Capítulo vinte e oito: Eis que o coração de Draco Malfoy começa a bater

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  Flora amanheceu com a cabeça tão pesada que sofreu para abrir os olhos. Viu-se deitada em uma cama de solteiro bastante antiga em um quarto amarelo estampado. O sol entrava timidamente pelas janelas. Olhou para o lado e avistou a irmã adormecida em uma cadeira de balanço. Nem deu tempo de a chamar porque a porta foi aberta devagarinho pela Sra. Longbottom.

- Você acordou! – A idosa praticamente gritou

Hestia acordou no susto, mal entendendo o que estava acontecendo. Flora se esforçou para se sentar. A Sra. Longbottom, sem delicadeza alguma, enfiou a mão no pescoço da garota.

- A febre já passou.

Quando iria questionar se teve mesmo febre, percebeu que estava em uma cede extrema. Hestia agarrou o jarro de alumínio, o qual se localizava na mesinha ao lado da cama, encheu o copo e auxiliou a irmã a tomar. Com um gesto de mão, suplicou por mais uma dose.

- Irmã, você está bem? - Questionou Hestia, aflita, e Flora assentiu em resposta - Assim que a Sra. Longbottom me comunicou, vim o mais rápido que pude.

- Que bom que está aqui, Hes! Foi horrível! Tão horrível! Assim que aquele dementador surgiu, eu senti um frio arrepiante. Um vazio sem fim. Tudo pareceu morrer!

- Pode ficar mais tranquila, Flo! Aquele monstro nunca mais vai te atormentar!

Hestia a consolou em um abraço. A levar como a apertou com força, era nítido que também estava assustada.

- Você estava tão fraca, Flora! Tão mole! Fervendo de febre! Eu fiquei com tanto medo! - Sussurrou

- Estou bem melhor agora.

Hestia a encheu de beijos antes de largá-la. Seus olhos, normalmente frios, estavam marejados. Tratou de limpar as lágrimas que ousaram escapulir.

- Sra. Longbottom, meus devidos agradecimentos! - Expressou a contadora - A senhora abrigou minha irmã esta noite e se prontificou a cuidar dela. É uma senhora de bom coração.

- Ah, eu só fiz o que qualquer pessoa com mínimo de decência faria. Devia agradecer ao meu neto.

- Ao Neville? Por quê? - Indagou Flora

- Ele quem afugentou o raio daquele dementador e te trouxe até aqui. Ah, ele aí!

Neville estava parado na porta, apertando a borda do chapéu por tamanha aflição. Não se moveu, porque os pés estavam pregados ao chão. E nem se manifestou, pois a voz lhe faltou. Estava em um estado de fragilidade que um simples sopro podia o quebrar.

- Está fazendo o que aí, menino? - Questionou a avó

Neville fez um estranho movimento, como se tivesse acabado de ser eletrocutado. Sem dizer uma única palavra, se retirou dali às pressas.

- Que estranho. - Observou a avó

- Deve estar atormentado com o dementador. - Especulou a contadora - Enfrentar um não é fácil.

Flora não soube porque ele agiu daquela maneira. Só sabia que não queria que ele se fosse. Por pouco não gritou para que voltasse. A Sra. Longbottom mandou tomar um bom banho enquanto iria preparar um café da manhã reforçado. Apesar de Flora ter recusado, a idosa afirmou que não a deixaria ir sem uma boa alimentação.

Sendo assim, Flora tomou um gelado banho de banheira - uma de modelo antiga - e foi à cozinha com Hestia. Por mais simples que fosse a comida, estava tudo uma delicia. Flora achou muito esquisito que a dona da casa não tenha a ofendido uma única vez. A tratou com muito respeito. O que realmente a incomodava era Neville não ter marcado presença durante toda a refeição.

Nobre Coração - DrastoriaOnde histórias criam vida. Descubra agora