorriso no rosto. E agora isso me faz me lembrar a saudade que sinto dele, de estar todos os dias falando com ele e estando com ele.

Nos olhamos por alguns segundos e conseguia sentir que seu olhar me trazia a mesma questão, eu pensava que as pessoas não se importavam tanto comigo assim, que alguém não se sentiria assim por minha causa, mas Ethan me mostra completamente ao contrario, ele me mostra a gente tem muita coisa ao redor e que deveria apreciar isso. Dizem que transforma a vida assim, vê a beleza nas pequenas coisas e ruim, mas se não acharmos nas pequenas, como iremos achar em outro lugar ?

- Estou com saudades, Jus - sua voz e fraca e doce do outro lado.

- Você vai me fazer chorar - aviso.

- Você me fez assistir "As quatro vidas de um cachorro " , lembra ? -

- Você chorou tanto -

- Exato, agora é minha vez - o moreno rir alto e rio por causa da sua risada.

- Vou dormi - me ajeito na cama - Numa cama real, sabia ? - questiono.

- Quem disse que eu nunca dormi numa cama dessas ? - implica.

- Eu ? -

- Tchau, Jules - se despede desligando antes de eu responder.

Olho para o teto jogando meu celular ao meu lado e fazendo que nem aquelas velhas de trinta anos, pensando em algo.

E estranho acreditar que amar e fácil ? Que não e complexo nem doloroso, você simplesmente ama e odeia coisas ao seu redor, especialmente pessoas. Dois corpos diferentes, dois corações presos ao outro de forma cuidadosa, que pessoas que se amam dizem e não tem medo disso, porque amor é isso, você não tem que ter dúvida você só ama ou não. Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha em certo ponto, também. E quando elas vão embora, temos a impressão, de que levou tudo e nem sequer deixou algo, mas a verdade e que só o passado nos leva a se perde, não as pessoas em si. Claro que elas nos quebram, mas nós escolhemos nos quebrar.

Ouço a porta sendo aberta e encontro Amélie com um pijama de homem-aranha, bem fofo por sinal, a encaro enquanto a mesma vem até mim depois de fechar a porta.

- Homem-aranha ? - pergunto sorrindo pra ela que tenta esconder um sorriso.

- Você não sabia ? - balaço a cabeça em negativa - Eu, no meu tempo livre, sou o homem-aranha - sento na beira da cama e a loira para entre minhas pernas.

- E mais provável você assaltar uma loja de roupas do que salvar vidas, princesa - encaro seus olhos azuis e vejo suas pupilas totalmente dilatadas, acho que nunca pararia de admirar ela, se pudesse, passaria o dia todo só ao lado dela.

- Eu acho muito mais provável eu roubar um beijo seu, tulipa - ela diz se abaixando e beijando meus labios enquanto sua mão direita vai ao meu pescoço.

Sinto como se todo meu sistema nervoso divese em colapso, essa loira de 1,70 meche comigo do jeito que ela mais ama e sabe disso. Nos separo e ela me olha como se perguntasse: O que foi, tulipa ?

Sei muito bem que ela usaria o tulipa.

- Você veio aqui só para me beijar ? - pergunto a loira que se deita na cama sem elegância alguma.

- Você não me deixou te levar para algum canto do castelo para beija-la loucamente, então vim aqui - jogo um travesseiro nela que rir em seguida - Porque você gosta de jogar travesseiros em mim ? -

- Porque você merece - lhe respondo me ajeitando ao seu lado.

- Está com sono ? - pergunta se levantando, me deito de lado para observar a mesma.

- Um pouco, e você ? - ela apaga a luz do quarto e volta ao mesmo local em que estava na cama.

- Não muita - ela diz e mesmo no escuro consigo perceber seu olhar focado em mim - No que está pensando ? - pergunta curiosa.

- Porque mesmo depois do que eu fiz, você quer ficar comigo ? - a olho com dúvida, aquele assunto seria um daqueles proibidos que casais não falam ?

Mas nunca surgiu um assunto assim para mim e a loira, em que a gente não conversava sobre. Mas minha dúvida ainda era grande diante a isso.

Ela chega um pouco mas perto e sinto sua perna longa tocar na minha de leve e se apoiar nela com delicadeza.

- E difícil odiar alguém que você realmente gosta, que você faria de tudo, Jules - ela mesmo no escuro ajeita uma mecha do meu cabelo - Quando você disse que gostava de mim, eu tive certeza do que deveria fazer. Eu não queria ficar longe de você e não quero - um tempo depois diante ao meu silêncio ela me questiona - Respondi sua pergunta ? - por algum motivo a imagino sorrindo em meio a essa escuridao a nossa volta.

- Com toda clareza, minha princesa- logo em seguida sua mão foi até a minha a acariciando de leve.

Alguns minutos depois, quase estou dormindo, quando ela me chama.

- Jules - murmuro um oi cansado - Eu não sou uma dessas pessoas religiosas, mas às vezes penso que Deus vez você para mim, como me fez para você -


A nossa versão da realeza ( Sabrina Carpenter x You)Onde histórias criam vida. Descubra agora