031 - Incêndio.

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Estávamos tendo prova de Geografia, uma das matérias que eu menos sei e sempre tiro as piores notas da turma. Eu estava chutando tudo, já que a matéria de verdade, eu não sabia.

Para piorar, eu nem podia colar, porque a professora estava me encarando muito, deve ter perdido o rabo na minha cara.

Quando eu acabei a prova, eu passei a caneta e fui entregar para a professora, depois voltei para o meu lugar e deitei a minha cabeça na mesa, eu iria dormir, tenho nada para fazer mesmo.

[...]

Chegou a hora do recreio e eu dei graças a Deus, eu e Igor saímos juntos da sala até o pátio como sempre fazíamos.

Chegando lá em baixo, eu me sentei no mesmo banco de sempre e Igor foi jogar futebol. Eu peguei o pote da minha mochila junto com meu Guaraná e fui lanchar, estava morrendo de fome.

Comecei a comer meu bolo de cenoura com chocolate enquanto olhava Igor jogar, ele jogava muito bem.

Eu estaria mentindo se disse-se que nesses últimos dias que eu e Igor ficamos próximos, eu não comecei a criar um sentimento por ele além de amizade. Eu estava confusa sobre oque era ainda, eu sei que gostava dele romanticamente, mas não sei se era AQUELE gostar ou só uma atração grande que eu sentia por ele.

Estando junto somente com o Igor nesses últimos dias, eu percebi como ele era legal, engraçado, esforçado, criativo e lindo, ele é uma das melhores pessoas que já conheci, eu só acho que não tinha percebido isso antes.

Todas as vezes que eu estive mal depois de brigar com a Vitória, ele sempre estava perto de mim me consolando e me aconselhando.

Eu e ele ficamos muito próximos mesmo, direto ele estava lá em casa ou eu estava na casa dele. Acho que por parte, foi até bom eu ter me afastado da Vitória, assim eu pude conhecer a pessoa maravilhosa que estava perto de mim.

Comi mais um pedaço do meu bolo e depois tomei o meu Guaraná, ainda olhando para o Igor jogando, ele a recém tinha marcado um gol e olhou para mim sorrindo e fazendo um coração, eu sorri sem mostrar os dentes e mandei um beijo para ele.

- Aí, que fofinhos que vocês são - escutei a voz de Luíza e logo ela se sentou ao meu lado junto com a Vitória.

- Oque você quer, hein? - questionei já irritada pela presença dela.

- Eu quero que você pare de roubar oque é meu, garota - ela diz e eu dou risada, ela não cansa de passar vergonha não?

- Amada, se enxerga, é você que quer ser eu e para isso sempre tenta roubar quem anda comigo - digo em tom de deboche.

- Eu querer ser você? Para que? Pra cortar os pulsos? - Luíza fala e eu reviro os olhos, maldita hora que confiei na Vitória.

- Não, para ser autoconfiante, menos arrogante e menos puta - respondo simples.

- Olha aqui, garota, abre seu olho, o Igor ainda vai ser meu - ela disse irritada e se levantou puxando Vitória para saírem dali.

Apenas dei de ombros e voltei a prestar atenção no jogo, o time do Igor já tinha feito dois gols e o time rival não tinha feito nenhum ainda.

A Luíza vir encher o meu saco por nada já tinha se tornado parte da rotina, mas ainda bem que aprendi a não abaixar a minha cabeça para ela. Luíza sempre vinha usar minha fase depressiva contra mim, provavelmente a Vitória tinha contado tudo para ela, mas eu me fazia de sonsa e fingia que isso nem existia, fingindo que a Vitória tinha contado uma mentira para ela.

Aquela minha fase é algo que me dói, falar sobre me dói e escutar ela falando isso machuca por mais que eu sempre disfarce muito bem.

Quando acabei de comer, guardei o pote de volta na mochila e joguei a latinha de refri fora. Peguei meu celular e fiquei mexendo por um tempo, aproveitando o tempo de intervalo.

Salvação 2 - Nicolas mc. Onde histórias criam vida. Descubra agora