02:32 am
Alesund, NoruegaQue frio do caralho! Penso.
Não é como se na Rússia não fosse frio, mas é diferente de você estar num lugar caindo neve em plena duas da manhã!
Olho a hora no meu Rolex no pulso esquerdo. 02:33. Trinta e três minutos atrasado.— Nikolai, ligue para aquele cherv', e avise que se der três da manhã e ele não estiver aqui, a cabeça dele vai rolar.
— Sim senhor.
Volto a olhar ao redor. Fazia tempo que eu não vinha a Noruega, muito tempo mesmo. O único motivo para eu estar aqui é o fato da minha carga ter atrasado e aqui ser o lugar mais próximo. Afinal não posso deixar uma carga de mais de meio milhão em armas simplesmente não ser entregue a mim.
Solto o ar pela boca e observo enquanto a fumaça branca se dissipa no ar.
Aqui estava calmo, calmo até demais. Senti meu celular vibrar e quando olhei era uma mensagem de Maxim."Tome cuidado, não abaixe a guarda, e venha logo, não sou a nyanya dos seus mladentsy barbudos."
Tive vontade de rir com a mensagem, Maxim sendo o antisocial de sempre!
— Dmitri, ele disse que falta pouco para chegar.
— Pegue três soldados e faça uma varredura pelo local. Algo aqui não está me cheirando bem.
— Sim senhor.
Nikolai escolheu os três soldados que puseram suas armas em mãos e saíram.
Olhei novamente ao redor e vi o caminhão ao longe. Finalmente.
Mas as coisas mudaram da água para o vinho. O caminhão explodiu deixando todos em alerta. Destravei o meu fuzil e prestei atenção aos sons ao meu redor, mas não havia nada além das chamas que crepitavam, queimando uma parte da minha fortuna.E da mesma maneira que a explosão aconteceu, sete tiros foram disparados. Todos de uma só vez, e todos com um único alvo: eu.
Eu não sentia mais nada, todos os meus sentidos estavam sumindo aos poucos. Caí no chão e olhei ao redor e vi os soldados atirando ao ermo e Nikolai vindo até mim.
— Dmitri! Dmitri... pokha.
E aos poucos tudo sumiu. Não havia vozes ou dor, era tudo um completo e o mais pleno silêncio.
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Silêncio. Isso é tudo o que eu ouço, ou séria o que eu não ouço? Quanto tempo eu estou aqui?
— Dmitri. — Ouvi uma voz doce chamar.
Quem mais poderia estar aqui? Eu não consigo ver ninguém.
Uma risada. A risada mais linda que eu já ouvi.— Dmitri!
— Quem está aqui?
— Sou eu Dmitri.
— Quem?
E de repente uma garota surgiu a minha frente. Ela é linda, cabelos castanhos, pele bronzeada, olhos verdes e um sorriso cativante.
— Quem é você?
— Isso é algo que você tem que descobrir. — Sorriu. — Você tem que acordar e me encontrar Dmitri.
Sua mão tocou o meu rosto com carinho, e foi se aproximando até tocar seus lábios macios nos meus. Fechei os olhos e aproveitei a sensação daquele beijo.
— Eu vou te encontrar! — falei com convicção.
— Eu sei que sim.
Ela sorriu novamente e se transformou em várias borboletas.
— Eu vou te encontrar, babochka!
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Quando ela passou por aquela porta eu tinha certeza de que eu estava alucinando, mas não, ela realmente é real. Depois de todos esses anos eu finalmente te encontrei meu amor, e eu não vou deixar você ir.
Glossário:
• cherv': verme.
• nyanya: babá
• mladentsy: bebês
• pokha: poha
• babochka: borboleta
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Minha doce Obsessão
RomanceDmitri, após um acidente que o leva ao coma, é assombrado por sonhos vívidos com uma misteriosa mulher, Sofia Cooper. Dez anos depois, ao encontrá-la na vida real, sua obsessão se intensifica. Ao se aproveitar do sequestro da prima de Sofia, Dmitri...