Uma sensação incômoda se insinua em meu peito, como se algo estivesse fora do lugar. A inquietação me consome, especialmente ao pensar que Érica ficará sozinha na loja. Apesar de ser por um curto período e de haver um segurança particular por perto, eu não consigo me sentir tranquilo. A preocupação me domina, enchendo-me de insegurança e incerteza.
Após deixá-la perto da galeria, eu retorno ao escritório da produtora, mas concentrar-me se torna uma tarefa árdua. A mente vagueia, tomada pela preocupação. Decido ligar para Érica, buscando algum conforto em suas palavras. Percebendo a minha inquietação, ela assegura que tudo está calmo e sob controle na loja. No entanto, mesmo com suas palavras reconfortantes, a sensação de apreensão persiste em meu peito, como uma sombra que insiste em pairar sobre mim.
No início da tarde, meu celular toca com uma ligação de meu pai, e eu atendo na hora.
— Pai?!
— Lucien, tenho uma notícia bombástica. — Sua voz denota cansaço.
Uma ansiedade toma meu peito.
— Então, fale logo, pai. Hoje não está sendo um bom dia para mim — chio.
— É sobre o Mathis...
— O quê? Ele conseguiu sair da cadeia?
Era só o que me faltava, meu primo conseguir se livrar de seus crimes.
Meu pai deixa escapar uma tosse, interrompendo momentaneamente a conversa.
Eu aguardo, impaciente, até que ele pare de tossir.
— O Mathis foi encontrado morto em sua cela hoje de manhã — dispara, e eu sinto como se o ar me faltasse.
— O quê? Mas...?
— Pelo que tudo indica, ele se suicidou, pois o encontraram pendurado, com um lençol amarrado ao pescoço.
Eu passo a mão por meu cabelo e me levanto, nervoso.
— Isso não faz sentido... Ele não tinha conseguido um advogado? E o Mathis não se mataria, eu tenho certeza. — Eu conhecia bem o meu primo, ele não era o tipo de homem que faria algo do tipo. — E ninguém viu? Ele não estava com outros presos?
— Eu ainda não sei detalhes, meu filho. Porém, estou indo para Villeneuve-sur-Lot, eu não posso deixar que minha irmã cuide de tudo sozinha. Ela é viúva e tinha apenas Mathis como filho — acentua papai.
Logo, eu fico preocupado.
— O senhor não pode ir sozinho, pai.
— Eu não vou sozinho, Lucien. Amadeu e o meu advogado me acompanharão — informa, e eu me sinto mais tranquilo.
Eu conheço Amadeu há muito tempo. Ele trabalhou para o meu pai durante toda a vida, mas agora está aposentado. No entanto, a ligação entre ele e meu pai é tão forte que é como se fossem irmãos. Poucos meses após meu pai se mudar para Nice, Amadeu também foi para lá com sua família. Afinal, é um lugar excelente para se viver quando se está mais velho.
Eu bufo, uma sensação de angústia tomando conta de mim.
— E o senhor já falou com a tia Pauline? — Apesar de tudo, eu me sinto compadecido pela minha tia.
— Sim, e ela está muito mal. Minha irmã está inconsolável — responde meu pai.
— Imagino... — murmuro, então volto para a minha cadeira. — O Saymon falou alguma coisa a respeito?
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Destinados a Amar Novamente
RomanceÉrica sempre foi a personificação da elegância e da etiqueta, uma jovem criada na alta sociedade, onde sua vida era ditada pelas vontades dos pais, inclusive, a escolha de seu marido. Porém, por trás da fachada impecável, escondia-se uma realidade s...