Capítulo 24

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Meu irmão já está em Paris há cinco dias. Entre as investigações e a troca de informação com a Polícia Nacional, e também a Interpol, ele tem levado a Júlia para alguns passeios. Minha cunhada, apesar dessa nuvem que nos ronda, tem se mostrado encantada por Paris, e confessou que o que mais a fascinou foram as diversas cafeterias espalhadas pela cidade.

Júlia é uma mulher muito paciente com Silas, pois nunca reclama quando ele tem alguma reunião com o detetive que está nos ajudando. Até o momento, João Alberto não deu sinal de vida, o que é preocupante, pois tanto Silas quanto Lucien acreditam que ele está aprontando alguma coisa.

Quanto a mim, eu não quero demonstrar, mas me encontro aflita, com medo de que a qualquer momento uma catástrofe possa acontecer. Porém, eu não deixo que as preocupações atrapalhem o meu dia a dia.

Eu termino de me arrumar meticulosamente, cada peça cuidadosamente escolhida para transmitir a imagem de elegância e sofisticação que desejo. Antes de sair do closet, dou uma última olhada em meu reflexo no espelho. Meus olhos percorrem cada detalhe do conjunto que selecionei, e um sorriso de satisfação ilumina o meu rosto.

Visto um tailleur clássico na cor violeta, cuja saia desce elegantemente até os joelhos, enquanto o blazer ajustado é adornado por um cinto fino que realça a minha cintura. Para completar o look impecável, escolho um par de scarpins nude com o solado vermelho, adicionando um toque sutil de audácia.

Pego minha bolsa, cujo design complementa perfeitamente o estilo refinado do conjunto, e me dirijo à sala, onde Lucien me aguarda pacientemente. Seu olhar gentil aprecia o meu visual, e sinto-me confiante ao seu lado, pronta para mais um dia de trabalho na loja.

Ele assobia.

— Você está linda, Érica! — elogia, vindo ao meu encontro. Assim, paramos um de frente para o outro. Lucien segura minha cintura com gentileza e inclina a cabeça até o meu pescoço. — E ainda cheira bem — complementa.

Uma risada escapa dos meus lábios involuntariamente.

— Hoje, ficarei parte do dia sozinha, será a primeira vez que isso acontece, então eu quero passar mais confiança para as clientes que entrarem na loja — admito.

Lucien ergue a cabeça, franzindo a testa.

— Você ficará sozinha? Por onde anda a outra moça que trabalha com a Justine? — indaga, preocupado.

Mexendo em seu cabelo, eu sorrio, tentando o tranquilizar.

— Às quintas-feiras, ela tem um compromisso na parte da manhã, junto ao trabalho do marido. Mas garantiu que chegará o mais breve possível para ficar comigo.

Com certeza Lucien não gosta do que ouve.

— Érica, esse não é um bom momento para você ficar sozinha, pelo menor tempo que seja — comenta.

Eu reviro os olhos, considerando a sua preocupação um tanto exagerada.

— Meu amor, esqueceu que eu tenho um segurança o tempo todo à espreita?

— Mesmo assim, Érica. Devemos lembrar que ele não fica na loja, mas sim na galeria, apenas próximo, caso haja alguma urgência — acentua.

— E o que poderia me acontecer ali? A galeria é movimentada, tem câmeras por todos os lados, assim como na loja. Fora o meu segurança particular, tem os seguranças do lugar, e o João Alberto não iria aparecer por ali.

Lucien respira fundo, impaciente.

— Eu não estou feliz com isso — balbucia, contrariado, e me olha. — E por que a Justine sairá cedo?

Destinados a Amar NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora