Capítulo três: O armário de capas

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  Astória foi desperta pelo som do sino que Pin tocou. Gemeu um pouco até se dar por vencida e retirar sua máscara de olho.

- Bom dia, Pin.

- Bom dia, Srta. Greengrass.

A morena se sentou para que ele calçasse pantufas em seus pés. Pin fez uma reverência e depois desapareceu. Encaminhou-se à sua vitrola e pôs um disco de Britney Spears que ecoou por todo o espaço.

Como havia realizado aulas de Estudo dos Trouxas em Hogwarts, aprendeu a gostar de alguns costumes. Principalmente das canções. As considerava melhores. Atravessou a sala inicial para ir ao seu banheiro, o qual era inteiramente coberto por azulejos lilás. Despiu-se e colocou a camisola no cabide.

Apesar de algumas garotas obterem um elfo-doméstico para ajudá-las nesse quesito, a morena achava desnecessário e incômodo. Uma banheira com água levemente quente a aguardava. Entrou na banheira e, cantando Baby One More Time, começou a se levar. A escova era escantada para esfregar suas costas e seus braços. A toalha também a secou quando terminou seu banho.

Vestindo um roupão e suas pantufas, seguiu para o vestiário. O que usar daquela vez? Algo mais chamativo? Algo mais delicado? Precisava fazer compras urgentemente. Optou por um vestido cor vinho de mangas curtas, acima dos joelhos, e luvas curtas da mesma cor. Pôs um cinto preto em volta para destacar sua cintura. Sentada na penteadeira, uma escova penteava seus cachos enquanto realizava a própria maquiagem. Sorriu com o belo resultado.

Indo ao térreo, se dirigiu à sala de estar. Tomou um grande choque ao ver o cômodo engolido por buquês, caixas de chocolate e cartões de declarações. Daphne e Elaiza saboreavam os doces.

- Mas que palhaçada é essa aqui?

A interrogação veio, não dela, mas do Dr. Greengrass, que estava atrás da filha.

- São dos admiradores de Astória, papai. Veja só este cartão. - Pegou um cartão - Astória Greengrass, a sua mera existência é um deleite para o mundo. Seu sorriso me fascina. Adoraria chamá-la de minha. Zach Smith.

- Eu prefiro essa daqui. - Elaiza pegou o cartão - Astória Greengrass, você é a prova que Deus existe, porque é um anjo. Eu tenho catorze anos. Se puder me esperar, prometo ser o melhor marido. Tim Finningan.

Os mais novos riram. Astória foi se sentar no sofá e ria a cada vez que lia um cartão.

- Isso está me lembrando os tempos da escola. - Relembrou - Eu ficava tão constrangida.

- Eu não estou gostando nem um pouco dessa história! - Se queixou o curandeiro - Faz tão pouco tempo que perdeu o noivo. Será que esses rapazes não têm compostura?

- Ah, papai, é só brincadeira.

- Não para eles, Ast. Esses cavalheiros estão empenhados em te esposar.

- Eu peguei um pervertido aqui. - Avisou o rapaz, lendo um cartão - Ele está sendo bem específico sobre a noite de núpcias.

- Cadê?

Curiosa, Daphne se aproximou para ler. O pouco que leu a deixou pasma. Digo que foi pouco porque o curandeiro agarrou o cartão e fez pedaços dele. Em seguida, rasgou os cartões que via pela frente.

- Bastardos! Bastardos! Bastardos! Quem eles pensam que são?

- Se acalme, papai. - A primogênita o abraçou, diminuindo sua raiva - Nada de estresses tão cedo.

- Tem razão, Sabiá. Pin.

O elfo-doméstico surgiu.

- Meu senhor. - Disse fazendo uma reverência - Meu senhor necessita de Pin?

Nobre Coração - DrastoriaOnde histórias criam vida. Descubra agora