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Dmitri Ivanov

Calma, serena e linda. É assim que Sofhia está, deitada desajeitada na cama. Peguei o meu celular que estava no meu bolso e tirei mais uma foto. Eu tenho uma pasta só com fotos dela. Eu estou me surpreendendo comigo mesmo, mais de um ano sem uma foda, realmente o que uma mulher não faz.

Saiu do seu quarto do mesmo jeito que entrei, sem fazer barulho. Desci as escadas e encontrei Nikolai conversando com Maxim.

— Dessa vez vou precisar que você venha comigo, Nikolai.

— Sabe que eu odeio aviões — resmungou.

— Os pais da garota ligaram — Maxim disse. — Eles estavam praticamente implorando para falar com a filha.

— Se eu fosse você, deixava — comentou Nikolai. — É só um telefonema Dmitri, não é como se ela fosse fugir atrás do celular.

— Minha responda continua sendo não, pelo menos não ainda. Vai logo se arrumar que daqui a pouco o avião sai.

— Tudo eu. — Saiu resmungando.

Fui até o quarto da minha sobrinha que estava no quarto conversando com o namorado. Despedi-me dela que novamente deu-me um abraço, ao qual eu correspondo desajeitadamente.

☠️🖤☠️🖤☠️🖤☠️

Olho pela janela do avião e vejo que já estamos em solo brasileiro. Dessa vez, vim negociar com um traficante do morro do alemão, que alegou que teria dinheiro para pagar.

As minhas armas são todas potentes e de última geração, então é claro que eu cobraria um bom preço por elas.

Já estive algumas vezes no Brasil e eu só vejo a situação do país tornando-se pior. Roubos, assassinatos, fome. Claro que em todo o país tem, mas aqui parece que a porcentagem é ainda maior.

Logo na entrada do morro vi vários homens armados, e todos mau encarados. Um veio até a porta do carro e mandou Nikolai abaixar o vidro.

— Faz o que ele está mandando.

Quando o vidro foi abaixado e homem nos olhou como se tivéssemos três olhos.

— O que cês engomadinhos tão fazendo na quebrada?

Eu não entendo muito das gírias brasileiras, mas sabia mais ou menos o que ele queria dizer. Ao ter negócios em tantos lugares, você precisa aprender alguns idiomas.

— Estamos aqui para falar com Cabelinho — respondi sério, em português.

Ele pegou um walkie-talkie e falou algo.

— Pode subir, a chefia tá de esperando.

Os homens saíram da frente e Nikolai continuou o trajeto, com mais outros dois carros que vieram comigo. Não iria vir para uma favela, onde o dono é conhecido por inúmeros homicídios sozinho.

Logo, uns garotos apontaram para uma "boca". Saí do carro com meus homens, quatro ao todo, e os outros ficaram no carro.

Subi as escadas do lugar que era uma espelunca. Um garoto que não parecia ter nem quinze anos abriu a porta. Lá dentro, estava Cabelinho, fumando um cigarro de maconha, sentado numa cadeira atrás de uma mesa com duas mulheres no seu colo se beijando. No canto da sala estava um homem magrelo todo tatuado, quase transando com a mulher com cabelos descoloridos artificialmente, que faziam os olhos arderem. E tinha também outro homem sentado num sofá, enquanto uma morena fazia-lhe um boquete.

On prosto, dolzhno byt', shutit nad nami.
(só pode estar de brincadeira com a nossa cara.)

— Olha aí, Cabelinho, o gringão colou na nossa — disse o homem que estava recebendo o boquete.

O fedor de maconha nessa sala está insuportável, ainda prefiro os meus charutos e cigarros de menta.

— Se quiser fazer negócio comigo, espero que controlem sua testosterona — falei olhando nos olhos do tal Cabelinho.

— Tudo bem, gringão. Saíam daqui seus viados, pau no cu.

Me sentei e apoiei as minhas mãos na mesa.

Os homens saíram e fecharam a porta, deixando apenas, eu, Nikolai, Cabelinho e as duas garotas que não paravam de rebolar no colo dele. Os outros três seguranças eu deixei do lado de fora, caso seja necessário e eu espero que não, seja.

— Aí, parceiro, conseguiu as minhas belezinhas?

— Primeiro, não sou seu parceiro, segundo é Senhor Ivanov para você, se quiser as minhas armas, saiba negociar direito.

— Você é corajoso, Senhor Ivanov, mas aqui é a minha quebrada, e eu falo do jeito que eu quiser. — Me encarou.

— Eu não vejo problemas em vender a minha mercadoria para outras pessoas. — Sustentei seu olhar.

— Tudo bem, Senhor Ivanov, onde está a minha mercadoria?

— Dinheiro primeiro, mercadoria depois.

— Nada é, eu quero as armas.

— E você as terá, mas só quando eu estiver com o dinheiro em mãos.

— Não tá botando fé em mim, não é?

— Eu não confio em ninguém.

Ele olhou para as minhas mãos, e depois olhou para mim sorrindo.

— Pelo visto isso é uma mentira já que é casado. Por que não trouxe sua esposa?

— Achei que fôssemos falar de negócios. — Trinquei a mandíbula.

— Calma aí, foi só uma pergunta. — Ele fez um sinal para a garota de cabelos vermelhos que se levantou e sentou no meu colo e começou a rebolar. — Isso aí é pra tu relaxar um pouco.

A garota olhou para mim, dando um sorrisinho. Talvez ela pensasse que estava sexy, mas isso só fazia com que ela parecesse patética.

Continua...

Minha doce Obsessão Onde histórias criam vida. Descubra agora