Los Angeles, Califórnia | 11:32 | Quinta-feira
Ana Flávia's point of view
Olhei meu reflexo no espelho e respirei fundo, sentindo um gosto amargo na boca.
A cada dia que passava parecia mais difícil, olhar para mim mesma e não sentir tristeza ao ver minha aparência.Os olhos fundos eram acompanhados de olheiras marcadas e escuras.
O rosto não era mais macio e limpo. Não por descuido, mas sim, por eu não ter disposição suficiente para me auto cuidar.
Em minha aparecer, algo que eu ainda gostava de ver, era meu cabelo.Gustavo soube desde sempre que eu nutria um sentimento especial por ele.
Por isso, desde que a insuficiência começou a me sobrepor, Gustavo fazia questão de cuidar dele.
Suas ações demonstravam o tamanho do amor que meu marido sentia.
Saí do banheiro, andando lentamente.
Ultimamente até andar gerava muito esforço, então acabava que a única coisa que eu costumava fazer em casa, era ficar deitada.Fui em direção ao sofá, mas os raios solares me chamaram a atenção.
Fazia tantos dias, que eu não suava pelo calor. Tantos dias, que eu não ficava com os olhos ardentes da tamanha intensidade do sol.Mudei o rumo, que eu seguia e fui em direção a janela. Escutei de longe, uma risada fina e boa de ouvir.
Avistei Hanna sentada no último degrau do pequeno lance de escadas, que havia em frente de sua casa. Pela primeira vez, desde que a conheci, pude a observar sem blusas de moletom. Ela usava uma camiseta de manga longa, de cor cinza, e uma calça legging preta. Nós pés, ela estava descalça, assim como a neném que ria descontroladamente em sua frente.Aurora tentava se manter de pé na grama e parecia dar risada dos seus próprios tombos.
Aquela menina era tão doce e adorável que eu não podia acreditar, que havia um bebê de tamanha simpatia.Por um impulso, me afastei da janela e fui em direção a porta de casa.
Abri a porta despretensiosamente, e saí da minha casa.Observei ainda de longe, Aurora dar pequenos passinhos em direção a cerca que havia em frente a sua casa. Hanna parecia um pouco alheia ao que sua filha estava fazendo, já que sua atenção estava presa no céu, totalmente azul.
Me aproximei com medo de que a bebê se machucasse, e parei quando já estava perto o suficiente de Hanna perceber minha presença.
— Oi neném — Eu disse com um sorriso no rosto a bebê em minha frente. Aurora tinha acabado do perceber minha presença, mas já estendia os bracinhos e dava gritos agudos de felicidades.
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𝙣𝙖 𝙨𝙖𝙪𝙙𝙚 𝙚 𝙣𝙖 𝙙𝙤𝙚𝙣ç𝙖 | 𝙢𝙞𝙤𝙩𝙚𝙡𝙖
Romance𝙤𝙣𝙙𝙚 ana flavia descobre estar doente, um pouco antes do seu casamento acontecer.