Heartland - Lauren Brooke (Volume Único) - PTBR

Livro 9 - Capítulo 1

O cavalo avançou pela areia, a cauda balançando ao vento. Com a respiração suspensa, Amy ouviu o som de seus cascos batendo. Cavalo e seu cavaleiro pareciam ser um todo, o cavaleiro permaneceu sentado durante a transição para o galope. Depois de alguns passos, o cavalo voltou suavemente ao galope lento e depois ao trote.

O cavalo orgulhosamente ergueu o nariz no ar. Era um lindo animal. O homem em suas costas não tinha rédeas nas mãos e cavalgava sem sela, mas o respeito que o homem e o cavalo tinham um pelo outro era evidente.

Amy teve que engolir em seco. Ela já sabia muito sobre o vínculo especial que as pessoas e os cavalos poderiam ter, mas nunca tinha visto nada tão especial. O cavalo respondeu por vontade própria aos menores movimentos do índio em suas costas.

Ela esperou pelo casal no portão da estrada. O rosto do velho era inescrutável, mas ela viu um brilho caloroso em seus olhos quando ele desceu do cavalo.

Amy se apresentou. 

— Olá, sou Amy Fleming. Você é Huten Whitepath?

O homem permaneceu em silêncio enquanto olhava para ela com curiosidade e abria o portão.

— Seu filho, Bill, me enviou aqui — explicou Amy. — Estou de férias na região com minha irmã. Você conheceu minha mãe, Marion Fleming, do rancho Heartland, na Virgínia. Viemos devolver um livro que ela pegou emprestado de você. 

O velho assentiu em reconhecimento. 

— Marion Fleming — ele murmurou. — Aquela mulher com o dom especial. — De repente, ele pareceu perceber exatamente o que Amy havia dito e franziu a testa. — Conheci?

— Sim — Amy disse suavemente. — Ela… Ela faleceu no ano passado. — Amy havia aceitado a morte da mãe, mas ainda sentia uma pontada de tristeza quando falava sobre isso.

Os olhos do velho também pareceram tristes de repente. Ele olhou para Amy com mais atenção agora. 

— Você já esteve aqui antes — ele disse suavemente. — Eu me lembro do seu rosto. 

Amy assentiu surpresa. Ele se lembrava! 

— Sim, eu estive aqui com minha mãe. Mas eu tinha apenas seis anos na época. 

Ela não conseguia se lembrar de tudo sobre a viagem que fez com a mãe a Ocanumba, no alto da cordilheira dos Apalaches. Foi há nove anos, mas ela ainda se lembrava. Tinha muito carinho e risadas, como em uma família grande e alegre.

Huten Whitepath saiu da estrada com o cavalo colorido. O cavalo seguia de perto o homem, ainda sem cabresto ou corda. Os três subiram um caminho que subia ao longo da montanha.

— Adorei ver você cavalgando, Sr. Whitepath — disse Amy, caminhando ao lado de Albatros. — Você lida com cavalos de uma maneira muito especial. 

O velho sorriu lentamente. 

— Pode me chamar de Huten, como todo mundo faz — ele começou. — Albatross é especial, eu não — continuou ele. Ele acariciou o pescoço do cavalo. — Todo mundo pensa que ele é rebelde, mas não é. Ele simplesmente sabe muito bem o que quer. E ele não tem tanto respeito pela maioria das pessoas. 

— Minha mãe sempre disse que não existem cavalos rebeldes. 

— Ela estava certa. Com a maioria dos cavalos, não faz sentido forçá-los a fazer nada. Se um cavalo não quer alguma coisa, geralmente tem um bom motivo para isso. 

Amy assentiu. Isso também foi algo que ela aprendeu com sua mãe. Mas Amy nunca tinha visto um cavalo tão disposto quanto Albatros, que era conduzido sem sela ou freio. Ao lado dela, o cavalo bufou e balançou a cabeça para as moscas. Amy dispensou-os e fez cócegas no pescoço dele. Ele devia ser um cavalo muito especial, e ela podia imaginar que isso tinha muito a ver com a forma como Huten o tratava.