XVIII

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"Eu deixaria queimar
Eu deixaria o mundo queimar
Só para ouvir você chamando o meu nome
Assistindo tudo cair em chamas"
- Let the worlds burn - Chris Grey

Dmitri Ivanov

Estou sentado na poltrona no canto do quarto, encarando a garota sentada em minha cama. Já passam das quatro da manhã, desde que chegamos, tomamos banho, infelizmente separados, eu peguei uma garrafa de uísque e Sofhia tem um livro aberto em mãos, livro que sei que ela não está lendo já que o mesmo se encontra de cabeça para baixo.

— Vai ficar encarando esse livro até quando? — pergunto.

— Estou lendo, não está vendo?

— Ora, por que não me avisou que tinha a habilidade de ler de cabeça para baixo? — debocho.

Ela bufou irritada e colocou o livro em cima do criado mudo.

— Por que não vai dormir?

— Não estou com sono.

— Você bocejou cinco vezes nos últimos vinte minutos, e coçou os olhos ao menos quinze vezes, dezesseis para ser exato.

— Você ficar me observando é bizarro.

— Eu discordo, você é ótima para observar.

— Hum…

— Está chateada pelo que aconteceu no carro.

— Olha só, você não é tão burro como eu pensei.

— Já pedi desculpas.

— E depois? Começa assim, uma discussão, um aperto, depois é um empurrão, um tapa, um murro…

— Está insinuando que eu poderia ser violento com você?

Fecho as minhas mãos em punho, o que não escapa do olhar sagaz da mulher com olhos de esmeralda.

— Preciso mesmo responder?

É, ela realmente acha que eu poderia ser violento com ela.

— Eu retalharia a minha pele antes mesmo de pensar em fazer isso.

— Já fez uma vez, se não se lembra.

— O que não te impediu de ficar molhada, ou você acha que eu não notei?

— Isso não muda que você me bateu.

— Eu só quero o seu bem.

— É o que todos falam.

— Sério que vamos começar uma discussão sobre relacionamento?

— Achei que quisesse ter um, mas acho que o que você realmente quer é ter uma esposa-troféu, para ter a quem mostrar.

— Eu não quero a pocha de uma mulher troféu, e muito menos te mostrar para ninguém.

— Então, por que tenta me controlar a qualquer custo? — Quase gritou.

— Para não acontecer o que aconteceu ontem.

— Não aconteceu nada ontem.

— Claro que você não percebeu, estava mais concentrada em me provocar.

— E o que aconteceu?

 — Aconteceu que um árabe fudido da cabeça ficou de olho em você, e se ele vier te pegar, eu vou estourar a cabeça dele e entrar em uma maldita guerra.

— Não precisa entrar numa guerra por mim.

— Eu estouraria a pocha de uma bomba nuclear por você.

Minha doce Obsessão Onde histórias criam vida. Descubra agora