Los Angeles, Califórnia | Sexta-feira | 16:45
Ana Flávia's point of view
Vejo de relance Gustavo pegar minhas muletas e respiro fundo, não gostando daquilo.
Gabriel pediria Duda em namoro hoje e claro que nós iríamos para ajudá-lo e gravar tudo.
Seria algo romântico e simples. Do jeito que Eduarda gostava.
Nós já estávamos ajudando Gabriel a um mês inteiro. Ele dizia que não sabia como agir e tinha medo de falar alguma besteira para mimha amiga.Duda pensava que eles iriam apenas passar o resto do dia na praia, vendo o por do sol e comendo. Mas a surpresa viria logo em seguida.
Gustavo se aproxima de mim e diz:
– Vamos?
– Gu... Não precisa disso, deixa lá no cantinho - Falo me referindo a muleta que estava em suas mãos prontas para eu usá-las.
Eu odiava usar aquilo. Eu não tinha problemas nas pernas. Não tinha um pingo de sentido eu ter que usar aquela coisa desnecessária.– Ana, você sabe que precisa usar. Por favor - Gustavo diz e eu reviro os olhos olhando para outro canto do cômodo – Não vamos brigar por isso, vamos? Você sabe que é para o seu bem, Ana Flávia.
Pego as muletas de sua mão e saio andando na frente, enquanto Gustavo trancava a porta de nossa casa.
Eu sei que estou sendo infantil, mas é terrível! Eu não aguento mais essa doença. Eu não aguento mais fingir que tudo vai ficar bem, porque não, não vai.
Eu tento viver minha vida normalmente, mas é impossível.
É impossível viver normalmente com faltas de ar a todo momento.
É impossível viver normalmente tendo que usar muletas. Não porque minhas pernas estão quebradas, e sim porque elas não aguentam uma caminhada de 5 minutos.A cada dia que passa, eu tento ser grata. Eu sou grata! Sou grata de ainda poder respirar, sou grata de ainda poder viver ao lado de pessoas que me amam.
Mas viver dessa forma é cansativo. E eu não sei se vou aguentar muito tempo.
Minha mente dizia que sim! Que eu aguentaria isso firme e forte até ter outro coração.
Mas meu corpo... Meu corpo negava totalmente. Era só observar os sinais.Sinto Gustavo me dar um bejo no rosto e sorrio de lado.
– Hoje é um dia especial! Não quero ficar brigado com você, moça bonita
– Eu também não, Gu. É só que as vezes é difícil viver assim...
– Eu te entendo, meu bem. Te prometo que logo isso vai acabar - Gustavo diz isso e dá partida com o carro a caminho do pier de Santa Mônica.
Eu observa as ruas de Los Angeles e pensava sobre cada pessoa presente ali.
Cada uma tinha sua vida, sua família, seu emprego. Cada uma vivia de uma maneira.
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𝙣𝙖 𝙨𝙖𝙪𝙙𝙚 𝙚 𝙣𝙖 𝙙𝙤𝙚𝙣ç𝙖 | 𝙢𝙞𝙤𝙩𝙚𝙡𝙖
Dragoste𝙤𝙣𝙙𝙚 ana flavia descobre estar doente, um pouco antes do seu casamento acontecer.