Livro 8 - Capítulo 1

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O potro appaloosa jogou sua cabeça para cima. Seus olhos rolaram. Todo músculo em seu corpo estava tenso.

— Calminha, Rosie. — Amy Fleming de quinze anos murmurou. Sua mão direita fez movimentos circulares no pescoço do cavalo. Juntamente com cada movimento, ela expirava suavemente. Em sua mão esquerda estava o cabresto. Fora da baia vinha o som diário da do estábulo onde Rosie vivia. Treinadores chamavam um ao outro, cavalos relinchavam, visitantes andavam para lá e pra cá no estábulo, mas Amy mal ouvia nada disso. Sua atenção estava voltada para o potro frágil.

— Seja cuidadosa, Amy. — Disse Lou da porta da baia, na qual ela estava juntamente com Sheri Hegland, a dona de Rosie.

Amy sentia a ansiedade na voz de sua irmã. Ela acenou, mas seus olhos cinzas determinados se mantiveram no cavalo.

— Tá tudo bem, garota — ela sussurrou. — Não estou aqui para te machucar. Eu estou aqui para ajudar.

— Ela está assim desde que eu a trouxe. — Sheri disse. — Ela surta todas as vezes que eu tento por o cabresto nela. Se você não conseguir curar ela, eu não sei mais o que fazer. 

— Vamos fazer nosso melhor. Disse Lou.

— Deve ser bom… Ajudar cavalos com problemas ou com traumas. — Sheri disse — aposto que isso te deixa animada.

Amy ouviu Lou tossir nervosamente. 

— Na verdade, eu não tenho tanto a ver com o tratamento com os cavalos pessoalmente. É Amy e nosso outro trabalhador da fazenda, Ty, que trabalham com os cavalos. Eu ajudo só nas finanças e nos contatos. 

Não só, Amy corrigiu Lou mentalmente. Heartland, o santuário sagrado fundado por sua mãe, não sobreviveria sem alguém pra cuidar e manter os negócios.

Amy focou no potro novamente. Rosie abaixou a cabeça e ela parecia mais relaxada. Amy moveu sua mão em direção às orelhas, mas assim que fez o movimento, Rosie relinchou novamente. Trazendo sua mão de volta, Amy se contentou em continuar trabalhando nos movimentos em seu pescoço. Parecia que colocar o cabresto nela seria um processo longo e lento, mas se ela precisava de tempo, é isso que iria fazer. 

* * *

Dez minutos mais tarde, os dedos de Amy haviam chegado mais acima de seu pescoço. Quando passou sua mão próxima a orelha de Rosie, ela notou uma longa cicatriz em seu lado esquerdo. Quem havia feito aquilo? Um acidente? Alguma cirurgia de doença?

— Você sabe como ela conseguiu essa cicatriz? — Amy perguntou à Sheri. 

— Não sei. — Sheri respondeu. — Eu não sei muito da história dela. Eu a trouxe com três anos de idade numa venda de cavalos em Maryland. O vendedor disse que ele não havia feito muito com ela fora o treinamento com o cabresto. Ele disse que ela era quieta, mas quando tentei colocar o cabresto nela no outro dia ela endoidou, levantando as patas e batendo a cabeça na baia. 

— Hmm. — Amy refletiu. Olhando para a cicatriz mais uma vez, Amy sentiu que isso tinha a ver com seu comportamento. Ela observou o rosto de Rosie. Sua cabeça abaixou novamente e ela parecia mais relaxada. Era a hora do cabresto. Ela tentou passar novamente pelo nariz do potro. 

Rosie jogou imediatamente sua cabeça para trás, mas Amy foi mais rápida. Conseguiu encaixar o cabresto atrás de suas orelhas e segurou com segurança. 

— Ei, calma aí. — Ela soltou. 

Os músculos de Rosie tremeram, mas com o toque das mãos de Amy em seu pescoço ela relaxou.

— Parabéns, Amy — disse Lou aliviada. 

— Ela vai ficar ok, agora. — Sheri disse rápido. — É só o momento de colocar o cabresto que ocasiona isso. Esse é o motivo pelo qual eu não tinha percebido o problema até levar ela para casa, ela já estava com o cabresto na hora da venda, e eu não pensei em testar se ela me deixaria retirar e colocar. Se você ficar aqui com ela, eu vou providenciar os materiais de viagem. 

Heartland - Lauren Brooke (Volume Único) - PTBROnde histórias criam vida. Descubra agora