Felicidade Temporária

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O amanhã chegou, mais um dia que eu teria que estar vivo, que chato. Me levantei e peguei o tablet em cima da mesa para ver os horários hoje. Percebi que haviam mudado os horários, parece que os gêmeos só vão treinar a dança hoje mais tarde, que bom...

Então me levantei e saí do quarto, como estava cedo deu tempo de fazer toda a minha higiene básica. Saí do banheiro de mãos molhadas e comecei a fazer minhas tarefas de sempre. Como a casa não estava tão suja, eu tirei e organizei algumas coisas do lugar, limpei o pó dos cantos e arrumei a sala, entre outras coisas.

Eu fui para fora da mansão carregando um regador em mãos com água. Me aproximei dos canteiros de rosa perto das grades da mansão e comecei a regá-las. Eram rosas muito bonitas, vermelhas cor sangue e algumas brancas. Estranho que eles tenham colocado estas rosas aqui, eles não gostam de flores, pelo menos eu acho.

Mas pelo menos eu poderia regar e cuidar delas sempre, eu amo a natureza... sinto falta do meu irmão. Eu passei o regador em vários canteiros, tinham cinco ali perto e cinco do outro lado do quintal. A água do regador acabou então o deixei no chão para procurar uma torneira por perto. Como eu não costumava ficar lá fora, não sabia direito onde ficavam algumas coisas.

Olhei para as rosas e me surpreendi quando avistei uma lagarta na pétala de uma. Meus olhos brilharam e tirei minha franja do olho para enxergar melhor. Aproximei o dedo da mesma, que subiu nele sem hesitar. Fiquei boquiaberto, ela era interessante, já vi ela no livro de insetos na biblioteca. Ela estava se alimentando das rosas, mas ela não podia.

Ela rastejou com parte de seu corpo indo para cima e para baixo, pela minha mão. Ela tinha que se alimentar para virar uma borboleta um dia, mas não das rosas. Caminhei até outro canto onde havia algumas plantas verdes comuns e a coloquei em cima da folha. Fiquei observando ela se rastejando pela folha. Ela era tão leve que a folha mal se mexia.

Eu fiquei distraído por alguns segundos, mal consegui ver que tinha alguém... na minha frente?! Olhei rápido com um rosto assustado.

ㅡ OI, WILL! ㅡ A garota gritou animada me fazendo gritar e cair para trás.

ㅡ Desculpe! Não queria te assustar ㅡ Era Pacífica. Ela se sentou no chão atrás da grade em que nos separava.

Logo atrás dela, Gideon se aproximava com algumas sacolas, se sentando ao lado dela também. Eu toquei meu peito, eu tomei um grande susto. Olhei para trás para ver se não havia ninguém e me aproximei da grade. Eu sabia que eu tinha afazeres, mas eu queria saber o porquê deles estarem aqui.

ㅡ E Ai Will! Eu sou o Gideon, primo da Pacífica, já nos vimos antes ㅡ Ele sorriu arrumando o boné que tinha um pinheiro azul de enfeite na frente.

ㅡ Will, eu disse que vinha te ver, lembra? ㅡ Pacífica me deu um sorriso largo que mostrava seu aparelho de borrachinhas arco íris.

ㅡ Oi... me lembro... ㅡ Disse meio tímido, não esperava visitas.

Ficamos nos olhando por algum tempo em silêncio, até que Gideon quebrou o silêncio.

ㅡ Nós preparamos várias coisas para você!

ㅡ Trouxemos cupcakes, cookies e várias coisas! ㅡ Ela puxou da sacola um pote de cookies e abriu e me ofereceu.

Eram de chocolate e o cheiro era tentador. Eu queria comer algum doce, faz tanto tempo que não como nada doce. Eu passei a mão trêmula e levemente machucada pela grade e peguei um cookie dentro do pote. Levei até minha boca e dei uma mordida.

Era magnífico. Até então eu não tinha comido um cookie, nem mesmo um do mercado. Eu lambi os lábios, saboreando o gosto do chocolate na boca, eu dei um leve sorriso quase imperceptível.

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