Capítulo 2

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Lillian G. Dixon

Eu estava sentada no chão do quarto do bebê, tentando montar sozinha uma mesinha de centro. Música tocava no meu MP3 e eu cantarolava distraída.

— Ta mesmo empolgada com o bebê.

Acabei dando um pulo de susto.

— Ai meu Deus, Aby. Quer me matar do coração? — Coloquei a mão no peito.

— Foi mal. — Ele riu. — Eu só vim trazer uma coisa, pro seu filho ou filha. Eu bati na porta mas ninguém atendeu, ouvi a música e resolvi entrar.

— Eu poderia estar de calcinha, sabia?

— Eu já te vi de calcinha.

Me senti envergonhada lembrando de quando Jesus apareceu e em casa e eu saí de blusa e calcinha.

— Depois que você engravida, perde toda a dignidade. — brinquei fazendo-o rir.

— Vem, abre seu presente.

Ele estendeu as duas mãos me ajudando a levantar.

— Que fofo, o que você trouxe?

— Eu não sei bem, é aquele negócio que gira pro bebê dormir. — Ele me mostrou.

— Que lindo! É um móbile musical. — Peguei o presente e apertei um botão, começou a tocar o instrumental de brilha, brilha estrelinha. — E ainda funciona, como conseguiu?

— Na mesma casa que seu irmão conseguiu aquilo. — Ele apontou pra minha bomba de leite. — Tava quebrado e o Eugene concertou. Eu só... sei lá, pensei que seu bebê fosse gostar. Mas como ele ainda não pode ver, espero que você goste.

Acabei rindo, Abraham parecia sem jeito.

— É muito gentil. — O puxei para um abraço. — Obrigada, Aby. Foi muito legal.

Me aproximei do berço e o prendi lá com à trava.

— E o que você tava fazendo?

— Eu ganhei aquela poltrona, e achei essa mesinha no sótão. Queria colocar ela do lado da poltrona, eu só tenho que colocar as pernas, mas por algum motivo sempre fica mole e cai.

— Deixa eu dar uma olhada.

Ele se sentou no chão e começou a analisar.

— Você tá colocando parafusos muito pequenos, não tem maiores?

— Nem ideia. — Empurrei a caixa de ferramentas pra perto dele. — Peguei na garagem, é do Daryl.

Ele começou a fuçar a caixa de ferramentas. Me sentei ao lado dele.

— Por que não pediu pro seu marido montar pra você? — Ele questionou enquanto pegava os parafusos certos.

— Eu tava com desejo de carne de esquilo, Daryl foi caçar. Desde que meu pai falou que o bebê nasce com a cara do desejo, ele corre atrás de qualquer comida que eu esteja com vontade.

Loving in hell Ⅱ- Daryl Dixon •TWD• Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora