Capítulo 28

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A casa da família onde estou hospedada é muito agradável. Eu estava um pouco insegura em viver com pessoas que não conheço, porém, conversando com a minha mãe, ela achou mais seguro, já que eu passarei um ano num país estranho.

Faz apenas alguns dias que cheguei, e logo fiz amizade com Justine, a sobrinha da senhora Noemia Dubois. Justine me apresentou a alguns de seus amigos, e hoje estamos nos preparando para uma festa de aniversário, onde terei a oportunidade de conhecer outras pessoas.

A maioria dos franceses que tenho conhecido tem sido prestativa e acolhedora, mas eu também me deparei com alguns que parecem não apreciar tanto os estrangeiros. No entanto, a minha nova amiga sempre está ao meu lado, pronta para me defender. Por outro lado, estou aqui para estudar e aprimorar o idioma que sempre amei, e não me importo com os julgamentos alheios.

Quando chegamos, já há algumas pessoas circulando.

— Vem, eu vou te apresentar à aniversariante. Ela também veio para Paris para um intercâmbio e acabou ficando, quem sabe o mesmo não aconteça com você? — Justine fala em meu ouvido, já que a música impede que eu possa ouvi-la com clareza.

Eu rio.

— Acho difícil, eu pretendo trabalhar nas empresas do meu pai.

— Sempre se pode mudar de ideia... — comenta e olha para os lados. — Ali está, venha conhecer a Amai. Eu tenho certeza de que você vai gostar dela.

Justine nos apresenta. Amai é uma pessoa ímpar, muito alto-astral, com uma alegria contagiante.

A atmosfera da festa é vibrante, mas ao mesmo tempo percebo que não está tão cheia como imaginei inicialmente. Acredito que as festas na França tenham uma dinâmica diferente das do Brasil. Enquanto saboreio meu refrigerante, meu olhar vagueia distraído pela sala. É quando avisto um homem alto, vestindo uma camisa polo azul, conversando animadamente com Pierre, namorado de Amai.

Um sorriso ilumina seu rosto e seus olhos encontram os meus. Sinto meu coração acelerar e uma corrente elétrica percorrer meu corpo. Incapazes de desviar o olhar, travamos um breve contato visual intenso. Ele continua me encarando enquanto diz algo a Pierre.

— O Lucien está aqui. — Eu nem havia reparado que Justine já estava ao meu lado. E mal escuto o que ela fala. — Vem, vou te apresentar ao meu melhor amigo. Eu o conheço desde que éramos crianças, nossos pais foram vizinhos — explica, puxando-me pelo braço.

— Quem? — Eu não sei a quem Justine se refere, e agora não consigo mais ver o homem dos olhos verdes.

— Meu amigo, o Lucien — responde.

Ela faz uma pausa, e quando eu volto a direcionar meu olhar à frente, lá está ele, mais radiante visto assim, tão de perto.

Seu sorriso me envolve, seu olhar transmite uma intensidade indescritível.

— Sua amiga, Justine? — Sua voz aveludada causa arrepios por toda a minha pele.

— Sim, esta é a Érica, a brasileira que veio para o intercâmbio — aponta Justine, e eu sorrio. — Érica, este é o Lucien, meu melhor amigo.

Lucien estende a mão, eu faço o mesmo, e quando nossas peles se tocam, sinto um grande prazer atravessar o meu corpo. É um sentimento único, eu nunca senti nada parecido.

— Prazer, Érica! Se eu soubesse que a amiga de Justine era tão linda, eu teria aparecido na casa da Noemia — declara, então se inclina e dá um beijo em cada lado do meu rosto.

Destinados a Amar NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora