maratona - 3/4
Los Angeles, Califórnia | Terça-feira | 14:23
Gustavo's point of viewAna Flávia acordou.
Acordou da morte.
Ainda não consigo acreditar que por quatro minutos, eu perdi a pessoa mais importante na minha vida.Segurei suas mãos e olhei em seus olhos sinceros. Não consegui segurar, e me vi derramando algumas lágrimas, como um bobo novamente.
Senti-la respirar, ouvir seu coração bater e ver seus olhos me olharem, causava uma enorme reação no meu corpo, tão grande que eu não conseguia guardar.Aliviado, era a palavra ideal para descrever como eu estava. Aliviado em ainda tê-la ao meu lado.
Ana Flávia parecia ainda mais bonita depois que acordou e sem palavras eu a observei por quase 2 minutos. Sem dizer uma palavra, apenas a apreciei.
— Eu estava com você, Gu. — Ana diz em um fim de voz e eu olho no fundo de seus olhos e arqueio a sobrancelha minimamente. — Eu me vi, morrer.
Ana Flávia diz e eu sinto o peso de sua frase, engolindo em seco.
Sem conseguir dizer algo coerente, por tamanha confusão dentro de mim, eu apenas perguntei:— Como?
Ela se levantou com cuidado da cama, ainda sem força para se apoiar, então eu a auxiliei, garantindo que estivesse confortável.
Ana Flávia pegou minhas duas mãos e manteve junto a dela, quando começou a explicar.
— Foi tudo muito rápido. Eu escutei você dizer que me amava, e quando estava disposta a abrir os olhos e dizer que eu também retribuia isso, talvez até o dobro, foi como se o mundo tivesse parado. — Ela diz atentamente, recordando da situação. — Foi como se alguém me puxasse dali, e me colocasse ao seu lado, para também me observar morrer. Eu via a insistência dos profissionais naquela sala tentando me salvar. Mas eu não voltava.
Eu tentava. Eu juro que tentava voltar, mas parecia ser impossível. — Ana começa a chorar, e eu abraço seu corpo, que tremia um pouco.— Eu via o seu desespero, Gustavo! Eu também tentava fazer algo para voltar, mas alguma coisa me impedia. Eu me sentia realmente morta. — Ana diz rápido e esconde o rosto entre as mãos.
— Se quiser, falar outra hora, tudo bem, amor. Não fique assim. — Eu digo a Ana Flávia, para tentar acalmá-la. Ela tirou a mão do rosto e fechou os olhos voltando a dizer.
— Eu senti sua dor porque apesar de, eu que estivesse morrendo, eu não queria deixá-lo. Em todo o tempo fiquei ao seu lado, mas você não parecia perceber. E isso era o que mais me desesperava, porque eu queria que você soubesse que eu estava com você.
— No momento que você suplicou a Deus que devolvesse minha vida, eu pude sentir um vento em meu rosto, e no minuto seguinte eu estava de volta a aquela cama. Foi algo inexplicável. Eu digo isso mas eu sei que foi algo muito maior e que talvez as palavras não sejam suficientes para descrever o que realmente houve comigo naquele momento. Eu voltei a vida, Gu. Eu voltei a me sentir viva. — Ana Flávia falava tudo, de uma maneira que ainda não parecia acreditar e eu não a julgava, pois pra mim, também era algo indescritível. — Eu não falava, não me mexia, mas meu coração voltava a bater. E isso, me fez viva outra vez.
Eu olhava para ela totalmente desacreditado da situação. Eu não conseguia acreditar que alguém, ou Deus, tivesse a salvado.
— Eu sei que você nunca foi de acreditar nessas coisas, mas alguém me trouxe de volta a vida. Foi Deus! No momento que você pediu a Ele que me devolvesse o direito de viver, eu voltei, de uma maneira insondável. — Ana Flávia disse e apertou minha mão, para passar confiança do que dizia
— Eu acredito, em você, amor. — Ana pareceu aliviada. — Só não consigo acreditar como. Como você morreu. Eu não consigo nem pensar nisso, Ana. Você morta. Meu peito dói de imediato só de pensar em algo assim. Se você tivesse... — Ana não deixou que eu terminasse e me calou com um beijo.
Um beijo que era transmitido tanta saudade que eu não conseguia descrever. Eu tinha uma saudade absurda do seu toque. E só de pensar em um dia, viver sem ele, eu cogito a possibilidade do suicídio.
Eu sei que alguém poderia dizer que isso é dependência emocional. Talvez seja, eu não ligo.
A questão é que, como alguém pode não ter nem que seja um pouco de dependência no amor da sua vida? Não há sentido, eu perdê-la e não poder ter o direito de não querer viver mais.
Apesar da vida seguir, eu não seguiria sem Ana Flávia.Quando me separei de Ana, com as mãos na sua cintura, olhei nos seus olhos e disse:
— Eu te amo, Ana Flávia! Eu te amo mais do que eu possa expressar.
— Obrigada por nunca desistir de mim, Gu. Você, talvez não imagine, o quanto te amo.
Abraço minha esposa, e respiro fundo, finalmente em paz, por ouvir aquele som prazeroso. O de seu coração.
☆☆☆
- esse foi curtinho só pra vocês saberem como foi o momento.
- votemm para eu liberar o próximo!!
- comentem o que estão achando, perceberam algo que talvez reflita no final da história?
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙣𝙖 𝙨𝙖𝙪𝙙𝙚 𝙚 𝙣𝙖 𝙙𝙤𝙚𝙣ç𝙖 | 𝙢𝙞𝙤𝙩𝙚𝙡𝙖
Romantizm𝙤𝙣𝙙𝙚 ana flavia descobre estar doente, um pouco antes do seu casamento acontecer.