Livro 5 - Capítulo 3

1 1 0
                                    

Amy dormiu inquieta naquela noite. Antes de ir para a cama, ela foi checar Melody. Era verdade que a égua estava muito calma, mas Amy ainda não estava confiante. Seus sonhos continuavam voltando à imagem de Melody deitada ferida na grama, com um pedaço de madeira saindo de sua barriga.

Amy acordou cedo e olhou as horas. Cinco e meia. Ainda estava escuro lá fora, mas ela estava bem acordada. Por ela estar tão preocupada, ela saiu da cama.

Seu suéter e jeans ainda estavam no chão onde ela os jogou na noite anterior. Ela os colocou e silenciosamente desceu as escadas para a cozinha. Ela só tinha que ver como Melody estava indo. Ela pegou a lanterna do armário e saiu.

Estava congelando, mas Amy nem percebeu. Ela correu pelo pátio escuro. Ela abriu as portas do celeiro e entrou. Dois cavalos estalaram a cabeça sobre a porta da baia, surpresos. Amy não prestou mais atenção neles e, com o coração acelerado, correu para o estábulo de Melody.

Ela iluminou com sua lanterna a baia. Melody estava dormindo, mas quando o feixe de luz passou sobre ela, seus olhos se abriram e ela pulou para trás com medo. Amy rapidamente brilhou para o outro lado.

— Acalme-se, garota — ela sussurrou com alívio. Então com Melody estava tudo bem. — Sou só eu.

Amy apagou a lanterna. Na escuridão repentina, ela teve que esperar um momento para que seus olhos se ajustassem. Ela empurrou o ferrolho de lado e entrou na caixa quente de Melody. Ela podia apenas ver a forma escura da égua.

— Não tenha medo — ela sussurrou. Ela parou por um momento, até que ouviu o farfalhar do canudo que Melody veio cautelosamente em sua direção. Amy estendeu a mão e sentiu o hálito quente de Melody contra seus dedos. A égua bufou baixinho, ergueu o focinho e soprou na cara de Amy. Fez cócegas.

Amy parou enquanto a égua cheirava seu cabelo. Então ela gentilmente acariciou seu pescoço.

Então elas permaneceram no escuro por um longo tempo. Amy acariciou a égua, e a égua cheirou suas roupas. Um momento depois, Melody suspirou e descansou o focinho no ombro de Amy. Esse era o sinal de confiança que Amy esperava. Ela massageou o pescoço do cavalo em pequenos círculos no sentido horário.

— Pobre menina — ela sussurrou.

Melody relaxou, sua cabeça descansando mais pesadamente no ombro de Amy.

— Muita coisa mudou em sua vida ultimamente, não é? Acho que você não entende nada para onde sua dona foi ou por que você foi trazida para cá. Mas eu vou cuidar bem de você, eu prometo. E um dia vamos encontrar alguém que vai te amar tanto quanto a Sra. Phillips.

Amy encostou o rosto na bochecha da égua. Quão mais simples seria se os cavalos pudessem entender a linguagem humana! Mas a única maneira de mostrar a Melody o que queria dizer era tratando-a com respeito e amor e nunca fazendo nada que traísse a confiança que a égua lhe dera.

Lá fora, a escuridão deu lugar à luz do dia. Amy ficou com Melody. Ela massageou primeiro o pescoço e os ombros, depois as costas, os quartos traseiros e as pernas. Lentamente, ela sentiu a tensão se esvair dos músculos do cavalo.

Ela estava tão absorta em seu trabalho que ficou chocada quando às sete horas as portas do celeiro se abriram e a luz se acendeu.

Ela olhou por cima da porta da baia. 

— Amy! — disse Ty. — O que você está fazendo aqui?

— Vim ver Melody — Amy bocejou. — Eu não conseguia dormir muito bem.

Ty assentiu em compreensão e caminhou até a baia. 

— Como ela está?

— Tudo parece em ordem. Ela ainda não mostra sinais de dar à luz. A ferida dela está um pouco inchada e dolorida, mas isso faz sentido, é claro.

Heartland - Lauren Brooke (Volume Único) - PTBROnde histórias criam vida. Descubra agora