Correntes de Água.

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Era uma noite bastante tempestuosa, chovia forte e os relâmpagos eram muito aparentes. William, um garotinho de doze anos, sentado em uma cadeira de madeira fosca enquanto escrevia sem parar em um caderno azulado, o que parecia ser várias contas matemáticas difíceis. Suas mãos, que antes eram brancas como a neve, agora ficaram avermelhadas, machucadas e suava bastante pelas horas que segurava o lápis de grafite. Suas vestes eram de frio, de cores azuis e pretas.

Em suas costas, um homem alto, estatura forte e cabelos loiros, que segurava um cinto, ditava números e contas aleatórias para o garotinho de cabelos azuis escrever. Até agora ele não havia usado seu cinto. O homem andava de um lado pro outro, checando seu relógio várias vezes e pelas suas vestes formais, parecia estar esperando por alguém.

- Você nem imagina o que está por vir. Tenho certeza de que vai adorar seu presente de aniversário. Foi um desejo da sua mãe - disse o homem mais velho, inclinando-se para checar o rosto do filho com um olhar crítico.

O rosto apático do garoto exibia uma cicatriz branca no nariz. Seus olhos estavam cansados, pareciam lutar contra o sono que sentia. Seus pés tremiam a cada trovoada que dava. Seu pai tocou o queixo pequeno do garoto, o apertando, fazendo seus olhos se encontrarem. Por meio de um sorriso ameaçador do pai, Will encolheu seus ombros magro e não disse nada. Um sino foi tocado, estava na porta da casa dos Cypher. O homem se afastou logo, indo atender a porta.

Ao abrir a porta, o cheiro que predominou no cômodo foi um cheiro de Chypre, um cheiro de perfume sofisticado e chique, o aroma era cheiroso. Quatro pessoas estavam paradas na frente da porta, cada dupla segurando um guarda chuva, seus semblantes eram apáticos e assombrosos, seus olhos de cor azul, quase ciano de tão claros, brilhavam na pouca escuridão ali.

- Alex! Muito bom te ver de novo depois de anos. - Cumprimentou um homem alto, forte e bem mais velho que Alex, tanto que seus cabelos eram grisalhos. Suas vestes eram bastantes chiques e eram azuis com detalhes escuros, assim como o resto da família. Ele tomou a frente dos outros membros e cumprimentou Alex com um aperto de mão.

- Eu quem deveria lhe dizer isso, Stanley. Seja bem-vindo, por favor, entre, fique à vontade - Disse Alex que deu a passagem a família, que entrou em fila. Stanley entrou primeiro e atrás de si outro homem que era exatamente igual ao mesmo, se não fosse pelos seus óculos retangulares e vestes mais longas. Logo depois, dois adolescentes, uma menina e um menino, que se olhasse bem, eram a cópia feminina e masculina do outro. Aparentemente, eram todos gêmeos.

Alex fechou a porta, e Will já havia parado de escrever ao sentir a fragrância sofisticada. Ele observou, com um olhar curioso e encantado, como se estivesse intrigado com a beleza, formalidade e presença poderosa daquela família. Seu pai lhe lançou um olhar maldoso, que fez o garoto arrumar as coisas em cima da mesa e se levantar da cadeira de maneira rápida.

- Por que não se sentam? Vamos nos acomodar e conversar melhor. Tenho uma proposta que acho que vão gostar - sugeriu Alex, enquanto arrastava uma cadeira para a garota de longos cabelos castanhos. A faixa azul piscina em seu cabelo chamava a atenção de Will. Ela se sentou graciosamente, lançando um breve sorriso de agradecimento.

Os outros se sentaram, e Alex serviu um pouco de chá aos mesmos. Will ficou apenas em pé, encostado na parede com seu caderno perto de seu pé, olhando para eles. Então uma conversa iniciou. Todos sentados em volta de uma mesa de madeira fosca, grande e charmosa, evitavam contato visual. Então Alex tomou a iniciativa: - Então, eu sei o quão bem sucedidos são com seu circo e empresas, então eu tenho uma coisa a oferecer, que os ajudarão mais ainda. Ele é um prodígio, alguém que poderá ser muito valioso a vocês e quem sabe uma diversão? - afirmou com um tom de alegria e tentação, enquanto gesticulava suas mãos.

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