XI

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Dmitri Ivanov

Observo o homem sair de sua casa e fazer o mesmo caminho dos últimos quarenta dias. Desde que cheguei à Islândia não perdi Antony de vista. Invadi suas câmeras de segurança e os monitoro dia e noite. Antony acorda às quatro da manhã, faz o café para suas filhas, enquanto sua mulher está trabalhando no hospital e só volta meio-dia, levava as filhas para escola, depois ia até a sede da máfia ou então resolvia alguns "assuntos" para o chefe, não vamos ser eufemistas, ele mata pessoas que não fazem as coisas da maneira certa, ou que estão no caminho, depois ele volta para casa, toma banho, come e transa com a sua mulher quando ela está em casa e quando não está, espera as filhas dormirem e vai para um clube, mas não qualquer clube, e sim um que obriga menores de idade a se prostituírem algumas estão lá por serem sequestradas, outras porque precisam do dinheiro, e outras porque gostam disso, mas no final das contas não importa o motivo, são crianças. Eu não sou o homem mais santo da Terra, não, tenho certeza que quando eu morrer irei queimar no inferno, e para falar a verdade, mereço, mas nunca tocaria em uma menor, nem se ela se esfregasse em mim, como uma cadela no cio, a maioria das garotas são drogadas para aguentar transar com vários homens por noite.

Quando o homem sai, espero um pouco e depois me aproximo da casa, eu gosto disso, de participar de todas as missões que eu mesmo imponho, porque além de mostrar para aqueles que me seguem que eu não sou um trouxa me traz adrenalina.

Bato na porta e espero, ouço passos e a porta logo se abre.

- Posso ajudar? - A mulher de olhar cansado perguntou.

- Claro que pode. - Sorri ao ver seus olhos se arregalarem ao olhar para trás de mim e encontrar vários homens.

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- Amor cheguei - gritou o homem. - Você não vai acreditar no que aconte...

- Olá Antony. - Sorri.

Ele colocou as mãos na cintura, pronto para puxar sua arma, mas foi impedido por Nikolai, que o golpeou na têmpora.

- Que falta de educação expulsar as visitas assim.

Os homens colocaram ele sentado na poltrona em frente a minha, amarrando suas mãos.

- O que quer comigo? Como me achou? Por favor, deixe a minha família em paz.

Ele olhou para as três que estavam amarradas no sofá, chorando, e eu ainda nem comecei a fazer nada.

- Te achar não foi assim tão difícil, e o que eu quero? Deixe-me pensar. - Coloquei a mão no queixo fazendo um drama. - Ah, lembrei, você mexeu com quem não devia.

- Eu não fiz nada com você, faz anos que nem piso na Rússia.

- Verdade, mas sabe de uma coisa, eu revistei a sua casa e encontrei algumas coisas. - Peguei todas as fotos de crianças que me deixaram enojado e coloquei na pequena mesa a sua frente e apontei para uma em específico. - Essa garota, lembra o nome dela?

Percebi em seus olhos que sim, não apenas conhecia como desejava, tive que me concentrar para não pegar minha arma e atirar no que faz ele ser homem.

- Nunca vi essa garota, não sei nem de quem são essas fotos.

Isso Antony, mente para mim, que eu gosto, você não imagina o quanto eu gosto.

- É mesmo?

Me levantei e me aproximei da garota mais velha por trás, segurando seu pescoço e apontando a arma para sua cabeça.

- E agora Antony? Você lembra da garota?

- Deixa a minha família em paz.

Apertei o pescoço ainda mais cortando a circulação de ar.

- Você lembra, Antony? - perguntei seriamente.

- Sim - gritou. - Eu conheço a garota.

- Que ótimo, me conte sobre ela.

Soltei o pescoço da garota e me sentei ao seu lado, com a arma apontada para sua barriga.

- So-Sofhia Cooper, eu dava aulas de natação para ela, ela tinha sete anos nessa época.

- Por que tem essas fotos dela?

- É normal um professor ter foto de suas alunas.

- Enquanto elas estão trocando de roupa? Acho que não. O que fez com ela?

- Nada.

Destravei a arma.

- Tem certeza disso?

- Eu, tocava nela, nada de mais.

- Nada de mais. - repeti para tentar entender o que ele estava falando, mas não sou tão doente ao ponto de entender quem tem desejo por uma criança. - Nada de mais não é mesmo? Alessandro?

- Sim senhor.

- Toque na garota.

O homem me olhou como se eu estivesse com uma foice atravessada na minha cabeça. Mas me obedeceu, começando pelos ombros.

- Deixa ela em paz, ela só tem quinze anos.

- E a minha mulher só tinha sete quando você a molestou.

- S-sua mulher???!!!

- Você tocou na minha Sofhia, e sabe o que isso significa?

- Não.

- Significa que você vai morrer. Acho bom que tenha aproveitado a sua vida inútil enquanto a tinha, porque eu serei o último rosto que você verá nos próximos quinze dias. Por todas as quinze vezes que você colocou essas mãos sujas nela.

- Não por favor - implorou.

O olhei com indiferença, seres como ele não merecem perdão.

- Me perdoe Dmitri.

- Quem perdoa é Deus e adivinhe? - Me aproximei e agarrando seu pescoço o obrigando a olhar para mim. - Eu posso ser tudo, menos Deus.

Sorrio com seu olhar aterrorizado, mas nenhum se compara ao dela.

- E para começar com o seu sofrimento.

Faço um sinal para Nikolai que entende e já fica em posição.

- Aproveite o show.

E então todos os meus homens atiram contra a família de Antony, deixando o sofá ensopado com sangue e restos de carne humana. O homem gritava e esperneava como uma criança, você vai sofrer como aquelas crianças, maldito.

- Levem-no.

O agarraram pelos braços o levando embora, fico ali olhando a cena, que não é das melhores.

- Precisava mesmo disso? - Nikolai perguntou.

- Sim, aqui vai uma regra, nunca deixe a família de um inimigo viva, nunca se sabe quando vão resolver se vingar. Agora vamos, temos muito trabalho a fazer.

Saí dali e segue caminho até o armazém que eu havia alugado e onde eu brincaria com o maldito Antony.

Minha doce Obsessão Onde histórias criam vida. Descubra agora