Tempo

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Três meses se passaram desde que Cheryl deixou o hospital, mas a sombra do trauma ainda pairava sobre ela. Enquanto Toni retornava aos campos, encontrando consolo no esporte que tanto amava, Cheryl lutava para retomar sua vida como atriz. O medo persistente dos toques a deixava ansiosa e retraída, mesmo na presença reconfortante de Toni.

À medida que os dias passavam, a tensão entre elas aumentava. Toni, desejando confortar Cheryl, sentia-se frustrada e impotente diante da barreira invisível que separava seus corpos. Cada tentativa de contato físico era recebida com hesitação e recuo por parte de Cheryl, deixando Toni se sentindo rejeitada e magoada, ela compreendia que não era fácil para a ruiva, mas mesmo assim, ela era sua namorada poxa.

A comunicação entre elas começou a se deteriorar, com ressentimento e incompreensão se acumulando. Cheryl se culpava por não conseguir superar o trauma mais rapidamente, enquanto Toni se perguntava se ela seria capaz de lidar com a situação a longo prazo.

O amor que uma vez uniu seus corações agora estava sobrecarregado pelo peso do sofrimento não resolvido. Ambas ansiavam pela conexão que parecia escapar delas, mas o abismo entre suas emoções parecia crescer a cada dia que passava.

Toni entrou no quarto, sentindo o peso do treino em seus músculos cansados. Seus olhos se encontraram com os de Cheryl, que estava absorta em seu livro na cama. Com um suspiro de alívio, Toni começou a despir a camisa, revelando seu corpo suado, consciente do olhar de Cheryl sobre ela.

Cheryl levantou os olhos do livro, observando Toni com admiração silenciosa enquanto ela se movia com graça pelo quarto, ainda sentia desejo pelo corpo da namorada, mas o medo era maior. A luz suave do entardecer banhava o ambiente, destacando os contornos dos músculos de Toni, que pareciam esculpidos pela atividade física.

Toni, percebendo o olhar de Cheryl sobre ela, sentiu um calor subir às suas bochechas, misturado com uma sensação de vulnerabilidade. Ela se perguntou se Cheryl ainda se sentia desconfortável com a proximidade física entre elas, ou se talvez houvesse uma centelha de desejo por trás daquele olhar.

Em meio ao silêncio tenso, Toni decidiu quebrar o gelo, tentando dissipar a tensão que pairava no ar. –

–Como foi o seu dia, Cheryl?-ela perguntou, sua voz suave carregada de esperança por uma conexão genuína entre elas.

–Toni, eu sei que tem sido difícil para você lidar com tudo isso. Eu queria poder superar esse medo mais rápido, mas está sendo um processo longo e doloroso para mim.- já abordou a morena, cortando o clima.

Toni, consciente da atmosfera carregada entre elas, não queria entrar naquele assunto delicado que pairava sobre o relacionamento, mas não tinha mais como fugir.

Com um sorriso gentil, Toni se aproximou da cama onde Cheryl estava sentada e sentou-se ao seu lado. Ela colocou a mão sobre a de Cheryl, transmitindo um gesto de carinho e apoio.

–Eu sei, amor. Eu só... sinto falta de como éramos antes, de como éramos próximas. Parece que estamos nos afastando cada vez mais, você não tem culpa.

–Eu sinto o mesmo, Toni. Eu odeio ver como isso está afetando nossa relação. Mas não sei como superar esse medo.

–Eu só quero estar perto de você, Cheryl. Quero poder tocá-la, abraçá-la, sem te machucar mais. Mas parece que não consigo fazer nada certo.

–Não é culpa sua, Toni. Eu sei que você está tentando. Eu só... ainda não me sinto segura o suficiente.

–Eu entendo. E eu não vou te pressionar a fazer algo que te deixe desconfortável.

Cheryl olhou para Toni com determinação, sentindo um impulso de se abrir para ela.

–Toni, eu... estou disposta a tentar algo mais íntimo, se isso ajudar a reconstruir nossa conexão.-ela disse, sua voz carregada de vulnerabilidade.

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⏰ Última atualização: May 25 ⏰

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Sob os flashes - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora