Capítulo dez: Soltando os cachorros

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  Draco ajustava sua gravata em frente ao espelho da sala do seu apartamento, pronto para ir trabalhar. No instante que abriu a porta, avistou Astória - a qual mantinha o punho erguido para bater.

- Astória? O que faz aqui?

- Eu vim te devolver uma coisa que você me deu.

E sem mais nenhuma explicação, agarrou o seu rosto e lhe tascou um beijo. Sem nem pensar no quão impróprio era aquilo, laçou sua cintura com um só braço e a trouxe para mais perto.

Era tão viciante aqueles lábios de morango que não quis desgrudar deles nem por um segundo. Nem quando regressaram ao apartamento.

Astória se deitou em seu tapete macio de pelos e, segurando em sua mão, o trouxe. Draco apoiava o antebraço acima da cabeça dela. Começou a espalhar beijinhos por todo o seu rosto. Bochechas, nariz, testa. A bruxa ria feito uma criança.

- Ah, Draco, eu não resisto aos seus beijos.

- Não, é?

Com um sorriso maroto, negou.

- Eu não paro de pensar em você. Eu quero tanto te ter.

- Me terá por toda a sua vida.

Ela sorriu e ganhou mais um beijo amoroso.

- O que você pensa que está fazendo?

Haviam se esquecido de que a porta estava aberta. O tal invasor não eram ninguém menos que Vincent Crabbe.

- Crabbe?!

- Vincent?!

O casal estava horrorizado. Por outro lado, o sujeito estava furioso. Os dois trataram de se levantar. Ficaram mais apavorados quando Crabbe lhes apontou a varinha.

- Crabbe, eu posso explicar!

- Explicar? O que há para explicar? O meu corpo mal é enterrado e você já corre atrás da minha noiva?

- Não é bem assim!

- É bem assim sim! Ela era a minha noiva! Seria a minha mulher! A mãe dos meus filhos! Isso é traição, Malfoy! Traição!

- Vincent, por favor! - Suplicou Astória, assustada

- E você cale a boca! Eu aceito perder qualquer coisa, menos ela! Avada Kedavra!

No segundo Malfoy seria morto, despertou de seu pesadelo. Estava em um dos quartos compartilhados dos internos, em St. Mungus. Seu coração batia tão acelerado que achou que pularia para fora. Foi só um sonho. Só um sonho, era o que repetia para si.

Mesmo tendo certeza de que era só um sonho, tinha a nítida sensação de que havia traidor cravado na sua testa.


.            .            .


Astória não pensava em outra coisa a não ser aquele beijo. Era muito espantoso o fato de o noivo ter sido tão amoroso. Sempre suspeitou de que seria voraz. Não que não tenha gostado. Foi um beijo muito bom.

Não é de menos. Praticou com tantas, foi esta sua conclusão mental. Presumiu que a razão de gastar tanto tempo pensando naquele beijo seria porque fazia semanas de que não era osculada.

Por mais difícil que fosse, foi preciso evitar de pensar naquilo porque reservou a manhã na Pétalas Preciosas para fazer entrevistas. Tinha anunciado a vaga de vendedora no Profeta Diário há alguns dias e recebeu alguns currículos desde então.

Nobre Coração - DrastoriaOnde histórias criam vida. Descubra agora