Meu irmão já está em Paris há cinco dias. Entre as investigações e a troca de informação com a Polícia Nacional, e também a Interpol, ele tem levado a Júlia para alguns passeios. Minha cunhada, apesar dessa nuvem que nos ronda, tem se mostrado encantada por Paris, e confessou que o que mais a fascinou foram as diversas cafeterias espalhadas pela cidade.
Júlia é uma mulher muito paciente com Silas, pois nunca reclama quando ele tem alguma reunião com o detetive que está nos ajudando. Até o momento, João Alberto não deu sinal de vida, o que é preocupante, pois tanto Silas quanto Lucien acreditam que ele está aprontando alguma coisa.
Quanto a mim, eu não quero demonstrar, mas me encontro aflita, com medo de que a qualquer momento uma catástrofe possa acontecer. Porém, eu não deixo que as preocupações atrapalhem o meu dia a dia.
Eu termino de me arrumar meticulosamente, cada peça cuidadosamente escolhida para transmitir a imagem de elegância e sofisticação que desejo. Antes de sair do closet, dou uma última olhada em meu reflexo no espelho. Meus olhos percorrem cada detalhe do conjunto que selecionei, e um sorriso de satisfação ilumina o meu rosto.
Visto um tailleur clássico na cor violeta, cuja saia desce elegantemente até os joelhos, enquanto o blazer ajustado é adornado por um cinto fino que realça a minha cintura. Para completar o look impecável, escolho um par de scarpins nude com o solado vermelho, adicionando um toque sutil de audácia.
Pego minha bolsa, cujo design complementa perfeitamente o estilo refinado do conjunto, e me dirijo à sala, onde Lucien me aguarda pacientemente. Seu olhar gentil aprecia o meu visual, e sinto-me confiante ao seu lado, pronta para mais um dia de trabalho na loja.
Ele assobia.
— Você está linda, Érica! — elogia, vindo ao meu encontro. Assim, paramos um de frente para o outro. Lucien segura minha cintura com gentileza e inclina a cabeça até o meu pescoço. — E ainda cheira bem — complementa.
Uma risada escapa dos meus lábios involuntariamente.
— Hoje, ficarei parte do dia sozinha, será a primeira vez que isso acontece, então eu quero passar mais confiança para as clientes que entrarem na loja — admito.
Lucien ergue a cabeça, franzindo a testa.
— Você ficará sozinha? Por onde anda a outra moça que trabalha com a Justine? — indaga, preocupado.
Mexendo em seu cabelo, eu sorrio, tentando o tranquilizar.
— Às quintas-feiras, ela tem um compromisso na parte da manhã, junto ao trabalho do marido. Mas garantiu que chegará o mais breve possível para ficar comigo.
Com certeza Lucien não gosta do que ouve.
— Érica, esse não é um bom momento para você ficar sozinha, pelo menor tempo que seja — comenta.
Eu reviro os olhos, considerando a sua preocupação um tanto exagerada.
— Meu amor, esqueceu que eu tenho um segurança o tempo todo à espreita?
— Mesmo assim, Érica. Devemos lembrar que ele não fica na loja, mas sim na galeria, apenas próximo, caso haja alguma urgência — acentua.
— E o que poderia me acontecer ali? A galeria é movimentada, tem câmeras por todos os lados, assim como na loja. Fora o meu segurança particular, tem os seguranças do lugar, e o João Alberto não iria aparecer por ali.
Lucien respira fundo, impaciente.
— Eu não estou feliz com isso — balbucia, contrariado, e me olha. — E por que a Justine sairá cedo?
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Destinados a Amar Novamente
Roman d'amourÉrica sempre foi a personificação da elegância e da etiqueta, uma jovem criada na alta sociedade, onde sua vida era ditada pelas vontades dos pais, inclusive, a escolha de seu marido. Porém, por trás da fachada impecável, escondia-se uma realidade s...