Trato.

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Stanford me olhou e eu não me atrevi a devolver o olhar.

ㅡ O que é isto? ㅡ Ele me barrou na porta, questionando tudo o que eu tinha em mãos

ㅡ É... u-um fantoche de m-meia, s-senhor. ㅡ Olhei para baixo desnorteado

ㅡ Não isso, isso abaixo de seu braço. ㅡ Ele puxou o diário do meu braço, boquiaberto

ㅡ Como conseguiu achar isto?! ㅡ Ele me olhou franzindo a testa

ㅡ O G-gideon, e-ele que a-achou, e-ele achou... n-no Oregon ㅡ disse com a voz trêmula

Ele ficou um tempo olhando para o diário e aproximei a mão de mim. Eu fechei os olhos com força, num impulso e susto contraí meu corpo, defendendo meu rosto, acabei derrubando o cupcake no chão. Meu coração apertou e eu segurei as lágrimas, trêmulo.

Na verdade, ele bagunçou meus cabelos.

ㅡ Bom trabalho. ㅡ Ele entregou o cupcake para mim, que na verdade não havia caído no chão, ele havia usado magia para não deixá-lo cair.

Por quê? Olhei para ele desnorteado e peguei o cupcakes. Ele me pediu para entrar primeiro então entrei limpando as lágrimas. Olhei para ele, que fechava a porta e me direcionava para seu escritório.

Por que ele fez aquilo. Ele... ele realmente gostou do que fiz? Eu fiz algo bom? Eu estou confuso e atordoado. Eu comi o cupcake enquanto caminhava atrás dele até seu escritório. Chegando lá, Dipper estava aguardando nós enquanto lia algumas coisas no diário que Stanford me proibiu de pegar.

Nos olhamos e desviamos o olhar logo depois.

ㅡ Dipper, tenho uma boa notícia, Will achou o diário número um, que eu havia guardado em Oregon. Eu estava pensando em viajar para lá, para buscá-lo, mas graças a ele, não tive que fazer isso ㅡ Ford diz mostrando o diário

ㅡ Sério? Que bom! Finalmente eu vou ver o que neste diário. Agora só falta... o três ㅡ Dipper responde

Enquanto eles conversavam, me sentei em cima da mesa de Stanford como de costume para fazer os experimentos. Eu retirei o fantoche de meia de deixei em cima da mesa.

ㅡ O que é isso? ㅡ Dipper me questionando

ㅡ Um fantoche de meia. A Pacífica me deu... ㅡ Respondi hesitante

Ele ficou em silêncio, não sabia distinguir suas emoções, seu rosto era sempre neutro. Stanford folheava o diário "novo". Então ele se aproximou de mim, levantando minha franja. Me assustei, não esperava isso. Por um momento me senti aliviado, eu tinha muito cabelo no rosto e me atrapalhava a enxergar a maioria das vezes.

Stanford me olhava boquiaberto, e olhava para o diário.

ㅡ O que foi tivô? ㅡ Dipper se aproximou

ㅡ Como imaginado, Will obteve a marca na testa, agora ele é oficialmente um demônio. ㅡ Ford pegou sua caderneta e anotou

Eu fiquei confuso. Que marca? O que tinha na minha testa? Toquei a mesma, não sentindo nada. Dipper se aproximou, levantando minha franja analisando minha testa. Eu desviei o olhar, mas eu sentia ele me encarando.

ㅡ Você quer ver? ㅡ Dipper pergunta

Eu concordo com a cabeça de maneira tímida. Ele pegou um espelho e me entregou. Eu levantei minha franja analisando minha testa. Era um tipo de olho fechado como se fosse um desenho, com uma cicatriz no meio, como se estivesse o fechando de propósito. Eu não sabia o que significava exatamente, que eu virei um demônio? O que vai acontecer comigo?

Guardei o espelho e fiquei em silêncio, aguardando os experimentos.

Stanford fechou o diário e se aproximou lentamente da mesa onde eu estava sentado. Ele me olhou com aquele olhar inquisidor de sempre, como se estivesse calculando algo em sua mente brilhante.

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