XIII

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Sofhia Cooper

Meses depois…

Acerto mais um tiro bem na cabeça do boneco. Nesses meses que se passaram, eu e Dmitri tivemos… como posso chamar? Uma melhora no nosso relacionamento? Não… na nossa convivência. Ao menos, eu não tenho mais vontade de o matar toda vez que o vejo e ele nunca mais se aproximou de mim, o que foi ótimo, porque não sei o que sinto por ele.

Maledetta síndrome de Estocolmo.

Ouço palmas e viro meu rosto, encontrando Dmitri próximo à porta.

— Você melhorou bastante, já sabe usar armas, facas, até flechas, só falta aprender a me derrotar.

— Já olhou o seu tamanho e o meu? É, acho que não, você é o dobro de mim.

— Isso não deve ser um empecilho, caso algo aconteça e seu adversário for maior que você, o que fará? Vai deixar ele te levar?

— Por que está falando como se eu fosse ser sequestrada? O que seria irônico, eu ser sequestrada do meu sequestrador.

— Estou te preparando porque…

— Por quê? — O incentivei a continuar.

— Nada, se arrume hoje à noite, iremos a uma boate, e nada de roupas muito decotadas.

— Usar roupas decotadas? Pode deixar.

— Sofhia — disse sério me repreendendo.

— O que foi? Vou me vestir conforme o local. — Sorri com ironia.

— Você foi avisada, se eu matar alguém a culpa será sua.

Ele saiu e eu revirei os olhos, o que ele tem de gato tem de chato.

☠️🖤☠️🖤☠️🖤☠️

Olho para a mão de Dmitri segurando o volante, ele está calado desde que entramos no carro, não deveria, já que troquei de roupa quatro vezes porque ele disse que mostravam demais, agora que estou com esse vestido que ele mesmo comprou, ele está emburrado. O vestido é até o meio das coxas, todo de paitê preto, com um decote em V não muito fundo, com as alças finas e para acompanhar coloquei uma bota que vem até os joelhos, preta. Look mais comportado que esse para ir a uma casa noturna não existe.

Olho para a aliança em meu dedo, com uma pequena borboleta que encaixa perfeitamente com a de Dmitri. Talvez se fosse em outra situação, ou se ele não tivesse começado errado, nós estaríamos muito melhores.

Só percebo que chegamos quando Dmitri estaciona, porém, ainda continua imóvel. Olho sem saber o que fazer, não confio em Dmitri em um carro junto comigo, ou melhor, não confio no meu corpo traidor com um Dmitri calado e possivelmente irritado e sexy.

Dmitri estava com uma jaqueta de couro com correntes, uma blusa branca colada que destacava todos os seus músculos (ainda bem que ele está de jaqueta ou eu seria obrigada a matar quem o olhasse com os mesmos olhos com os quais estou olhando). O que estou dizendo, ficar com Dmitri, não está me fazendo bem. Para completar, está com uma calça preta e coturnos, sem falar dos anéis que estão ao redor de seus dedos e por um momento sinto inveja deles.

— Ouviu?

— Ah… Não, desculpa, me distraí.

— Se precisar sair do meu lado me avise, fora isso nada de gracinhas, não estou aqui para me divertir e sim para fazer negócios, não abra a boca se não for necessário. Entendeu?

— Não sou um robô e tão pouco uma boneca de porcelana, Dmitri. — Despejei de forma ácida, se ele acha que pode falar comigo do jeito que quiser está redondamente enganado.

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