Capítulo trinta: Desmacarando a farça

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  Nas primeiras horas do dia, quando as pessoas estavam se forçando para sair da cama e irem ao banho, o sino da igrejinha de Sea Place tocou exatas três vezes. O que só podia significar que Astória Malfoy havia atingido o terceiro mês de gestação. Naturalmente, o casal despertou de bom-humor.

Durante o café da manhã, Draco comentou que a primeira a ser atendida seria a madame Prewett. E como Astória ficou aflita com seu estado, pediu para ir. Só se atrasou por alguns minutinhos porque queria preparar um lindo buquê de violetas. Que, de acordo com o marido, era um gesto tocante.

Segurou no braço dele e assim saíram de casa. Algo inédito aconteceu naquela manhã. O casal não foi vítima de nenhum olhar de desdém por parte dos aldeões. Por mais que não fossem adorados, receberam cumprimentos gentis e sorrisos amistosos. Os homens cumprimentaram com os chapéus e as senhoras acenararam.

- Talvez estejam sendo irônicos. - Especulou o cavalheiro

- Não acho que seja este o caso. Penso que estão sendo cordiais porque estão aprendendo a gostar de nós.

- Pelo o que fazemos, deveriam se jogar aos nossos pés.

Adentraram na estalagem Mar à Vista. A recepção estava vazia. Somente ao tocar a sineta que a Sra. Prewett se fez presente.

- Oh! Doutor e Sra. Malfoy, muitos bons dias!

- Vim para uma checagem. - Informou o curandeiro

- Ah, sim, Molly comentou. Me sigam, por favor.

Os visitantes a seguiram escada a cima.

- Eu queria pedir desculpa por não estar na recepção. É que com Sabina de volta à Hogwarts, as coisas ficaram mais difíceis.

- Ah, tudo bem, Sra. Prewett. É compreensível. - Falou a rica - E seu bebê, como está?

- Muito bem, Sra. Malfoy. Esse bebê é muito agitado. Vou entrar em trabalho de parto logo, logo.

Foram guiados ao quarto da paciente, no último andar. Já que a porta estava aberta, puderam ver a Sra. Molly Weasley terminando de alimentar a tia - apoiando as costas em muitas almofadas - com uma gororoba esverdeada. A levar pela cara de desagrado da madame Prewett, o gosto era tão ruim quanto a aparência.

- O Dr. Malfoy veio para uma checagem. - Avisou a faxineira antes de voltar ao serviço

- Bom dia! - Cumprimentou a Sra. Weasley, limpando a tia com um guardanapo e se pondo de pé consecutivamente - Eu acabei de servir a minha tia.

- Eu não sei o que você serviu, mas comida não foi. - Reclamou a paciente

- Ah, tia Muriel, não fale assim. Eu preparei com tanto gosto.

- Madame Prewett, eu trouxe flores para a senhora. O perfume vai alegrar o ambiente.

Embora a idosa não tenha acreditado que surtiria efeito, agradeceu educadamente. Coube a Sra. Weasley colocar as flores em um vaso e pôs água através da varinha.

- Eu tenho seguido todas as suas instruções, doutor.

- É o que espero.

O Dr. Malfoy iniciou a inspeção de saúde, utilizando a varinha e outros instrumentos que carregava na maleta.

- Como minha tia está, doutor?

- Pior não está. A melhora é pouca por causa da idade avançada. Ainda assim, melhora é melhora. Basta seguir o que eu disse e vai se recuperar.

- Doutor, quando é que eu vou me recuperar? - Quis saber a paciente

- Dentre de quatro a seis semanas.

Nobre Coração - DrastoriaOnde histórias criam vida. Descubra agora