13 | 𝙄 𝙙𝙤𝙣'𝙩 𝙬𝙖𝙣𝙩 𝙮𝙤𝙪 𝙩𝙤 𝙙𝙞𝙚

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Los Angeles, Califórnia | Domingo | 12:35

Los Angeles, Califórnia | Domingo | 12:35

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Ana Flávia's point of view 


Desço do meu antigo quarto e vou até a mesa do almoço onde meus pais me esperavam.

- Como esta filha? - Meu pai pergunta enquanto pega em minhas mãos.

- Bem - Digo apenas.
Eu não estava nem um pouco bem. Estava destruída por dentro mas não podia falar aquilo.

- Filha - Minha mãe me chama

Olho para ela assentindo com a cabeça para que ela fale.

- Você vai falar com a sua irmã? Ela está confusa sobre você estar aqui - Minha mãe fala receosa.

Eu estava morando com meus pais.
Isso foi totalmente contra minha vontade mas eu estava tão mal que não conseguia contestar.

Ontem eu conversei com Duda.
Nós duas choramos muito. Ela estava se sentindo culpada mas a verdade é que a maior culpada disso sou eu que acabei não me cuidando, deixando o orgulho falar mais alto.

Ela ficou triste de eu ir embora mas entendeu. Eu sei que isso seria um motivo para Gabriel se aproximar mais dela, já que a mesma não gostava tanto de ficar sozinha e isso me deixava com um sentimento bom apesar de estar quebrada por dentro.

Não consigo ficar sem chorar um minuto sequer. Meu coração doía ao lembrar da doença. Meu corpo dói e eu me sinto cansada só de subir as escadas daqui.

Não conversei com Gustavo direito, e estava com medo.
Medo dele não querer mais se casar comigo já que eu morreria.
Medo dele simplesmente me deixar.

Pra piorar eu ainda não havia falado com Antonella. Minha irmã estranhou eu ficar aqui um tempo.
Mas mesmo assim ficou feliz, mas eu sabia que quando eu contasse o motivo essa alegria sumiria.

Estava com medo de contar isso a ela. Nós somos muito grudadas e saber que sua irmã vai morrer em menos de um ano não é nada fácil.

- Não sei se vou conseguir contar - Falo observando meu prato sem um pingo de vontade de comer.

- Tudo bem filha. Eu conto se preferir - Fala enquanto alisa minhas costas.

Apenas assinto com a cabeça. Amo Tontom com todo meu coração, não aguentaria dizer isso a ela.

Como apenas um pouco do arroz e subo em meu quarto voltando a me deitar.

Eu não tinha forças para levantar dessa cama. Eu não tinha forças para se quer falar.

Eu só sabia chorar. Chorar de medo da morte, chorar de medo de não conseguir o transplante.

Fecho os olhos enquanto lágrimas caem deles.
Escuto uma música que Gu havia feito para mim. Toda vez que eu a ouvia eu me acalmava.
Mas isso não acontecia. As lágrimas deciam sem minha permissão.

𝙣𝙖 𝙨𝙖𝙪𝙙𝙚 𝙚 𝙣𝙖 𝙙𝙤𝙚𝙣ç𝙖 | 𝙢𝙞𝙤𝙩𝙚𝙡𝙖Onde histórias criam vida. Descubra agora