XXVII

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Eu sei que você me disse que eu deveria ficar longe
Eu sei que você me falou que ele é um cão de rua
Ele é um cara mau com um coração podre
E até eu sei que isso não é sensato
Mas, mamãe, eu estou apaixonada por um criminoso
•Criminal- Britney Spears •

Sofhia Cooper

— O que a senhora acha? — Letícia, minha funcionária, pergunta.

— Eu gostei da ideia, quando eu voltar a gente resolve onde colocar. Agora tenho que desligar.

— Tudo bem, um ótimo dia, senhora.

— Bom trabalho.

Desliguei a videoconferência com a minha funcionária, faz semanas que Dmitri não me deixa sair e nem aparece. Ele realmente matou aquele homem e, depois de tudo o que o jornal descobriu sobre ele, fiquei feliz por ele estar morto e com nojo por ter o beijado. A mulher está morta, só sei disso porque Nikolai me contou, ela é do nosso mundo, e, para não dar brecha para os inimigos, preferiram continuar como se nada houvesse acontecido. Talvez seja o fato dela ter morrido pelas mãos do tão temido Dmitri Ivanov. Eu até me daria o luxo de me sentir mal por ela, mas ela beijou o homem errado.

Fecho o notebook e olho ao redor. A varanda era um ótimo lugar para ficar, grande e com bastante ventilação. A propriedade de Dmitri é linda, e só de imaginar que ele comprou só para me trazer aqui me faz pensar no que ele faria para me ter aqui.

Continuo entretida com os meus pensamentos quando avisto a tal garota que tentou contra a vida do meu marido. Eu deveria ficar feliz por ela querer matar ele, mas não consigo, na verdade, eu sinto raiva, talvez seja porque, se Dmitri morrer, terá que ser pela minha mão, até lá, ele deve viver. Ao menos é isso que digo para mim mesma.

Observo enquanto a garota anda distraída. Ela não deve ter muitos anos a mais que eu. Ela tinha um jeito angelical, pele pálida, cabelos loiros quase brancos, olhos azuis como o céu e um corpo em forma. Sim, seria fácil se deixar levar pela doce aparência dela e essa deve ser sua maior arma. A tolice dos homens.

Continuo a estudando de longe quando vejo o que parece ser uma coleira em seu pescoço, com certeza deve ser um dos vários equipamentos que Dmitri cria, fico grata por ele não ter usado algo assim em mim. O que me faz lembrar de quando tirei a minha aliança e ele ameaçou colocar uma coleira em meu pescoço.

Olho para a aliança em meu dedo e a acaricio, já havia me acostumado com aquele anel em meu dedo e com o que ele significava, que eu era dele. Apesar que usando aliança ou não, nada mudaria, eu ainda continuaria sendo dele e nada mudaria isso. 

Abri a portinhola e desço as escadas, a garota percebe e tenta se afastar, mas agarro seu braço a impedindo.

— Espere. — Pedi. Não deveria estar aqui, mas algo nela me chamou.

— Por favor, eu não tenho permissão para falar com a senhora — disse abaixando a cabeça.

— Quem disse isso?

— Foi o… 

Suas palavras são interrompidas por gemidos de dor. Ela se jogou no chão e pôs as mãos no objeto em seu pescoço. Me ajoelhei ao seu lado, segurando as suas mãos, com receio de que ela se machucasse ainda mais.

— P-por favor, faça parar.

Seus gemidos se transformaram em gritos de dor e logo havia vários homens ao nosso redor. Um deles chamou Maxim, pelo walkie-talkie. A garota estava quase desmaiada no chão, soltando apenas leves grunhidos.

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