Capítulo 6

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Com Lucien, eu conheci o amor. Todo o tempo que passei com ele no passado, eu me senti protegida, amada e respeitada. Foi com ele também que eu conheci o prazer. Eu tinha certeza de que Lucien era o homem da minha vida, era com ele que eu desejava dividir todos os momentos.

Eu estava certa de que voltaria para ele depois de conversar com a minha família. Eu sabia que seria difícil convencê-los, especialmente minha mãe, que me criou para fazer um bom casamento com algum empresário do mesmo ramo de negócios do papai.

Em resumo, eu nasci para seguir as regras!

Um dia, sonhei em ser a CEO da empresa, estudei muito, pois queria provar aos meus pais que, apesar de ser mulher, eu poderia assumir os negócios. Porém, aos poucos eu entendi que isso não seria possível. Meu pai ainda carregava a crença de que apenas um homem poderia ser respeitado e capaz de gerir um negócio.

Então, eu desisti desse sonho, mas almejava outros projetos e queria trabalhar com moda. Pensando nisso, convenci minha mãe a permitir a minha ida para a França, para um intercâmbio. Eu não contei sobre os meus planos, é claro. Mas para a minha mãe, uma moça de família da alta sociedade com francês fluente certamente conseguiria um bom casamento.

Muitas coisas mudaram, eu vim para Paris, fiz amigos e conheci o Lucien. Ele despertou em mim a vontade de ter alguém por toda a minha vida. Em um ano, eu me transformei. Com Lucien, eu passei de menina para mulher, e ele nunca escondeu seus sentimentos. Cuidou de mim enquanto eu estudava na França, e nem com todo o escândalo que envolvia a sua família ele deixou de me dar atenção. Eu era a sua prioridade, e eu o via como a minha prioridade.

Nenhum dos meus planos deu certo. Ao retornar, eu tentei conversar com a minha mãe, que deixou claro que a família dependia de mim, que eu deveria me casar com o João. De acordo com ela, ele era um homem bom, além de maduro e muito bem relacionado.

Foi uma semana tensa, eu pensei em fugir, mas quando, em uma conversa, minha mãe confessou que papai estava adoecendo e que havia piorado depois de uma briga com o meu irmão, o Silas, eu fiquei balançada. Ela também chorou ao se lembrar de meu outro irmão, falecido já há alguns anos, e disse que se eu os decepcionasse, nem ela nem meu pai suportariam.

Eu fui fraca, covarde... abri mão da minha felicidade para cumprir o meu papel de filha perfeita. Magoei o homem que eu amava, e pior, antes mesmo de João se mostrar violento, antes mesmo do nosso casamento, eu já morria por dentro, por não ter tido coragem de seguir meu coração.

A minha vida não tomou o rumo que eu esperava, tudo saiu dos trilhos, mas agora, de volta a Paris, sinto que posso ter um novo começo. Ao rever Lucien, eu senti, após muito tempo, um fragmento de esperança. Em sua presença, eu notei que ainda posso ser capaz de sentir serenidade; e em seus braços, ouvindo o ecoar de seu coração, eu me sinto feliz.

Ouço seu suspiro, e seus braços me envolvem ainda mais apertados.

— Érica... estou feliz em vê-la — confessa em voz baixa, e eu tenho a impressão de que quer dizer mais alguma coisa.

Inspiro forte, sentindo seu cheiro, e fecho os olhos, para deixar essa sensação maravilhosa me invadir por inteiro. Então, sem sair de seus braços, eu me afasto. Mas não o bastante, para que ele permaneça com os braços ao redor de minha cintura.

Com seus olhos verdes, Lucien me encanta. Eu nunca fui capaz de esquecer esse seu olhar, tão expressivo e apaixonado.

— Agora não é o momento, mas eu quero conversar com você — sussurro, sentindo em meu peito uma emoção esmagadora por estarmos tão próximos.

Com um sorriso, ele ergue o olhar, e sinto sua mão subir por meus braços até meus cabelos, que ele acaricia. Mais uma vez, fecho os olhos. Sentir seu toque, seu carinho, era tudo o que eu mais queria nos meus momentos mais desafiadores.

Destinados a Amar NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora