025 - Praia.

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Já era tarde da noite e eu não conseguia dormir por nada, me sentia uma péssima amiga. Eu ainda estava fortemente afetada pelas palavras ditas pela Vitória, eu nunca imaginei que ela diria coisas como aquela para mim.

Me mexi na cama mais uma vez, tentando achar uma posição confortável para dormir, mesmo sabendo que o problema não era a posição.

Peguei meu celular no criado mudo, era 01:01. Fechei meus olhos fazendo um pedido para o universo.

Eu desejo que minha vida fique bem e eu pare de ser uma grande confusão.

Sei que pode parecer meio bobo essas coisas de horas iguais e etc. Mas eu acredito em tudo, eu acredito em tudo que envolve o universo. Por acreditar nessas coisas eu já fui chamada de louca, idiota, esquisita, bruxa e outras coisas.

Mas mesmo recebendo esses apelidos de mal gosto, nunca me incomodei, isso foi uma das únicas coisas que eu não mudei por causa da opinião das outras pessoas.

Desliguei meu celular e deixei no criado mudo novamente, me levantei da cama e sai do quarto em silêncio, eu realmente não queria acordar a Vitória.

Sai do quarto fechando a porta e desci as escadas, não tinha ninguém na sala, estavam todos nos seus quartos.

Fui para a cozinha e peguei um copo, enchi com água da torneira mesmo, não queria tomar água gelada nesse frio.

Depois de tomar água, lavei o copo e guardei novamente. Me escorei no balcão e fiquei apenas encarando o nada, eu tinha que arrumar algo para fazer já que eu sabia que dormir eu não iria conseguir.

Como um estralo em minha cabeça, eu lembrei que estava na praia, que lugar é melhor doque a praia para ficar sentada sem fazer nada? Eu apenas andei em direção a porta de casa, não troquei de roupa nem coloquei um casaco, a praia era na frente de casa mesmo.

Fechei a porta de novo e atravessei a rua, logo já estava na praia. Meus pés entraram em contato com a areia de imediato já que eu estava sem os meus chinelos.

O barulho do mar me acalmava, enquanto a brisa leve da madrugada soprava sobre meu rosto. Um lugar de paz, porém, uma mente totalmente perturbada e barulhenta, uma mente que nunca conseguiu desfrutar do verdadeiro silêncio, já que o barulho sempre esteve nela.

Me sentei na areia e fiquei observando o mar, as ondas eram fortes e agitadas, a única luz que me permitia ver o mar era a luz da lua. A lua naquela noite estava cheia, era tão lindo como apenas ela iluminava a praia inteira, com sua luz fraca, claro, mas mesmo sendo fraca, era como um calmante para a minha alma.

Abracei meus próprios joelhos e encostei a minha cabeça ali, fechei meus olhos por alguns instantes, apenas aproveitando o silêncio e a calmaria, por mais que fosse só por fora.

Aprendi a disfarçar o meu barulho como silêncio, apenas ficando quieta e fingindo não pensar.

- Você vai acabar ficando doente - escutei uma voz atrás de mim e olhei rapidamente.

Vi Nicolas parado um pouco distante de mim, ele estava com as mãos dentro do moletom enquanto me encarava.

- Oque você tá fazendo aqui? - ele perguntou vindo até mim e se sentando ao meu lado.

- Pensando - respondi apoiando a minha cabeça no meu joelho novamente.

- Você podia pensar dentro de casa, aonde você estaria aquecida e sem riscos de pegar uma gripe - disse, eu podia sentir o olhar do garoto sobre mim, mas não queria olhar de volta para ele.

- Eu prefiro pensar aqui aonde é calmo - eu falei.

Nicolas ficou em silêncio depois disso, ele começou a admirar o mar junto comigo. A presença dele era boa, eu gostava de te-lo por perto, por mais que não tivéssemos nos resolvido por completo ainda.

Salvação 2 - Nicolas mc. Onde histórias criam vida. Descubra agora