Capítulo nove: O beijo entre os abacateiros

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  Talvez você, cara leitora, tenha reparado que muitos dos personagens comentaram sobre a ópera que estava por vir e tenha estranhado porque tantos demonstravam interesse. Se for este o seu caso, eu me vejo obrigada a informar que a ópera não é um show qualquer.

O próprio teatro já dá indícios disso.

Para começar a minha explicação, o teatro em que ocorreria era uma verdadeira casa das artes, adepta a aceitar qualquer um capaz de compreendê-las. Era um lugar muito espaçoso e com muitas colunas. Havia quinhentas, talvez seiscentas cadeiras. No teto fora pintado vários anjinhos que gostavam de circular por aquilo que deveria ser seu céu.

Quanto ao espetáculo, eu preciso dizer que vai além de qualquer adjetivo que esteja pensando. A ópera, mais do que todas as demais artes, era a que conseguia criar uma conexão complexa com seu expectador. Ela tinha a proeza de mexer com suas emoções em uma sutileza impressionante.

Era essa a razão do novo espetáculo ter lotado o teatro em sua noite de estreia. As pessoas, mesmo que não tivessem real consciência, queriam reter aquela conexão.

Infelizmente, nem todo mundo tinha condições de pagar por esta experiência. Logo, era algo mais reservado aos aristocratas.

George Weasley, que fazia parte daqueles que desconheciam as maravilhadas da ópera, ficou impressionado com a beleza do teatro. Mesmo estando muito bem vestido em um terno vinho, era nítido de que nunca havia comparecido a um lugar como aquele.

- Este lugar é enorme, Hestia!

- É bonito, não?

Hestia segurava em seu braço. Estava muito elegante em um vestido verde brilhante, que batia até os pés. No lugar de mangas havia alças finas. O seu decote era motivo de suspiros de muitos homens. Os braços eram cobertos por longas luvas brancas. Utilizava joias verdadeiramente caras. O cabelo era preso em um coque alto.

O ruivo se inclinou na direção do seu ouvido.

- Não mais do que você. Está muito gostosa hoje.

Teve a ousadia de beliscar a orelha dela com os dentes, fazendo as partes íntimas dela arderem.

- George! Contenha-se, por favor! - Censurou, se segurando para rir

Carrow o encaminhou ao camarote. Um lugar definitivamente mais confortável que os demais assentos. Weasley estava muito impressionado com tudo. Não tinha pego o hábito de uma vida luxuosa.

Flora, que se sentava ao lado do Sr. Crouch, acenou discretamente para eles. Levantando-se era possível ver seu vestido tomara que caia vermelho, que batia acima dos tornozelos. As luvas curtas eram da mesma cor. Uma pequena parcela do cabelo estava preso a um rabo de cavalo, enquanto as demais mechas se espalhavam por seus ombros.

Flora esboçou um largo sorriso ao ver a irmã.

- Hes, você está linda!

- Obrigada, Flo. Você também. Deu sorte na companhia, Sr. Crouch.

Apenas quando lhe dirigiram a palavra que o homem resolveu reparar na existência deles. Se pôs de pé.

- Concordo plenamente, Srta. Carrow.

O Sr. Crouch olhou para Hestia de uma forma que George não aprovou. Passando o braço por volta da cintura da namorada, a trouxe para mais perto. Estendeu a mão ao homem.

- George Weasley.

- Bartô Crouch. Deve ter ouvido falar de mim. Sou muito importante no Ministério da Magia.

- Na verdade não.

A postura do Sr. Crouch desmanchou na hora.

- E o que você faz?

Nobre Coração - DrastoriaOnde histórias criam vida. Descubra agora