IX

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Dmitri Ivanov

Percebo que Sofhia dormiu quando sua respiração em meu pescoço se torna calma. A coloco na cama e vejo sua bunda vermelha, com a marca da minha mão.

"Da próxima, espero que não tenha que lhe causar dor babochka."

Saio do quarto e desço procurando uma pessoa em específico, ao chegar na sala o encontro, mexendo no computador.

- Por que fez isso? - perguntei.

- Ela precisava saber da verdade, Dmitri. - Maxim respondeu.

- Você desligou o sistema de segurança do meu quarto, foi contra uma regra bem clara minha, e ainda diz que ela precisava saber a verdade? Não Maxim não precisava. E por que você está tão interessado agora?

- Espero que não esteja supondo o que acho que está. A sua mulher tem idade para ser a minha filha, na verdade, se a minha filha estivesse viva, teria a idade dela.

- Assim, espero Maxim, seria horrível se eu tivesse que matar um hacker tão bom.

Ele estreitou os olhos em minha direção, e talvez eu tivesse exagerando, mas a mínima ideia de um homem com outros pensamentos com a minha Sofhi fazia uma fúria se acender em mim. Minha vontade é de colocá-la em um potinho e mantê-la guardada só para mim.

- Mande Nikolai comprar algumas pomadas para assaduras.

- O que você fez com-

- Da minha mulher cuido eu, Maxim. Agora faça o que pedi.

- Tudo bem. - Se levantou e saiu.

☠️🖤☠️🖤☠️🖤☠️

Já é tarde da noite, assim que Nikolai trouxe as pomadas que pedi, apliquei nas nádegas da Sofhi para que melhorasse a dor e a vermelhidão. Ela não quis descer para comer e eu respeitei isso.

Subo as escadas e me deito ao seu lado, fico olhando para o teto e pensando no que aconteceu.

Merda, eu perdi o controle. Com ela. Isso não poderia ter acontecido.

Suspiro, acho que Nikolai está certo, todo esse tesão acumulado não está me fazendo bem de várias maneiras. Passo as mãos em meu rosto e olho para ela que estava com o rosto virado para o outro lado, fecho meus olhos e tento dormir, mas o sono não vem. Saio do quarto e vou atrás de uma dose de uísque, só assim para eu conseguir dormir, quando me dou conta já bebi metade da garrafa de uísque e parece que eu nem bebi.

Maldita resistência a álcool.

Guardo a garrafa e volto para o quarto deitando-me e passando um braço pela cintura de Sofhia.

☠️🖤☠️🖤☠️🖤☠️

Acordo com sussurros assustados de Sofhia.

- Não, por favor, eu não quero Antony.

Me levanto e toco em seu braço.

- Sofhia acorda - sussurrei

- Não, não me toque, Antony, mamãe disse ser errado.

Que pokha é essa?

- Sofhia acorda - disse um pouco mais alto.

- Não! - gritou e acordou e despertou.

Levantei meu tronco e percebi que ela estava chorando, e parecia nem perceber que eu estava aqui.

- Sofhia voc-

Ela nem deixou eu terminar de falar e me abraçou, começando a chorar, mas não como quando eu a ninei, não, ela chorou até começar a soluçar. A abracei e depositei um beijo em sua testa.

- Calma pequena, eu estou aqui.

Não sei quanto tempo de passou, só sei que Sofhia demorou a parar de chorar.

- O que te deixou assim Sofhia?

Alisei seus cabelos e inalei o cheiro de baunilha que vinha dos mesmos.

- Só um pesadelo - sussurrou.

- Quem é Antony, Sofhi?

Ela ficou tanto tempo sem falar que achei que ela tinha voltado a dormir novamente.

- Por que tem tantos desenhos meus aqui?

Sabia que uma hora ela iria perguntar sobre isso, acho que Maxim está certo, talvez seja a hora de falar a verdade.

- Há dez anos sofri um atentado, me atraíram até a Noruega para que eu pudesse pegar um carregamento de mais de um milhão, eu fui lá e levei sete tiros, um deles atingiu uma véia que fica perto do coração, então fiquei em coma por três anos.

- Isso não responde a minha pergunta.

- É agora que você entra, enquanto eu estava em coma, em um lugar escuro e silencioso, eu vi você, você estava com um vestido e esse sorriso lindo que você tem e que nunca é direcionado a mim. Você pedia que eu te encontrasse, depois você me beijou e se transformou em várias babochkas.

- Borboletas - traduziu.

- Você lembra!

- Eu não estava tão bêbada ao ponto de esquecer.

- Então lembra as outras coisas que falou.

- Sim infelizmente. E a sua história é uma loucura, na época eu tinha doze anos!

Segurei o sorriso e a apertei mais em meus braços.

- Quem é Antony?

- Não quero falar sobre isso?

- Por favor, Sofhia, eu quero te ajudar.

Ouvi a mesma suspira e depois colocar a mão sobre o meu abdômen.

- Eu tinha sete anos, meus pais queriam que eu aprendesse a nadar, porque nunca se sabe quando você vai precisar, não é mesmo? Eles me matricularam na aula e eu tinha um professor, Antony. Ele era normal com todos os outros alunos, mas comigo... Comigo, ele era estranho, muito atencioso, se é que você me entende.

Comecei a ficar tenso, espero que isso não acabe como estou imaginando.

- Ele... Ficava me tocando, às vezes até demais, e eu sabia que era errado, eu não queria aquilo, eu sempre falava para ele parar, mas ele não parava, então eu me isolei e comecei a ficar trancada no meu quarto, não queria ir, mas eu era obrigada, eu não queria contar para os meus pais. Então, minha prima Isabella se matriculou e ela descobriu. Ela contou tudo para os meus pais que iriam matar Antony, mas ele descobriu e fugiu. Meus pais tentaram encontrar aquele figlio di puttana, mas ele sumiu no mundo.

- É por isso que você e a sua prima são tão unidas?

- Sim, eu não sei o que teria acontecido se ela não contasse para os meus pais.

- Qual o nome dele?

- Antony Torricelli.

Conheço esse nome, mais do que eu queria para o meu desprazer.

- Quem fez os desenhos?

- Como?

- Quem fez os meus desenhos?

- Eu.

Ela começou a gargalhar, levantou a cabeça e me olhou.

- Sério, quem fez os desenhos?

- Eu já falei, mas se você quiser confirmar, é só perguntar para Nikolai ou Maxim, ambos estiveram comigo quando acordei do coma.

Ela assentiu e voltou a deitar no meu peito.

- Eu ainda te odeio.

- E eu te amo. - Confessei.

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