Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ana Flávia's point of view
Eu batia em minhas mãos o bolo de laranja que começava a fazer.
Hoje acordei com um pouco mais de disposição então decidi fazer algo que Gustavo gostasse.
Essa última semana que passou foi um pouco complicada. As crises vêm aumentando cada dia mais.
De noite é quando elas ficam 3 vezes mais forte do que as do decorrer do dia. Parece que alguém me enforca com toda a força do mundo. Minhas pernas começavam a perder a força me impedindo de ficar de pé, mesmo que fosse difícil ficar parada.
Gustavo estava com olheiras fundas por ficar todos as noites em claro, garantindo que meu coração ainda esteja batendo.
A verdade é que a cada dia que passa o medo se faz mais presente na nossa relação.
Eu vejo o medo estampado nos olhos de Gustavo, e por mais que ele evite falar, eu sei o quanto minha doença está o desgastando.
Isso parte meu coração de uma forma inimaginável. Eu me sinto um peso na vida de meu marido e por mais que tenhamos prometido cuidar um do outro, no dia mais especial de nossas vidas, eu ainda me sinto mal em estragar nosso casamento.
Coloco o bolo no forno e já começo a pegar outra panela para fazer a calda.
Escuto alguém bater na porta e grito um "já vou". Corro em direção a lavanderia para pegar meu shorts que secava, e o visto rapidamente, já que eu estava apenas com uma camiseta de Gustavo e minha calcinha.
Vou em direção a porta e a distranco, logo abrindo.
Arregalo os olhos em surpresa ao ver Hanna, com uma feição apreensiva.
– Oi Hanna, tudo bem? - Eu pergunto simpática a menina em minha frente. Ela mordia os lábios fortemente e parecia fechar as mãos com força atrás do corpo.
– Ah sim... - A menina diz e se cala, olhando para os próprios pés.
– Tudo bem mesmo? - Eu pergunto novamente para que a menina diga o que estava acontecendo e o porque de aparentar estar tão receosa.
– Sim... - Ela parece hesitar, mas respira fundo voltando a dizer - Ana, você pode fazer um favor para mim? - A menina diz e eu assinto prontamente com a cabeça.
No momento que Hanna falaria o que queria, eu desvio minha atenção ao carro de Gustavo que estacionava na frente de nossa casa.
Um pequeno sorriso aparece em meu rosto ao ver meu marido sair do carro, com algumas sacolas enquanto sorria largo.
Eu disse a Gustavo que faria uma surpresa a ele, e com certeza, meu marido ficou ansioso e decidiu sair mais cedo do trabalho.
A menina em minha frente parecia ainda mais apreensiva depois que Gustavo chegou. Não parava de mexer as pernas e eu percebia seus ombros tensos e suas mãos suando já que não parava de esfrega-las na calça de moletom cinza.
