VII

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Sofhia Cooper

Merda, não acredito que falei aquilo para ele, agora ele vai pensar que eu vou me apaixonar por ele. E eu nem sei realmente o que sinto. Eu deveria odiá-lo, afinal ele sequestrou-me, ele mantém-me presa aqui, desde que ele me sequestrou eu nunca saí dessa casa. Mas, apesar de tudo isso, ele nunca me forçou a nada, e olha que eu sou uma pessoa muito perceptível, então eu percebo às vezes em que ele tem ereções, e se mantém como se nada tivesse acontecendo, e fica a pergunta que não sai da minha mente: O que ele faz com essa ereção?

Porque, quando ele está assim, ele sempre sai e não costuma voltar. Argh, por que eu estou pensando nisso? Ele não é nada meu. Quer dizer, no papel, sim, mas na realidade não. Talvez, se eu achar a certidão de casamento original e destruí-la, isso acabe. Que ideia idiota, ele nunca vai me deixar ir, eu estou destinada a passar o resto dos meus dias sendo atormentada por Dmitri Ivanov. Ele bem que poderia ser um velho feioso, barrigudo e praticamente à beira da morte, assim como o homem com quem uma antiga amiga minha casou-se, mas não, ele tem que ser um cara sarado, tatuado e um tremendo gostoso, que ele não me ouça. Que ele não me ouça.

Até treinar eu não posso mais, já que o meu querido carcereiro ordenou que ninguém me treinasse, apenas ele, e o pior nem é isso, quando eu chego da academia todos saem, parece até que eu tenho alguma doença contagiosa.

Como Dmitri levou Nikolai e vão ficar três ou quatro dias fora, terei que pensar em algo. Tenho que aproveitar que Maxim não fica no meu pé como um cão sarnento.

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Olho para a escada e olho para a direção em que vi Maxim pela última vez, faz dez minutos que ele saiu e não voltou mais.

Subo as escadas fazendo o mínimo barulho possível. Ester está no quarto, provavelmente, entretida com algum de seus inúmeros livros. Quando termino de subir a escada, vou em direção ao quarto de Dmitri e não fico surpresa em saber que a mesma está trancada.

Claro que está.

Vou até o meu quarto e pego um grampo de cabelo, volto, dobro o grampo. Uma mexidinha aqui, outra ali, e pronto! Porta aberta.

A luz estava desligada, eu entrei e encostei a porta para não correr o risco de alguém me ver. Fui devagar até às cortinas e as abri para deixar a luz entrar através das janelas de vidro que vão do chão ao teto e eu não poderia estar mais sem reação.

— Que merda é essa?!

Olhei ao redor e para qualquer lugar que eu olhasse, eu via-me. Desenhos de perfil, desenhos em preto e branco, desenhos meus fazendo pose e não só desenhos como também pinturas e rascunhos. Peguei um dos desenhos que continha traços graciosos, pareciam ter sido feitos por profissionais.

Eu realmente preciso sair daqui.

Saí do transe em que me encontrava e comecei a procurar pelas chaves dos carros ou das motos. Dmitri sempre guardava tudo o que era importante dentro desse quarto, e agora eu entendo porque ele sempre disse para eu não entrar aqui, o que o homem tem de bonito tem de maluco.

Mexi em uma das gavetas e achei uma pequena caixa de madeira com um cadeado, o qual eu consegui abrir facilmente, e lá estavam elas, eu até imagino os meus olhos brilhando de felicidade. Peguei a chave que havia o nome Suzuki. Guardei a caixa onde eu achei e estava me preparando para sair quando:

— O que pensa que está fazendo? — pergunta uma voz grossa atrás de mim.

Senti o meu sangue gelar e todos os meus pelos se arrepiarem, eu conhecia muito bem essa voz e o seu tom dizia-me que ele não estava de bom humor.

Virei-me lentamente encontrando o seu olhar gélido. E isso me deu um certo medo, porque em todo esse tempo ele nunca falou tão sério desse jeito, na maioria das vezes era sempre de forma sarcástica ou irônica.

Segurei a chave firme nas minhas mão e a coloquei atrás de mim.

— Não vai me responder? Por acaso o gato comer a sua língua Sofhia?

Merda, perché parla così?
(Merda, por que ele está falando assim?)

— Eu... Eu posso explicar.

— Claro, explique por que você está com a chave do meu carro em mãos.

— Eu...

Merda, não sei o que dizer, e eu pareço uma idiota assim.

— Eu ia fugir.

— Você acha que conseguiria? Não irá fugir de mim, babochka, e se tentar, eu vou tratar você como o que você é, minha presa, e aí, sim, isso aqui vai virar uma prisão. Então, não me provoque.

Um arrepio percorreu o meu corpo com as suas palavras, por que ele tinha que chegar logo hoje?

— Tudo bem, não vou fugir, agora eu já vou indo e-

— Você não vai a lugar algum.

— Como?

— Acho que eu estou sendo bom demais com você. — Se virou e trancou a porta do quarto. — Acredito que você precisa de uma lição.

— Dmitri, olha eu-

— Tira a roupa.

Senti os meus olhos se arregalaram. Não, ele não pode fazer isso! Permaneci parada o olhando como se ele tivesse duas cabeças.

— Não ouvi? Tira a pokha da roupa, Sofhia.

— Não.

— Você não vai querer que eu vá aí.

Continua...

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