Eram nove horas da manhã quando cinco bagagens e três caixas redondas caíram do céu, em frente aos portões de ferro da Fazenda Greengrass. Em seguida, uma adolescente francesinha foi a próxima a cair.
A bruxa caiu ridiculamente de barriga no chão. Soprou para cima, no intuito de tirar seu cabelo em cima do olho. Saiu às pressas do chão e começou a tirar a sujeira da sua roupa, com nojo. Usava uma blusa preta com listras brancas, uma saia e uma boina negras. Suas pernas eram cobertas por meia-calça branca. Era engraçado ver uma patricinha daquele porte em lugar rural. Deu um grito de raiva por todas as suas coisas estarem espalhadas.
Ela avistou um funcionário da fazenda caminhando, assobiando descontraído.
- Ei!
Ele se virou. Permaneceu alguns instantes estático, apreciando sua beleza. A bruxa tinha mechas loiras radiantes. E seus olhos eram azuis como o mar. Ela não era apenas bonita. Não, bonita qualquer uma é. Aquela francesinha tinha uma beleza singular e perigosa. Tão perigosa que seria capaz de persuadir homens a brigar pelo seu coração. Era esta sensação que Elaiza sentia.
- Venha cá, capataz! - Ordenou com um fortíssimo sotaque francês
Sua rigidez fez aquele encanto se perder.
- Está falando comigo? - Questionou, apontando para si
- Está vendo outro? Eu sou hóspede da família Greengrass. Organize minhas coisas e leve para a mansão!
Por mais que quisesse lhe dizer boas e poucas, Greengrass se conteve. Decidiu fazer algo mais divertido. Como um bom capataz, lançou um feitiço para recolher seus itens. Os portões de ferro se abriram e a tal visitante entrou com o nariz empinado. O rapaz vinha logo atrás, trazendo as malas flutuantes.
- Seja mais rápido! Ou terei que prestar uma queixa!
- Me desculpe, senhorita...
- Delacour.
- Me desculpe, Srta. Delacour.
Ele também fez questão de abrir a porta para ela. Não houve como Delacour não ficar admirada. Jamais em sua vida esteve em um lugar tão sofisticado. Parecia que estava em uma das revistas de decoração que tanto lia. Foi encaminhada à sala de estar formal. Greengrass pousou seus pertences no chão.
- Pronto, Srta. Delacour.
A loira o olhou como se tivesse se só então tivesse lembrado que ainda estava ali.
- Muito bem. Você me foi útil. Por que não vai à cozinha? Acho que podem lhe dar um prato de qualquer coisa.
- Um prato de qualquer coisa?
Aquilo era demais. Saiu antes que cometesse alguma atrocidade. Estando sozinha, aproveitou para conferir o cômodo melhor. Olhou dentro dos vasos, leu os títulos dos livros das estantes, passou os dedos nas cortinas. Sentou-se no piano e apertou algumas teclas aleatoriamente. Ouviu passos apressados. Era Daphne. As duas começaram a gritar.
- Eu não acredito que você está aqui! - Berrou Daphne em francês
- Nem eu!
As duas foram se abraçar apertado.
- Eu adorei suas joias! - Elogiou a estrangeira, segurando em seus brincos
- E eu adorei sua boina!
Gritaram e se abraçaram outra vez.
- Eu estou tão feliz por você estar aqui, Gabrielle! Como foi a viagem?
- Dolorosa. Essas chaves de portal não são nada confortáveis.
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Nobre Coração - Drastoria
FanfictionApós a morte inesperada do seu noivo, Astória Greengrass vê a chance de viver sua vida de acordo com seus reais desejos. Todavia, após descobrir que sua adorada irmã estava infeliz quanto ao seu noivado com Draco Malfoy, Astória se vê obrigada a int...