Coração de Ouro.

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No segundo dia de William na mansão Gleeful, ele percebeu a personalidade dos gêmeos e soube se acostumar com o básico. Ele sabia que Mabel era uma garota muito exigente, vaidosa e bastante maldosa, e que Dipper era frio e bastante intelectual, ele não falava muito. A relação dos irmãos era bastante diferente, eles pareciam não gostar das personalidades distintas um do outro.

Ontem a noite, a jovem dama não parava de falar que amanhã seria um grande dia, e explicou a Will sobre a tenda da telepatia.

- Você não deve ter lido a outra página de horários, tire um tempo da noite para ler depois - disse Mabel enquanto escovava seus cabelos em frente à sua penteadeira bastante luxuosa

- A tenda da telepatia é onde eu e o Dipper fazemos shows de mágica para encantar o público com nossas habilidades, por isso temos uso dos amuletos mágicos e outras coisinhas também. - Guardou a escova de cabelo na gaveta e se levantou. Ela usava um pijama de vestido azul claro com babados brancos.

William ficou o tempo todo em pé, escutando Mabel falar enquanto concordava com a cabeça. Ele pensou sobre isso um momento, pensando se ele deveria comparecer

- Eu... vou ter que c-comparecer? - disse o de voz baixa e rouca, William, que abraçou o tablet de horários dos gêmeos

- É claro que sim! Você é nosso escravo, tem que fazer tudo conosco, você se faz de idiota? Vamos explicar tudo amanhã, agora saia do meu quarto, sério, você está fedendo! - disse a garota enquanto gesticulava as mãos mandando Will embora, que foi sem hesitar, fechando a porta.

William caminhou um pouco até o quarto do lado, que era o de Dipper. Ele deu uma olhada no garoto, que parecia ajustar alguns livros na estante. William o olhava em silêncio, até que Dipper o notou. Um olhar frio e sem sentimentos o encarou, isso fez Will sair rapidamente do local, até a sala da mansão.

A casa estava bastante quieta e só se ouvia o "tic-tac" do relógio. Will sentou-se no sofá preto fofo da sala e ligou o tablet de horários, e ficou o encarando. Ele não leu nada, mas ficou recapitulando tudo o que aconteceu até agora. Ele sentiu seu coração apertar, em meio a um desespero leve, lágrimas quentes de emoção escorreram pelas bochechas do garoto tristonho.

Will sentia-se bastante desprezado na casa, mais do que era em sua própria residência. Ele cogitou fugir, então deixou o tablet na mesa e se levantou, indo até a porta da frente, abrindo devagar saindo pelo quintal escuro da enorme mansão. Era um jardim elegante, bem arrumado e cheio de flores.

Ele pode ver um enorme portão elegante de ferro que deveria ser onde dava a passagem para fora dali. Ele não enxergava muito no escuro, então ele caminhou devagar até o portão. Um homem grande e que tinha um cheiro sofisticado se aproximou por trás do garoto, que antes mesmo de fazer isso, William olhou para trás após sentir o cheiro familiar.

Seu coração gelou, e suas mãos geladas começaram a suar pela ansiedade. William pode sentir um ar de maldade, ao ver, era Stanford.

- O que você está fazendo aqui? - aquela voz grossa britânica assustou Will, que o fez recuar com medo.

Os olhos de Stanford brilharam no escuro, aqueles olhos penetraram os de Will, que tremia pela intensidade da presença. William não conseguia responder o homem pelo medo.

- Você estava tentando fugir? O que te faz pensar que conseguiria? - Vendo que o garoto não responderia, num momento de raiva, puxou os cabelos azulados brilhantes do menor com força e o arrastou de volta para dentro.

William gritou apavorado, Stanford não foi nem um pouco gentil. William gritava, até que não conseguiu acompanhar o trajeto, então acabou caindo no chão e como consequência, foi arrastado.

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