𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟒𝟐: Chocado

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Yongbok caminhou de volta até a biblioteca, onde Changbin iria busca-lo, fechando as pernas com toda a concentração que possuía. Ele se arrastava estranhamente cambaleante pelas ruas, uma expressão atípica com dentes prendendo seu lábio inferior enquanto ele franzia o cenho. Aqueles que o encontravam até olhavam duas vezes, tentando entender qual era o seu problema. Se eles soubessem...

Ele entrou no estabelecimento e escolheu o primeiro livro que viu pela frente, um que alguém devolveu e ainda não foi levado de volta para sua prateleira, e assinou o empréstimo. Bok não precisava levar um livro para casa, ele podia simplesmente dizer que seu pedido não chegou, mas achou mais prudente ter uma prova de que estava na biblioteca.

Era uma coletânea de poemas, ele identificou na capa, assim como o nome do último locador — ou melhor, sigla: HH. O livro parecia coerente para ser seu álibi. Ele enviou uma mensagem e descobriu que Binnie estava nos arredores. Menos de cinco minutos depois, o loiro já estava dentro do carro a caminho de casa.

Yongbok evitou falar, ele estava totalmente focado em seu propósito, e o Seo demonstrava ansiedade e agitação, embora algo em sua postura lembrasse agressividade também.

Eles mal chegaram em casa e Bin já o agarrava por trás, beijando seu pescoço e apalpando a frente de sua calça.

Cada vez mais experiente, o Lee sabia que levar lencinhos umedecidos, um pequeno hidratante corporal cheiroso e uma miniatura de perfume em sua bolsa, era indispensável quando visitava Jin. Mesmo que não tivesse limpado o gozo de dentro dele, ainda fez sua higiene externa e esfregou com os lencinhos os feromônios alfa que foram exalados ou lambidos em sua pele.

Mesmo tendo sexo ele não fez tanto esforço físico assim, então ainda cheirava a sabonete e aos produtos perfumados que usou, Bin não desconfiaria dele.

— Você conseguiu cumprir sua parte, Bokkie? — sussurrou em seu ouvido.

— Eu não sei. Acho que teremos que descobrir juntos... — devolveu, jogando a bunda para trás no volume das calças do moreno.

Changbin mordeu seu lóbulo e empurrou com força sua ereção em formação contra ele.

— Acho que sim — disse e começou a desabotoar suas calças.

— A-Aqui? Em frente à porta do nosso apartamento? Você nem mesmo fechou... — Bokkie não teve tempo de completar a frase, pois suas calças foram abaixadas, ele ficou apenas de cueca. — ... a porta.

— E daí?

Foi tudo que o Seo falou e Yongbok ficou congelado, mortificado, olhando para o exterior, que dava para a parede de seu vizinho de frente, mas a porta não era tão afastada assim de seu campo de visão. Se o vizinho saísse e virasse a cabeça já encontraria a cena erótica indesejada.

O rosto dele pegou fogo, ele sabia que o certo a se fazer seria esquivar das mãos de Bin e empurrar a porta deles para fechá-la. Atentado ao pudor não era exatamente uma coisa que ele se orgulharia de ter como abertura de sua ficha criminal.

Yongbok estendeu a mão na direção da maçaneta e Bin não fez nada para impedi-lo, ainda beijando seu ombro e acariciando seu abdômen por baixo da camisa, as coxas desnudas...

— E se alguém passar e nos ver?

— Não é justamente o risco de ser pego que é excitante? — O Seo sussurrou, o polegar esgueirando-se para dentro da cueca dele.

Bok olhou para a maçaneta. Seus dedos roçaram o material gelado da porta. Ele já brincou disso com Jinnie, ele já teve o suficiente. Aquela era a casa dele, não uma cobertura divertida que ele visitou uma vez e nem sabia quando voltaria, com pessoas que ele talvez nunca mais fosse ver na vida. Aquele era o lar dele e de Binnie, os vizinhos os conheciam, eles certamente continuariam se vendo.

(K)inky | HyunLix | ChangLixOnde histórias criam vida. Descubra agora