Um galho quebrou sob o sapato de Amy. O som ecoou pelo silêncio da floresta. Huten caminhou na frente dela sem fazer barulho. Amy se sentia como um elefante, com passos pesados e barulhentos comparados aos dele.
Foi na manhã seguinte à ansiosa cavalgada de Amy e Huten a levou para passear pela floresta. Caminharam em silêncio sob o sol da manhã, que brilhava nas gotas de orvalho nas teias de aranha e nas folhas verdes jovens.
Amy se sentia mais confortável agora. Sua conversa com Ty a fez sentir que as coisas ainda poderiam funcionar aqui. E de uma forma estranha, a conversa dela com Carry também ajudou. Ela só precisava ser paciente.
Depois de um tempo, ela ouviu o som de água ao longe. O som ficou cada vez mais alto e de repente ela o viu, um riacho fluindo rapidamente espirrando sobre e ao redor das pedras. Huten caminhou ao longo do riacho por um tempo até chegarem a uma pedra plana pendurada sobre o riacho. Ele se agachou e Amy sentou ao lado dele. Eles olharam juntos para a água que passava.
Depois de um tempo, Huten virou-se para ela.
— O riacho não sabe de onde vem — disse ele. — E nem para onde ele está indo.
Amy ouviu e assentiu.
— Gostamos de pensar que sabemos aonde nosso caminho nos leva — continuou Huten. — E de onde viemos. Mas a natureza não funciona assim. A natureza faz o que faz por suas próprias razões.
No riacho, Amy viu o brilho prateado de uma truta caçando uma mosca na superfície.
Huten sorriu.
— Talvez um dia o riacho decida virar e fluir para cima.
Amy sorriu também. Então Huten levantou-se de repente e voltou para a floresta. Amy não esperava por isso e se levantou. Mas quando ela se levantou, ele já havia desaparecido, engolido pelas árvores escuras.
Ela sentou-se na pedra novamente. Ela já estava começando a se acostumar com os hábitos peculiares de Huten. Ele desejou que ela ficasse ali sentada o tempo que quisesse e depois encontrasse o caminho de volta. Ela pensou no que Carry havia dito, que ela descobriria por si mesma. Aparentemente, Carry sabia que havia mais nesta semana do que Amy imaginava. Huten não evitou de forma alguma o problema de Mercury.
Amy lembrou-se do dia em que foram para a aldeia. Ela se lembrou das mãos do cesteiro, de como ele se concentrava profundamente. Não em como a cesta deveria ser, ela percebeu de repente, mas em cada haste de junco individual. As peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar em sua cabeça. Ela pensou em como tinha visto Mercury. Por ele ser um talento esportivo, um exibicionista, ela só pensava no resultado final. Foi tão fácil imaginar Mercury voando em uma pista de corrida, movido pela emoção e pela honra de ser alcançado. Ela olhou para a água do riacho. “O riacho não sabe de onde vem” ela ouviu Huten dizer novamente. “E nem para onde ele está indo.”
Ela e Ben abordaram o problema de Mercury de forma muito lógica. Eles puderam ver que ele era um cavalo de competição nato. Mas é claro que Mercury não sabia o que queriam alcançar com ele. Tudo o que ele sabia era que não queria mais pular obstáculos. Já não era um desafio agradável para ele.
Amy se levantou e começou a caminhar de volta pela floresta. Depois do que Carry lhe contou, ela não tinha mais medo de se perder. Ela deixou seus instintos guiá-la. Aqui e ali ela viu pistas que ela e Huten haviam deixado no caminho, como um galho quebrado ou a leve pegada de um pé no chão macio sob as árvores, e ela sabia que estava indo na direção certa.
Ela se lembrou de como Mercury teve certeza quando ela o deixou descobrir sozinho no escuro. O segundo caminho, ela pensou consigo mesma. Então esse foi o caminho que Mercury e ela encontraram. O segundo caminho foi encontrado confiando nos seus instintos.
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Heartland - Lauren Brooke (Volume Único) - PTBR
RomanceTradução dos livros de Heartland escritos por Lauren Brooke e adaptada para a série canadense Heartland. Tradução NÃO OFICIAL! De fã para fã. Sem fins lucrativos. Heartland segue Amy Fleming pela morte de sua mãe e seu esforço para continuar a tra...