XXI

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Sophia Cooper


Hoje acordei motivada, afinal, agora sou dona de uma empresa, o que significa que poderei sair mais de casa. Dmitri disse que teria que sair para resolver um problema e que quando voltasse poderíamos ir.

Coloquei a minha roupa e treinei, tento ao máximo me manter em forma. Dou dois chutes seguidos no saco de areia e depois mais um murro.

— Mais forte — diz uma voz atrás de mim.

Olho para trás e encontro Nikolai.

— O que aconteceu com você? Andou sumido.

— Podemos dizer que seu marido tem muitos métodos para afastar alguém.

— Sinto muito por isso.

— Não, sinta. Admiro Dmitri por quem ele é, mesmo que ele seja um psikhopat, ublyudok.

Rimos.

— Quer me ajudar a treinar?

— Adoraria, mas prefiro manter minhas bolas no lugar.

Foi impossível não rir, na verdade, do grupo Nikolai é o mais simpático, enquanto Maxim é como se fosse o pai de todos e Dmitri? Bem, não sei ao certo como ele se encaixaria, acho que como um maluco obsessivo.

— Sabe aonde ele foi?

— Não, ele só mandou vir e te dizer que vai ter que se atrasar.

Suspiro. Estava tão animada para ir logo.

— Tudo bem. — Olho o relógio na parede. 11:23. — Será que você pode ao menos me ajudar a fazer o almoço?

— Acredito que sim.

Saímos de lá e enquanto ele ia lavando o que eu disse que iria precisar, fui tomar um banho rápido.

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— Me conte sobre você. — Pego o tempero e começo a cortá-lo na panela.

— Não tem muito o que contar.

— Eu aposto no contrário.

Olho para ele o incentivando a falar.

— Nikolai Abramov, trinta e oito anos, cresci em um orfanato já que os meus pais me abandonaram quando eu tinha cinco anos, com dezoito anos fui para os Estados Unidos e entrei no exército, mas…

— Mas?

— Fui expulso alguns anos depois por matar meus superiores.

— Quantos e qual o motivo? — Pego outra panela.

— Sete.

— E o motivo?

— A guerra não é nada justa, em nenhuma das partes. — Seu olhar fica vago como se voltasse para os anos em que foi combatente. — Eu havia dado uma nova alternativa para que vidas fossem polpadas, as crianças são as que mais sofrem com a guerra, e eu faria de tudo para que elas fossem as menos afetadas. Mas não era isso que os meus superiores queriam, eles explodiram um armazém com centenas de crianças, eu ainda consigo sentir o cheiro de enxofre e carne queimada. Tudo o que pude fazer foi olhar.

Seu olhar se tornou como uma chama, ou melhor, um incêndio. Ele ainda sente a raiva queimando e aposto que, se tivesse a chance de matá-los novamente, o faria de maneira ainda mais brutal.

Toco em seu braço o trazendo para o presente.

— Me desculpe.

— Não tem nada para se desculpar. No final das contas eles mereceram.

Minha doce Obsessão Onde histórias criam vida. Descubra agora