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𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟑𝟏: Nostálgico

Na semana que se seguiu, Changbin se manteve ocupado com a produtora, chegando tão tarde em casa que Yongbok já estava dormindo; assim como o avisou que faria. Jinnie, que nunca esteve o ignorando após o sexo, apenas sem tempo por causa de seus empregos, também estava respondendo as mensagens com um atraso significativo, mesmo à noite, que deveria ser seu tempo livre.

Felix percebeu que ficar longe dos dois alfas era enlouquecedor.

Provavelmente, seria a opção mais sensata para resolver aquela bagunça que sua vida se tornou, na verdade. Deixar Jin em respeito à sua amizade com Changbin, e sair de seu apartamento, de sua vida, por simplesmente... não merecer nada daquilo.

E pensar que ele tinha a audácia de desejar manter os dois alfas, quando ele não era digno de ter nem um.

Tudo o que ele queria era ganhar um pouco mais de confiança e experiência para ser um companheiro interessante para o Seo, mas ele acabou metendo os pés pelas mãos e ficou enrolado naquele novelo embaraçado.

Embora racionalmente soubesse que o melhor seria afastar-se de ambos, seu coração pensava diferente. Jin tornou-se uma parte importante de sua vida, de sua rotina. Lix esperava por suas mensagens atrevidas, suas ligações fora de hora, suas piadinhas e alfinetadas que o desconcertavam. Seu estômago se agitava sempre que pensava em seus olhos, seus lábios, seus toques. Aquele alfa o desafiava, o fazia sentir-se vivo como nunca antes.

E Changbin era a calmaria, seu porto seguro, o lar onde ele encontrava paz. Yongbok não queria fazer nada além de agradá-lo, ganhar seus sorrisos, aliviar suas tristezas, apreciar cada pequena parte de seu corpo e de seu ser. Bokkie era completamente apaixonado por Changbin Seo desde que o conheceu. Esse sentimento nunca desapareceria, porque aquele alfa o fazia sentir-se acolhido.

Às vezes, Felix só queria que alguém escolhesse por ele. Que alguém assumisse a responsabilidade e dissesse-lhe exatamente o que fazer. Era tão difícil ouvir a razão ou a emoção, tão difícil lidar com tomar decisões erradas ou só quase certas todos os dias e questionar-se toda noite antes de dormir.

Infelizmente, não havia ninguém que pudesse prever o futuro e contar-lhe a opção mais segura, a opção que faria a todos felizes e que resolvesse magicamente todos os seus problemas. Não havia um manual ou livro aconselhando-o sobre como lidar com sentimentos engarrafados conflitantes e enlouquecedores por dois alfas diferentes.

Quer dizer, ele só procurou na biblioteca, mas talvez se fizesse uma busca mais detalhada na internet...

Yongbok balançou a cabeça, chacoalhando os pensamentos para longe de sua mente. Uma nova semana estava se iniciando e na sexta-feira seria o festival anual de dança de seu estúdio Stay. Ele precisava estar focado e centrado, pois sua atenção seria solicitada a todo momento.

O tema que regia as decorações, coreografias e figurinos era: "a magia da imaginação das crianças", e o nome escolhido foi "Reino Encantado da Imaginação". Cada turminha apresentaria uma performance única e cativante com o intuito de representar os mundos de fantasia de seus desenhos favoritos ou da própria criatividade, personagens mágicos, criaturas encantadas e suas trajetórias de aventuras e superação.

Yongbok escolheu porque adorava a realidade sem limites idealizada pelas crianças, tão inesperada, divertida e empolgante. A possibilidade de viver aventuras e enfrentar dificuldades com um final feliz garantido, os superpoderes que o tornariam um ser único e incrível, o cativavam muito mais do que o cruel mundo real.

Devaneando sobre a fantasia e a magia, lembrou-se de sua própria inocência infantil. De como, já desde os quatro anos de idade, sonhava em ser reconhecido como um artista completo: dançarino, cantor, modelo, alguém carismático e divertido que teria apoiadores... não, fãs!