III

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Dmitri Ivanov

No ringue estava Sofhia lutando com dois dos meus homens. Que merda eles estão pensando?
Dei ordens bem claras para que ninguém tocasse em um fio de cabelo dela e eles resolvem brincar de UFC? Sinto meu sangue esquentar nas veias, mas me acalmo, ou pelo menos tento. Agora eu entendo porque a pergunta sobre quanto tempo eu iria demorar, ela sabia que se eu soubesse disso, teria dado um jeito de vim nem que fosse me teletransportando.

Não podia mentir, ela estava muito sexy, com aquela calça leg branca e um top preto. Mas claro que senti a raiva retornar por saber que ela está vestida assim numa acadêmia que os meus homens usam para treinar e onde no momento tem quase trinta, todos com os olhos focados nela, alguns com malícia, outros com admiração, e outros com o que parecia ser inveja.

Sofhia derruba o primeiro homem, depois dá uma rasteira no segundo e ganha a luta. Quando ela me viu foi como se tivesse visto um fantasma.

Gosto dessa expressão em você babochka, gosto mais do que deveria.

Devido a não ter passado do batente da porta, a grande maioria não me viu, porque se tivessem me visto, garanto que não estariam a olhando assim.

— Que Der'mo está acontecendo aqui?

—Achei que ficaria mais uma semana na Noruega — disse Sofhia se sentando no ringue. — Que bom que voltou.

Fui me aproximando até estar frente a frente com ela, e Pokha, como essa mulher consegue ser tão linda até assim, suada, com alguns fios de cabelo grudados no testa, e com a trança boxeadora frouxa.

— O que está aprontando Sofhia?

— Um desafio.

— Quer me desafiar?

— Sim, Maxim, Nikolai e os outros me disseram que você é um ótimo lutador, por isso eu quero te desafiar.

Ouviu-se um burburinho pela academia.

— Não sabe o que fala criança.

— Está com medo de perder, querido maridinho. — Sorriu com sarcasmo.

— Se você quer perder, tudo bem. — Entrei no ringue. — Mas não reclame quando a luta acabar. — Tirei a camisa e pude notar ela olhando para as minhas tatuagens, quase sorri com isso.

— Se eu ganhar você acaba com essa merda de casamento e eu vou embora daqui.

— Se eu ganhar, você sabe muito bem o que eu quero. — Sorri malicioso e vi sua postura ficar tensa.

— Desafio aceito.

Você não imagina o prazer que terei em ganhar essa luta.

Ela é rápida, deu um chute na minha costela e tentou dá outro em meu rosto, mas eu segurei seu pé, o que deixou sua perna estendida, então dei-lhe uma rasteira.

— Você ainda não é páreo para mim.

— Não cante vitória ainda, babaca.

Em um movimento rápido ela se levantou e desferiu dois murros, um no meu abdômen e outro em meu rosto.

— Como eu estava esperando para fazer isso. — Sorriu.

Confesso, ela é corajosa, afinal, não é qualquer pessoa que enfrentaria um homem de dois metros e dez de altura, ainda mais sendo pequena como Sofhia é comparada a mim, um metro e sessenta e sete.

Ok, princesa, vamos brincar!

Agarrei seu braço e girei para trás colando nossos corpos.

— Eu vou adorar ter você assim só que sem essa roupa, deitada na minha cama, enquanto eu te fodo — sussurrei em seu ouvido.

Pude ver quando seus pelos se arrepiaram. Ela deu-me uma cotovelada e conseguiu se desvencilhar do meu aperto.

— Só nos seus sonhos, maridinho. — Deu ênfase na última palavra.

A luta continuou, claro que eu não estava lutando "de verdade" não queria machucá-la, mas também sabia que ela precisava disso, descontar a raiva em alguma coisa, ou alguém.

— É Dmiri, acho que você não vai me ver mais, eu vou voltar para a minha vida, minha casa, e também para as minhas festas.

Não Sofhia, você não vai voltar.

Em um movimento rápido a agarrei pelo pescoço e a derrubei no chão. Quando ela fez menção a reagir apertei um pouco mais.

— Saíam todos! — ordenei.

— Dmitri por favor-

— Saia Nikolai, eu quero ficar a sós com a minha mulher.

Lentamente tomos foram saindo, deixando apenas nós dois.

— Me solta Dmitri! — esbravejou.

Como eu estava ajoelhado, e ela estava deitada no chão, e puxei pelo pescoço deixando o seu rosto próximo ao meu.

— Parece que eu ganhei, cadê o meu prêmio? — Sorri com escárnio.

— Vai se ferrar!

— Que boca suja, querida.

— Eu nunca vou ser sua.

Aproximei ainda mais os nossos rostos fazendo os nossos narizes de tocarem. Notei quando Sofhia desceu os seus olhos para a minha boca e ficou um bom tempo lá.

— Sinto em lhe dizer Sofhia, mas você já é minha.

A soltei e saí do ringue.

— Aproveitou a viagem?

Sorri. Por que não provocar um pouquinho?

— Você não imagina o quanto, acredito que Noruega que deveria ser o lugar dos prazeres e não Vegas.

Olhei para ela e sorri descaradamente, e pude ver sua expressão ficar séria. Antes de sair da acadêmia pude ouvi-la dizer:

Maledetto traditore.

É Sofhia, você é mais minha do que pensa, chegou a hora de pôr meu plano em prática.

★★★★★

Glossário:
Maledetto traditore: traidor de merda.
Der'mo: merda

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