Capítulo 25

214 45 2
                                    


Uma sensação incômoda se insinua em meu peito, como se algo estivesse fora do lugar. A inquietação me consome, especialmente ao pensar que Érica ficará sozinha na loja. Apesar de ser por um curto período e de haver um segurança particular por perto, eu não consigo me sentir tranquilo. A preocupação me domina, enchendo-me de insegurança e incerteza.

Após deixá-la perto da galeria, eu retorno ao escritório da produtora, mas concentrar-me se torna uma tarefa árdua. A mente vagueia, tomada pela preocupação. Decido ligar para Érica, buscando algum conforto em suas palavras. Percebendo a minha inquietação, ela assegura que tudo está calmo e sob controle na loja. No entanto, mesmo com suas palavras reconfortantes, a sensação de apreensão persiste em meu peito, como uma sombra que insiste em pairar sobre mim.

No início da tarde, meu celular toca com uma ligação de meu pai, e eu atendo na hora.

— Pai?!

— Lucien, tenho uma notícia bombástica. — Sua voz denota cansaço.

Uma ansiedade toma meu peito.

— Então, fale logo, pai. Hoje não está sendo um bom dia para mim — chio.

— É sobre o Mathis...

— O quê? Ele conseguiu sair da cadeia?

Era só o que me faltava, meu primo conseguir se livrar de seus crimes.

Meu pai deixa escapar uma tosse, interrompendo momentaneamente a conversa.

Eu aguardo, impaciente, até que ele pare de tossir.

— O Mathis foi encontrado morto em sua cela hoje de manhã — dispara, e eu sinto como se o ar me faltasse.

— O quê? Mas...?

— Pelo que tudo indica, ele se suicidou, pois o encontraram pendurado, com um lençol amarrado ao pescoço.

Eu passo a mão por meu cabelo e me levanto, nervoso.

— Isso não faz sentido... Ele não tinha conseguido um advogado? E o Mathis não se mataria, eu tenho certeza. — Eu conhecia bem o meu primo, ele não era o tipo de homem que faria algo do tipo. — E ninguém viu? Ele não estava com outros presos?

Eu ainda não sei detalhes, meu filho. Porém, estou indo para Villeneuve-sur-Lot, eu não posso deixar que minha irmã cuide de tudo sozinha. Ela é viúva e tinha apenas Mathis como filho — acentua papai.

Logo, eu fico preocupado.

— O senhor não pode ir sozinho, pai.

— Eu não vou sozinho, Lucien. Amadeu e o meu advogado me acompanharão — informa, e eu me sinto mais tranquilo.

Eu conheço Amadeu há muito tempo. Ele trabalhou para o meu pai durante toda a vida, mas agora está aposentado. No entanto, a ligação entre ele e meu pai é tão forte que é como se fossem irmãos. Poucos meses após meu pai se mudar para Nice, Amadeu também foi para lá com sua família. Afinal, é um lugar excelente para se viver quando se está mais velho.

Eu bufo, uma sensação de angústia tomando conta de mim.

— E o senhor já falou com a tia Pauline? — Apesar de tudo, eu me sinto compadecido pela minha tia.

— Sim, e ela está muito mal. Minha irmã está inconsolável — responde meu pai.

— Imagino... — murmuro, então volto para a minha cadeira. — O Saymon falou alguma coisa a respeito?

Destinados a Amar NovamenteOnde histórias criam vida. Descubra agora